sábado, 3 de outubro de 2009

Dubiedade

Uma das coisas mais condenadas nas Escrituras Sagradas é a dubiedade ou a falta de clareza na conduta. Veja:

Mesmo antes de entrar na Terra Prometida, Josué já advertia o povo: “Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15).

Nos dias do idólatra rei Acabe, o povo de Deus foi exortado pelo profeta: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (1Re 18.21).

O profeta Isaías não deixa por menos: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is 5.20).

O Senhor Jesus é muito claro: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno” (Mt 5.37).

O apóstolo Paulo nos adverte a respeito disso dizendo: “A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova” (Ro 14.22).

Tiago adverte que um comportamento resoluto é condição básica para Deus conceder sabedoria: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.5-8). Como também declara que isso é sujeira do coração: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração” (Tg 4.8).

Nos casos de Josué e de Elias o povo estava sendo conclamado a definir no que criam, para não chegar ao ponto em que chegaram: “De maneira que temiam o SENHOR e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados” (2Re 17.33).

Já o profeta Isaías e o Senhor Jesus falam de um comportamento perverso que leva a pessoa a chamar algo pelo seu oposto. Nosso Senhor é claro: isso procede do maligno.

O apóstolo Paulo nos adverte contra agirmos ao contrário de nossas convicções e Tiago fala do homem de “psique dupla” (ânimo dobre).

Esses exemplos mostram que, seja por má fé, tibiez, ou falta de resolução, o comportamento dúbio ou irresoluto é condenado. E, não é difícil encontrá-lo. Pior: precisamos vigiar a nós mesmos para não agirmos assim também, já que o pensamento de nossos dias nos empurra para isso.

Por exemplo: Há quem defenda a vida de um assassino perverso e ao mesmo tempo seja favorável a tirá-la dos que ainda estão no ventre de suas mães e é muito comum encontrar quem lute contra a corrupção política e defenda a corrupção sexual. Estou cansado de ver quem jurou ser a Bíblia sua única e suficiente regra de fé correndo atrás de revelações.

Há uns dez anos ganhei um livro ensinando esse tipo de conduta dúbia. Classificava-a “cientificamente” como um tipo de inteligência: a emocional. Segundo o livro a pessoa sábia é aquela que se conforma ao meio que vive. Como cristãos não podemos ser assim.

A ordem é clara: “não vos conformeis com este século”. E o diagnóstico é preciso: “Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca ... A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tg 3.15-17).

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