sexta-feira, 27 de maio de 2005

Outro aspecto esquecido da missão do Espírito Santo

Outro aspecto da missão do Espírito Santo, desprezada pelos evangélicos de nossos dias é a graça que ele nos concede de estar em comunhão com o Filho e com o Pai.

Você já leu, com calma, João 14.23? Veja: "Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada."

Note que o Senhor Jesus estava falando aos onze apóstolos (Judas já havia saído), entretanto, ao responder uma pergunta, ele refere-se a outras pessoas além daquelas com quem ele estava falando através da palavra "alguém". Isso, sem dúvida, se refere a nós.

Por suas palavras aprendemos que a prova de amor que o Senhor espera de nós é que guardemos sua palavra, e a conseqüência disso é sermos amados pelo Pai e sermos morada do Pai e do Filho!

Irmãos; a Trindade Santíssima está intimamente ligada conosco, pois como é que o Pai e o Filho habitam em nós? Através do Espírito Santo enviado por eles.

- Estamos vivendo a era do Espírito! Dizem tantos por aí. Não! Estamos vivendo, e sempre vivemos, a era do Deus Trino. É impossível ser "cheio do Espírito Santo" e desprezar a vontade do Pai ou ter pouco apreço à obra do Filho.

Mas, por favor, não deixe de considerar também João 16.15. "Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir."

Esta maravilhosa promessa é feita dentro das seguintes circunstâncias: dirigindo-se a seus Apóstolos o Senhor afirmou que tinha muito a dizer, mas eles não podiam suportar. Portanto, não há a menor dúvida que isto não se refere a nós hoje. Porém, não é discutir a promessa feita a eles, mas o fato de que o Espírito Santo não fala por si mesmo, mas diz o que tem ouvido!

Não quero dizer que o Espírito Santo seja inferior ao Pai e ao Filho, simplesmente que cada pessoa da Trindade santa e bendita, por assim dizer, "assume o gerenciamento" de uma parte diferente da obra da Redenção. O Pai, determina, elege quem ele quer, e dá a "lista" dos eleitos ao Filho. O Filho executa as determinações do Pai, assume a natureza dos eleitos, morre para redimi-los, e passa a representá-los diante do Pai. Por fim, o Pai e o Filho se fazem presentes na vida dos eleitos mediante o Espírito Santo que neles habita.

Não pode haver disparidade entre a Palavra do Pai e a atuação do Espírito Santo, pois ele só fala do que ouviu.

Amados irmãos: não sejamos crianças no juízo! É muito fácil uma pessoa falar ou fazer as maiores bobagens e atribuí-las ao Espírito Santo. Afinal de contas quem é que pode demonstrar que não são feitas por ele? Somente quem confere tais atos com a Palavra de Deus, quem tem apreço aos mandamentos do Pai e quem reconhece e ama a obra do Filho.

Louvemos a Deus e demos glórias a seu nome, pois ele nos dá segurança através de sua Palavra escrita, que nos protege das contradições comuns à nossa natureza pecaminosa e ao mundo, e que são a arma favorita do inimigo de nossas almas.

domingo, 22 de maio de 2005

Um aspecto esquecido da missão do Espírito Santo

Mas o Consolador, o Espírito Santo,
a quem o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas
e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
João 14.26

 

Domingo passado celebramos o dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja. Neste primeiro domingo, em que nossas atenções se voltam sobre sua missão, quero destacar um de seus aspectos, explícito nas palavras de nosso Senhor e Mestre, registradas acima: ensinar e lembrar.

 

O Povo de Deus estava prestes a receber uma nova feição. De País que era, se tornaria na Igreja. Não conheceria qualquer barreira: nem geográfica, nem política, muito menos lingüística. Seu destino seria o mundo e, no mundo, deveria fazer discípulos de todas as nações.

 

Entretanto, apesar da Lei de Deus já ter sido traduzida para o grego - a septuaginta - precisava ser interpretada de um modo completamente diferente. Os judeus, tendo rejeitado a Jesus, a consideravam do ponto de vista anterior ao Messias. A Igreja, sabendo que Jesus era o Messias a lia do ponto de vista posterior. Os judeus continuavam esperando que ela se cumprisse. Os cristãos já a viam cumprida no Senhor. Embora haja outras diferenças, esta é a fundamental.

 

Nesse texto o Senhor está dizendo que não faltará a seus Apóstolos orientação direta do Espírito Santo a lembrar-lhes de tudo o que ele lhes ensinou. Observe que ele prometeu isso aos onze. Judas já havia saído.

O que está sendo prometido aqui é a capacidade de manter puro o santo Evangelho. O Espírito Santo os ensinaria como aplicar à nova dispensação os conceitos que foram escritos para a primeira e eles poderiam dizer como Jesus: "ouvistes o que foi dito aos antigos. Eu porém vos digo...".

 

E eles fizeram. Por exemplo, o escritor da carta aos Hebreus, em 2.6-8, esclareceu o Salmo 8.4e5. Pedro em seu sermão do dia de Pentecostes esclareceu a profecia de Joel. A lista não caberia aqui.

 

Mas, também, ele prometeu que o Espírito Santo os faria lembrar de tudo o que o Senhor os ensinou.

 

E lembrou-lhes. Tanto é, que essas lembranças geraram quatro relatos harmônicos, que mostram os feitos e os ensinos do Senhor nos dias de sua carne.

 

Essa missão do Espírito Santo geralmente é esquecida ou deturpada.

É esquecida, pois costuma-se atribuir às palavras de Jesus maior peso do que as palavras dos demais escritores sagrados, quando, se levarmos em conta, que tanto umas quanto outras, estão ali por causa do Espírito Santo, concluiremos que todas têm o mesmo peso. Nada foi escrito sem a orientação do Espírito Santo.

 

É deturpada, pois, arrogando-se destinatários da promessa do Senhor, muitos, hoje querem assumir a missão exclusiva dos Apóstolos, e ensinar coisas que o Senhor não disse. Repare que o texto é claro: ensinar e lembrar. Como é que alguém nascido nos nossos dias pode lembrar-se do que Jesus falou há dois mil anos atrás? Se não pode lembrar-se não pode também ensinar.

 

A pergunta que se segue é clara: como então ensinamos? Ensinamos tão somente o que foi registrado por aqueles que, assistidos pelo Espírito Santo, lembraram-se e fizeram registrar em um novo livro, à semelhança do que a antiga dispensação possuía. Tal livro não revoga o anterior, mas o complementa e o interpreta.

 

Ensinar qualquer coisa fora dele é o mesmo que blasfemar contra o Espírito Santo que deixou registrado apenas aquilo que foi dito e ensinado por nosso Senhor aos seus santos Apóstolos.

 

Glórias eternas sejam dada apenas a Ele! E apenas o seu nome seja sempre exaltado, pois ELE não nos deixou sem direção.