sábado, 27 de setembro de 2014

Caim e o verdadeiro culto

O que Caim esperava ganhar com a morte de seu irmão Abel? Mais riquezas? Mais respeito diante de seus pais ou de seus outros irmãos? Mais aceitação diante de Deus? Absolutamente nada. Mas, ele o matou. Por despeito e por vingança o matou. Vingou-se de que? De seu irmão ter feito um culto que agradou a Deus.

Os dois irmãos foram criados juntos e o que os distinguia era apenas a idade e a profissão. Caim, mais velho e mais experiente, lavrava a terra e dela tirava os frutos. Abel, mais novo, cuidava de ovelhas. Porém ambos foram criados pelos mesmos pais e certamente conheciam as determinações de Deus que lhes providenciou vestimentas de peles no lugar dos aventais de folhas que fizeram.

Certamente ambos se vestiam assim e assim compareciam em culto diante de Deus.

Como está escrito, “no fim de uns tempos...” eles foram cultuar a Deus por si mesmos. Sem a presença nem orientação dos pais. Esse gesto, que deixa qualquer pai moderno feliz, foi o ensejo para a desavença entre o lavrador e o pastor de ovelhas. Os dois só estavam de acordo na necessidade de cultuar a Deus: Caim, o lavrador, apresentou o fruto da terra e Abel apresentou as primícias e o melhor de seu rebanho.

O escritor da Carta aos Hebreus destaca a fé: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4).

O Apostolo João destaca o amor: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1Jo 3.11-12).

Creio que a falta de fé levou Caim a um culto errado e a falta de amor a uma atitude errada.

Se os dois já sabiam que Deus determinara vestirem-se de peles – o que, sabemos hoje, era o prenúncio dos sacrifícios da Antiga Aliança e um tipo do sacrifício de nosso Senhor – como Caim poderia cultuar a Deus por suas forças, ou por qualquer outro modo não ordenado por Ele?

Caim deveria acreditar (ter fé) que era necessário apenas, e tão somente, o que Deus havia determinado, mas, ao contrário, orgulhosamente (sem amor) apresentou o que seu braço lhe alcançou: semeou, cultivou, colheu e transportou (seu irmão sequer precisou carregar a vítima).

O primeiro assassinato aconteceu por razões litúrgicas!

O correto obedeceu a Deus e foi aceito. O errado tentou fazer conforme sua própria vontade e foi rejeitado. O que seria de se esperar senão que o errado se arrependesse e passasse a fazer o certo? Entretanto o que ele fez? Matou quem estava certo!

Não é a toa que Judas nos fala do “caminho de Caim” (Jd 1.11). Por ele andam muitos. E, até hoje, andam por ele todos aqueles que tentam cultuar a Deus “segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás ... sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras”, como nos resume nossa Confissão de Fé.

Mas, voltando a pergunta inicial: Por que matou seu irmão? Matou porque seu irmão agradou a Deus com um culto simples. E o dele, tão trabalhoso, recebeu o desagrado de Deus.
Parece que o pecado “emburrece” o pecador. Você se lembra da Parábola dos Lavradores Maus? Desde quando matar o herdeiro lhes garantiria a herança? Desde quando é possível agradar a Deus fazendo o que ele não ordenou que fosse feito?


Sabemos que, por adorarem a criatura em vez do Criador, Deus entregou os homens a paixões infames para desonrarem-se mutuamente, homens com homens, mulheres com mulheres. Pois bem: Caim nos mostra que o culto errado nos leva à falta do amor verdadeiro.

sábado, 20 de setembro de 2014

A intenção e a prática

No Sermão do Monte o Senhor Jesus nos advertiu para um aspecto do pecado que geralmente não é levado em conta: a intenção. E, dos exemplos que ele usa dois se destacam: não matarás e não adulterarás.

No primeiro exemplo o Senhor nos ensina que não é necessário chegar às vias de fato, e tirar a vida de alguém, para quebrar esse mandamento. Basta nos irarmos, sem motivo, contra ele. Diante de Deus a intenção de matar é tão concreta quanto o assassinato em si. É claro que quem passa da intenção e pratica o assassinato “cristaliza” seu pecado e torna-se réu de pecado maior.

No segundo exemplo o Senhor nos ensina que não é necessário relacionar-se sexualmente com uma mulher para cometer adultério. Basta “olhar com intenção impura” e o mandamento terá sido quebrado.

No primeiro o Senhor está condenando o que hoje é chamado de “crime de ódio”. Entretano, no segundo está condenando algo que hoje é mostrado como desejável: a sensualidade.

Os que ficam irados com facilidade (os de “pavio curto”) devem vigiar-se muito mais e, submeter-se às orientações da Palavra de Deus; igualmente os que ficam abrasados com facilidade. Enquanto o pecado estiver na fase da intenção o resolveremos com Deus, mas quando ele se materializa, além de ofendermos a Deus, ofendemos também a nosso irmão.

Condenando também nossas intenções o Senhor nos mostra que ninguém está isento do pecado. Pecamos não apenas através de nossos atos (palavras ditas ou ações realizadas), mas também através de nossos pensamentos. É muito provável que nunca tenhamos tirado a vida de quem quer que seja, mas quem de nós pode dizer que nunca ficou irado contra alguém? É possível encontrar quem nunca tenha mantido relações sexuais fora de seu casamento, mas é impossível encontrar quem nunca tenha olhado para uma mulher “com intenção impura”. 

Talvez este último exemplo nos mostre com clareza uma das grandes diferenças entre os valores do cristianismo e de nossa sociedade. Veja:
1º - No pensamento moderno o que se faz com a própria vida não é da conta de ninguém. E, se houver consentimento mútuo, ninguém tem nada a ver com o que um casal faça. Entretanto não é assim diante de Deus. Para o Senhor, que tem autoridade sobre nós, pois além de nos ter criado, nos redimiu da condenação a que estávamos sujeitos, atentar contra a vida de alguém, mesmo que seja apenas em pensamento, já nos torna réus de um crime contra a vida. Para o Senhor, que nos comprou com seu sangue, manter um relacionamento sexual com quem ainda não nos casamos ou com quem está casada(o) com outra pessoa, mesmo que seja apenas na imaginação, ou fantasia, já nos faz impuros.
2º - O Senhor se referiu a mulheres porque estava falando à homens. O inverso é verdadeiro: olhar para um homem com “intenção impura” já é o suficiente para que uma mulher quebrar o “Não Adulterarás”.
3º - A intenção impura decorre da não existência de casamento. É simples assim: para o cristão a prática sexual só pode realizar-se dentro de um casamento. Fora do casamento a única opção é a abstinência (inclusive de intenções). O casamento santifica a prática sexual inclusive os desejos.
4º - O contexto é heterossexual, pois a homossexualidade em si já é outro pecado.
5º - O casamento resolve de modo santo as tendências heterossexuais e as transformas em glória ao Criador. Porém, a simples consumação das tendências homossexuais ofende ao Criador por ir de encontro ao seu projeto.

Embora todos nós tenhamos tendências homicidas ou adúlteras, graças a Deus, pouquíssimos de nós as praticam de forma contumaz. A Igreja tem obrigação de acolher quem luta contra essas tendências, ou quem, chegando a praticá-las, se arrependeu e quer viver vida nova. A Igreja de Corinto nos dá o exemplo: ”Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Co 6.9-11).


Mas, além de acolher os arrependidos, salvos pelo Senhor, pela glória de Deus, pelo bem dos que lutam contra tais dificuldades, e pela pureza do rebanho, a Igreja tem o dever de manter-se vigilante contra os impenitentes que agem de forma contumaz.

sábado, 13 de setembro de 2014

Ezequiel, Isaías e Apocalipse

Não é de hoje que alguns estudiosos apontam semelhanças entre o Apocalipse de João e o Livro do Profeta Ezequiel (Para uma lista completa veja o artigo de David Chilton, “Apocalipse, Ezequiel e o Lecionário”, que pode ser achado em www.monergismo.com). Essas semelhanças podem ser diretas (quando as palavras são praticamente as mesmas) ou indiretas (quando o texto de João suscita apenas uma lembrança do texto de Ezequiel). A seguir, listo alguns exemplos, que eu mesmo escolhi, de semelhanças diretas.
1 - O livro selado por dentro e por fora, doce aos lábios (e, para João,  amargo ao estômago), descrito nos capítulos 5 e 10 de Apocalipse, pode ser visto em Ez 2.8 – 3.3.
2 - O trono de Deus, descrito em Ap 4, é muito parecido com o que é  descrito no capítulo 1 de Ezequiel.
3 - O povo de Deus é marcado na fronte, tanto em Ap 7.2-8 quanto em Ez 9.1-8.
4 - Em ambos (Ap 11.1-2 e Ez 40 – 43) o Templo é medido.
5 - Em ambos um banquete terrível (das carnes dos comandantes e dos príncipes da terra) é oferecido às aves do céu (e aos animais do campo, em Ezequiel): Ez 39.17-20 e Ap 19.5-21.
6 - Nos dois há uma “primeira ressurreição”. No apocalipse, são aqueles sobre os quais a segunda morte não tem poder (Ap 20.4-6) e, em Ezequiel, o vale de ossos secos do capítulo 37.
7 - Com exceção das listas genealógicas de Gênesis e de Crônicas, Gogue e Magogue só são citados em Ezequiel e no Apocalipse. E em ambos como inimigos do povo de Deus (Ap 20.7-9 e Ez 38 e 39).
8 - Em ambos há uma descrição muito semelhante do que João denomina de “Nova Jerusalém” (Ap 21 e Ez 40 – 48).
9 - João descreve (Ap 22.1-5)  o Rio da Vida de modo muito parecido com o rio descrito por Ezequiel (Ez 47).
Há muito mais! Entretanto, o que pretendo destacar, além da possibilidade de João ter usado o livro de Ezequiel, é que ambos tenham descrito as mesmas realidades. Ou seja: Ambos descrevem a mesma realidade.
Antes dos dois, Isaías também já havia descrito o trono de Deus, mas ainda não vi quem dissesse que Ezequiel usou o Livro de Isaías. Observe que, em cada uma dessas descrições, os detalhes dos arredores do trono são minuciosos, mas as descrições daquele que ocupa o trono é pouquíssima (ou inexistente) e muito cuidadosa.
Em Ezequiel (1.1-14) as figuras são: Vento tempestuoso, grande nuvem com fogo a revolver-se, com o redor resplandecente e algo brilhante como metal em seu interior. Quatro seres viventes, que saem da nuvem, tendo a aparência geral de homem, luzindo como o bronze polido, parecidos com “carvão em brasa à semelhança de tochas”, com os pés parecidos a pés de bezerro e as pernas retas. Cada um possuía quatro asas e quatro rostos (homem, leão, boi e águia), de modo que não se viravam, mas estavam sempre andando para frente. Ziguezagueavam como relâmpagos.
A “aparência da glória do SENHOR” é descrita (1.26-28) assim: Em uma espécie de trono de safira “uma figura semelhante a um homem” como metal brilhante, como fogo resplandecente ao seu redor, como o arco-íris.
A reação de Ezequiel: “caí com rosto em terra e ouvia voz de quem falava”
Em Isaías as figuras são: trono rodeado de serafins (ardentes) que possuíam seis asas e voavam ao redor gritando uns para os outros: “santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”.
O Senhor é descrito apenas por sua roupa e por sua presença (enchendo o templo de fumaça e fazendo tremer os alicerces).
A reação de Isaías foi: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”.
No Apocalipse além dos elementos comuns aos relatos de Ezequiel e de Isaías há também elementos novos:
1 - Diferentemente de Ezequiel, João não revela do que o trono é feito (e transmite uma leve impressão de que foi montado ali para aquela ocasião). Semelhantemente a Ezequiel, João descreve um arco-íris ao redor do trono, porém com o aspecto de esmeralda.
2 - Além de Ezequiel e Isaías, João fala de vinte e quatro anciãos, assentados em vinte e quatro tronos, vestidos de branco portando coroas de ouro. Fala também de sete tochas de fogo, “que são os sete Espíritos de Deus” e, lembrando Ex 24.10, de um “como que mar de vidro, semelhante ao cristal”.
3 - Semelhantemente a Ezequiel, João descreve quatro seres viventes. Cada ser vivente tem um rosto só (de leão, de novilho, de homem e de “águia em voo”). A tarefa deles é semelhante a dos serafins descritos por Isaías: “... não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. E, como os serafins, possuem seis asas (diferentemente dos querubins Ezequiel, que possuem quatro asas). João acrescenta nesses seres viventes a existência de olhos, “ao redor e por dentro”.
O que se assenta no trono, diferentemente da descrição de Ezequiel, tem um aspecto mais mineral (jaspe e sardônio – pedras avermelhadas) do que metálico.
Na disposição do texto há outras semelhanças entre Apocalipse e Isaías: Antes da visão do trono do Senhor, nos capítulos 1 a 5, através de muitas repreensões e exortações e “ais”, Isaías descreve a pecaminosidade de Judá. No Apocalipse os capítulos 2 e 3 mostram o estado de 7 Igrejas, com advertências e elogios a seus “anjos”.
No capítulo 6 de Isaías e no capítulo 4 de Apocalipse temos as fantásticas descrições do trono de Deus, seguidas de imprecações e castigos sobre Judá (em Isaías) e sobre o mundo (em Apocalipse).
O clímax do texto de Isaías está no perdão de seus pecados com a brasa trazida pelo querubim, no texto de João está na abertura do livro selado por dentro e por fora. Ou seja: Isaías vê o trono de Deus e se vê perdoado. João vê o trono de Deus e o Cordeiro abrindo o livro cujos selos correspondem a tragédias castigando os pecados da humanidade.

Três visões do mesmo evento, cada uma de pontos de vista diferentes. As duas primeiras (uma no templo e outra no exílio, na Babilônia) por profetas que tinham o mesmo ponto de vista dos que esperavam o Messias. A última no exílio em Patmos, por um apóstolo do Senhor. As três destacam a glória de Deus e a fragilidade pecaminosa do homem.

sábado, 6 de setembro de 2014

Leis anticristãs

Desde seus primeiros dias o cristianismo tem sido difamado. A Bíblia registra que as primeiras perseguições foram iniciadas por boatos ou por difamações. Por exemplo: Os judeus em Tessalônica “movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba alvoroçaram a cidade”. Ou ainda, em Éfeso, o ourives Demétrio promoveu uma manifestação anticristã levando seus colegas ocuparem a praça, gritando repetidamente, por cerca de duas horas: “grande é Diana dos efésios”.

Justo Gozales registra, em A Era dos Mártires, que: “O que se dizia acerca dos cristãos pode ser classificado em duas categorias; os rumores populares e as críticas por parte da classe culta [...] como se chamavam mutuamente de irmãos, foram se tecendo rumores cada vez mais exagerados, e muitos chegaram a crer que os cristãos se reuniam para celebrar uma orgia em que se davam uniões incestuosas”.

Além de difamado o cristianismo chegou a ser perseguido – exatamente como o Senhor Jesus havia predito – até ser reconhecido como religião oficial. Mas, deixar de ser perseguido, não significa que não tivesse inimigos ou difamadores. Sempre houve difamadores. Sempre houve quem lutasse contra o cristianismo e/ou contra os ideais cristãos. E infelizmente, as convicções de liberdade trazidas pela Reforma Protestante facilitaram, em muito, a vida dos difamadores e garantiu-lhes o direito de continuarem difamando.

A lista de difamadores famosos é grande, mas um se destaca até hoje: Friedrich Nietzshe. Nascido em 1844 numa família de protestantes era neto e filho de pastores luteranos e foi educado com vistas ao seminário, mas optou inicialmente pela filologia e depois à filosofia. Morreu louco no pior estágio da sífilis.

Os muitos livros que escreveu estão cheios de ataques ao cristianismo. No livro O Anticristo (título que atribuía a si mesmo) diz que o cristianismo é uma “crença enferma, baixa e vulgar [...] responsável pelo retrocesso cultural e moral dos homens”. Chegou mesmo a publicar uma “lei contra o cristianismo”, da qual transcrevo um trecho:
Artigo Primeiro – Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o sacerdote: ele ensina a antinatureza. Contra o sacerdote não há razões: há cadeia. 
Artigo Terceiro – O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra, constituirá motivo de pavor para a posteridade. Lá devem ser criadas cobras venenosas. 
Artigo Quarto – Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza. Qualquer desprezo à vida sexual, qualquer tentativa de maculá-la através do conceito de “impureza” é o maior pecado contra o Espírito Santo da Vida. 
Artigo Sexto – A história “sagrada” será chamada pelo nome que merece: história maldita; as palavras “Deus”, “salvador”, “redentor”, “santo” serão usadas como insultos, como alcunhas para criminosos.
Porém, ele não foi o primeiro a “fazer leis” contra os cristãos. Mesmo porque seus escritos, no máximo, provocaram reações ou convenceram a alguns a se voltarem contra o cristianismo. A Igreja, durante seus primeiros anos de existência, sofreu do império Romano 10 períodos de perseguição e não foram poucas as leis que surgiram contra ela. Por exemplo, na segunda perseguição, quando Domiciano era o cesar, o Senado fez a seguinte lei: “Que nenhum cristão, uma vez trazido ao tribunal, fique isento de castigo, sem que renuncie a sua religião”.

Não é de se admirar que os governos que veem o cristianismo como inimigo o persigam, porém, me assusta ver que cristãos fazem o mesmo. Observe: Diversas leis que foram feitas pelo legislativo brasileiro trazem, no mínimo, intranquilidade aos cristãos: O Estatuto da Criança e do Adolescente priva os cristãos de transmitirem a seus filhos valores básicos de disciplina e do trabalho e atrapalha muito às igrejas que desejam manter um orfanato dentro dos princípios morais cristãos.

A dita Lei da Palmada nivela os pais que sabem disciplinar seus filhos conforme a disciplina e sabedoria de Deus a pais espancadores que procuram, antes de tudo, descontar nos menores seus problemas. As diversas leis de proteção aos homossexuais acabam acobertando vidas pecaminosas e tentam obrigar as igrejas a adotarem a agenda de grupos cuja intenção declarada é a extinção da (como eles mesmo dizem) moral “judaico-cristã”.

E, como estas, outras leis, que, se não lutam abertamente contra o cristianismo, prejudicam muito a ação dos cristãos.


O que os cristãos podem fazer? Pelo menos divulgar quem são essas pessoas que lutam disfarçadamente. Repare: o cristianismo sempre terá muitos inimigos, mas os piores não são os declarados, e sim os que se passam por irmãos.