As Escrituras Sagradas fazem diversas referências a crianças com muitos significados diferentes. Algumas vezes fala de crianças mesmo, outras vezes elas são metáforas de muitas coisas.
Veja que simbologia rica.
Quando Jesus falou a respeito da salvação usou uma criança como modelo dos que são salvos e disse: “... se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3).
Diferentemente, através do profeta Isaías, Deus ameaça seu povo com governantes infantis: “Porque eis que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, tira de Jerusalém e de Judá o sustento e o apoio. Todo sustento de pão e todo sustento de água, e [todo] o valente, o guerreiro e o juiz; o profeta, o adivinho e o ancião; o capitão de cinqüenta, o respeitável, o conselheiro, o hábil entre os artífices e o encantador perito. Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles. Entre o povo, oprimem uns aos outros, cada um, ao seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o nobre.” (Is 3.1-5).
E tais símbolos não param por aí. Pedro fala das crianças recém nascidas, como um modelo a ser imitado no desejar do genuíno leite espiritual. Como se dissesse: do modo como as crianças anseiam pelo leite da mãe, assim devemos ansiar pela Palavra de Deus.
O Escritor de Hebreus nos ensina que nosso desejo deve ser deixar de lado a infantilidade, que é alimentada de leite, e não consegue entender além dos rudimentos da fé – como imposição de mão e ensino de batismos – e prosseguir em direção a vida adulta dependente de alimento sólido e que “pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5.14).
Ao censurar a igreja de Corinto pelo mal uso dos dons espirituais Paulo diz: “... não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos” (1Co 14.20).
Há muitos outros ensinos. Mas finalmente, a respeito da missão dos oficiais doados por Cristo à sua Igreja, o mesmo Apóstolo disse que a principal tarefa deles é promover o crescimento do povo de Deus: “... para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14).
Há quem diga - e só menciono aqui por ter ouvido recentemente - que este tema só prova que a mensagem de Jesus é diferente da mensagem dos profetas e de seus apóstolos (que representam a igreja institucionalizada). Nada mais tolo - ou ficando dentro do mesmo campo semântico: nada mais pueril.
O que nosso Senhor e Mestre destacou como a virtude infantil que deve ser imitada é a mesma que Paulo destaca: a ausência de malícia. Lembre-se de que Jesus a destaca depois de ver seus apóstolos - os mesmos que deveriam ir pelo mundo afora como seus embaixadores - discutindo quem era, dentre eles, o maior. Isso é o que devemos evitar.
Nesse tipo de pensamento e comportamento devemos ser como crianças, pois quem não é já está atestando não ser filho do Reino de Deus, onde ninguém age assim.
Entretanto no juízo, no exame da Palavra de Deus, na ética cotidiana, no trabalho da Igreja devemos ser homens amadurecidos.
Hoje elegemos oficiais em nossa Igreja. Que o compromisso de todos seja com o amadurecimento contínuo do Rebanho aqui congregado e uma luta constante para afastar essas infantilidades - para não dizer absurdos - que rodeiam o povo de Deus e tanto causam descrédito a fé cristã.
Seja o desejo e o alvo de todos nós.
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