segunda-feira, 24 de julho de 2006

Qual é a sua turma?*

Hoje é o dia do Adolescente Presbiteriano. É dia de elogios e de comemorações. Porém, é dia de refletir. Hoje há, pelo menos, três tipos de adolescentes dos quais você deve fugir. Mas, fugir mesmo. Fugir enquanto é tempo.

Primeiro: o tipo Suzane: Apesar de rica, viajada, culta, carro importado, boas escolas, boa igreja, pode ter sua vida descrita, numa palavra: Eu.

Logo após o funeral já quis saber se podia usar a herança. Herança dos pais que ela havia matado.

Esse tipo de adolescente desenvolve-se mais rapidamente quando seus pais sempre dizem sim. Ou por se sentirem obrigados a compensar a ausência, ou por amarem mais a seus filhos do que a Deus, que manda discipliná-los. Porém, isso não é desculpa para que todo adolescente fique assim. O adolescente que ama a Deus, sabe que deve obediência a seus pais e que antes de atender a seu próprio Eu, tem de atender a Deus e aos Pais.
Você tá na turma da Suzane?

Segundo: o tipo Cravinhos: Pobres, desejosos de riqueza, pouco estudo, poucas perspectivas de ascensão social, percebem na moça rica um modo de ficar ricos também. O preço? Matar os pais dela.

Era a fome com a vontade de comer. Ela não gostava de ser contrariada, e os pais eram uma barreira. Eles bem que poderiam remover a barreira.

Não se sabe exatamente de quem foi a idéia. Talvez de todos. Era muito atraente: ela ficava livre do estorvo dos pais e eles entravam em uma grana boa. Um deles logo comprou uma tremenda moto!

São os adolescentes criados sem objetivo de vida. Sem a disciplina do Senhor. Querem se dar bem sem o trabalho correspondente.

Você está na turma deles? Espera uma chance sem criar os meios dela aparecer? Está disposto a fazer o errado para pegar uma grana fácil?

Terceiro: o tipo Liana e Felipe (esses, até na idade, adolescentes mesmos): Nem pobres, nem ricos. Estudantes de boas escolas. Filhos de pais cuidadosos e presentes. Mas, loucos por uma aventurazinha. Aventura não permitida pelos pais. Saída? A mentira.

A dela: vou dormir na casa de amigas e estudar para uma prova na segunda-feira. A dele: vou viajar com a turma antes que a gente se separe de vez. Na verdade, foram se curtir, em um lugar muito bonito e isolado. Tão isolado que ninguém viu ou ouviu serem mortos.

E então? Você tá na turma deles? Esconde suas malandragens debaixo do tapete da mentira?

Não preciso nem citar a Bíblia para mostar o quanto esses tipos de comportamento são condenados por Deus. Mas é bom lembrar: uma mentirinha, precisa de outras cada vez maiores para ser encoberta. Um errinho precisa ser consertado logo, ou cresce. Uma vida de mentiras e erros nunca acaba bem.



Meu filho, escute o que o seu pai ensina
e preste atenção no que a sua mãe diz.
Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter,
assim como uma boa roupa melhora sua aparência física.
Provérbios 1.8e9 (tradução livre)
-
*Idéia original do Rev. Jáder Borges Filho
-

Andar e parar

Deus guia seu povo de diversas formas. Algumas vezes abre portas onde menos se espera e em outras fecha-as obrigando-nos a ficar parado. Correr pelos caminhos que nascem das portas abertas é uma obrigação tão grande quanto parar quando todas estão fechadas.

Correndo, aproveitamos, quais semeadores cegos, jogar a semente, nos caminhos, nas pedras, nos espinhos e as vezes em terra boa.

Parados, precisamos refletir sobre a situação em que nos encontramos.

Talvez a primeira pergunta que ele quer que façamos seja: Por que fui obrigado a parar? Há muitos motivos pelos quais o Senhor nos manda parar.

As vezes precisamos apenas descansar um pouco. As vezes, qual Marta, precisamos entender o quanto é importante desfrutar de sua companhia. É claro que devemos cuidar de sua obra. Mas devemos fazê-lo sob sua orientação. Sob a luz de seu rosto.

As vezes devemos aprender um pouco mais. Como dizemos: amolar as ferramentas.

Porém, na maioria das vezes, ele nos para a fim de quebrantar nosso eu. Ensinar-nos que somos nada. Mostrar o quanto dependemos dele e o quanto precisamos deixar o orgulho.

Ambos: correr e parar, são fundamentais na vida do discípulo do Senhor.

Os oficiais da Igreja (Parte 3)

À luz de tudo o que já vimos, os oficiais da Igreja, hoje, têm por função dar continuidade a obra de Cristo nos moldes em que ela foi “formatada” por seus Apóstolos e dentro da “cosmovisão histórica” revelada através de seus profetas. Por isso a Igreja é única: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.19-20).

Por “formatada” deve ser entendido que ela é governada conforme moldes muito peculiares que atendem ao que os Aspóstolos do Senhor aprenderam dele.

A importância destes moldes poder ser avaliada: em sua primeira viagem missionária, depois de passar por diversas cidades o Apóstolo Paulo foi apedrejado na última, e, dado como morto, foi jogado da cidade. Socorrido pelos irmãos, já no dia seguinte ele começou o caminho de volta passando pelas mesmas cidades em que fora perseguido preocupado em eleger presbíteros em cada Igreja. À luz disso poderiamos menosprezar as funções dos oficiais da Igreja? Nos atreveríamos a substituir este tipo de governo?

Por “cosmovisão histórica” dos profetas deve ser entendido que o Senhor da história a dirige linearmente em direção a um ponto. E que tudo o que aconteceu no passado visou preparar seu povo para a plenitude dos tempos em que a revelação seria dada pelo seu próprio Filho em pessoa, no qual além de habitr corporalmente a plenitude da divindade é a expressção exata de seu ser.

Portanto a verdadeira obrigação dos oficiais da Igreja não é com o rebanho, mas com o Senhor do Rebanho.

Devem atender as ovelhas na medida e conforme sua santa vontade, sem buscarem outro norte a não ser sua Palavra, sem se importarem com qualquer outra coisa que não o atinjir a “estatura de Cristo”.

Ser oficial da Igreja, portanto, é uma honra que o Senhor concede, mas ao mesmo tempo é a maior prova de obediência que o Senhor exige de seus filhos.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Os oficiais da Igreja (Parte 2)

No Boletim de domingo passado mostrei que os oficiais da Igreja são presentes dados por Deus a seu povo. Hoje chamo sua atenção para que, ao dar tais presentes, Deus tem intenções determinadas: são “presentes úteis”.

1. São úteis para a Igreja: Deus visa o bem de seu rebanho como um todo. Devem ser capazes de levar o rebanho à águas tranqüilas e à pastos verdes. Devem ser capazes de afugentar os lobos vorazes e não fugir deles como fazem os mercenários. Como nos ensinou nosso Senhor e Mestre:
“O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas (Jo 10.11-13).

É claro que o Senhor estava falando de si mesmo, mas este é o modelo para aqueles que tem sob seus cuidados o rebanho de Deus.

Porém, são úteis também na repreensão aos erros que se propagam no rebanho. Às vezes devem “curar” uma doença que já contaminou grande parte do rebanho.

2. São úteis para as ovelhas individualmente: Espera-se dos oficiais que pastoreiam o rebanho do Senhor, que saibam cuidar também de cada ovelha. Afinal o que quer dizer com “apto para ensinar”? Ou por que é que exige-se que ele governe bem sua própria casa? Que traga seus filhos sob controle?

Como acontece à coletividade, a repreensão e a disciplina dos pastores deve chegar a cada ovelha em particular: corrigir as que ainda podem ser corrigidas e isolar as que podem transmitir infecções ao restante do rebanho.

Entretanto, a utilidade dos oficiais esbarra na:
1. A frouxidão do exercício das obrigações. Apesar de advertidos da maldição de Deus sobre os que fazem sua obra relaxadamente, tem sido cada vez mais difícil ver um que ame a Deus mais do que às ovelhas. E por amá-las tanto tolera seus erros, contemporiza suas desobediências e algumas vezes até elogia a ovelha que, de caso pensado, rebela-se contra a vontade do dono do rebanho.

Deve ser diferente: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas".

Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. (2 Ti 4.2-5).

2. A “dura cerviz” do rebanho: Como parece ser fácil, muitos querem ser oficiais. “Excelente obra almejam”! Porém é necessário que preencham uma série de qualidades (veja todas em 1Tm 3).

Como organização sui generis a Igreja parece as vezes com uma associação, outras vezes com uma empresa ou com um clube. Entretanto ela não pode ser dirigida assim. Seu único propósito é adorar a Deus. Sua única força reside no poder do Espírito. Seu único manual de operações é a Bíblia.

Você está disposto a fazer a vontade de Deus? Permita que seus irmãos reconheçam em você alguém chamado e apto para pastorear o rebanho do Senhor. E pastoreie-o!

domingo, 2 de julho de 2006

Os oficiais da Igreja (Parte 1)

Aprofundando mais o estudo da obra do Espírito Santo, e aproveitando que nossa igreja aproxima-se da data em que elegeremos oficiais, achei por bem escrever, durante alguns domingos, sobre esse tema.

“Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.” Estas foram as palavras do Senhor Jesus a seus Apóstolos: a vinda do Espírito Santo estava condicionada à sua volta aos céus.

“Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Segundo nosso Senhor e Mestre essa é sua missão direta em relação ao mundo.

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido ... Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” Sua função primária, em relação à Igreja, é dar continuidade a obra do Senhor.

O Senhor, por sua morte, remiu todos os que o Pai lhe deu (aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida: a que chamamos de “Igreja invisível”). Porém era necessário que ele voltasse aos céus.

Para que seus remidos pudessem se estimular mutuamente, enquanto aguardam sua volta, (formando o que chamamos de “Igreja visível”) ele não os deixa órfãos, mas envia-lhes o Consolador com a missão de uni-los em um grupo totalmente diferente de todos os agrupamentos próprios do homem: a Igreja.

A Igreja (visível) caracteriza-se por reunir aqueles por quem o Senhor morreu e também outros: desde simpatizantes até “inimigos da cruz de Cristo”. Apesar de remidos, todos ainda são pecadores e, portanto, mais propensos a impor suas próprias vontades, do que a fazer a vontade daquele que formou e mantém a Igreja.

Para corrigir este comportamento “ele mesmo concedeu ... outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé ... para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro”.

Esses pastores e mestres a que o texto se refere (se refere também a outras dádivas de Deus) são os oficiais ordenados.

Os pastores - todos os oficiais de um modo geral - têm a tarefa de levar o rebanho a águas tranqüilas e a pastos verdes: zelam pelo bem estar geral do rebanho.

Os diáconos pelo “servir as mesas”: atender às necessidades do rebanho.

Os presbíteros pela disciplina, administração e representação conciliar da Igreja.

Os mestres são os presbíteros que “se afadigam na palavra e no ensino” para que a Palavra de Deus tenha preeminência.

Detalharei melhor esses ofícios nos próximos boletins. Porém, como introdução, posso dizer que a missão deles, apesar de ser de difícil realização, é de fácil compreensão. Paradoxalmente, aí reside um dos grandes problemas que a Igreja enfrenta hoje: compreender o que significa, para Deus, pastorear seu rebanho.

Finalizando: eles nunca podem se esquecer que são presentes de Deus para o rebanho. Deus é quem dita o que eles devem fazer.