Na estrada sinuosa e íngreme, que liga Jerusalém a Jericó, diversas pessoas devem ter sido assaltadas com prejuízo até de suas próprias vidas. A parábola do Bom Samaritano foi entendida de pronto, indicando que sua periculosidade era conhecida.
Era uma estrada muito inclinada: descia mil metros em vinte e quatro quilômetros.
Jericó é, até hoje, o local habitado de mais baixa altitude do planeta: cerca de duzentos e cinqüenta metros abaixo do nível do Mediterrâneo. Situa-se em uma planície ao lado do Jordão, próximo ao Mar Morto, e seu clima é razoavelmente quente. Herodes possuía um palácio lá para fugir do frio de Jerusalém, que fica na região montanhosa a uns oitocentos metros acima do nível do Mediterrâneo.
Dois mundos diferentes ligados por essa estrada. Jerusalém estabelecida para adoração do Senhor desde os tempos de Melquisedeque e Jericó fundada como altar de adoração a lua.
Essa foi a estrada que Jesus usou para chegar a Jerusalém onde seria crucificado. Parou em seu trecho final. Em Betânia. E ali hospedou-se na casa de seus amigos, Lázaro, Maria e Marta.
Não se sabe ao certo quantos dias ele ficou lá, mas quando saiu, tomou a direção de Jerusalém. Pouco mais a frente, na altura de Betfagé, deu instruções a seus discípulos sobre o jumentinho que emprestariam.
No trecho final, pouco depois das plantações de figos, ainda na região de Betfagé, foi que as multidões de peregrinos, que também subiam a Jerusalém para celebrar a páscoa, o encontraram e o aclamaram. Segundo João, alguns o tinham visto ressuscitar a Lázaro e ainda estavam maravilhados.
Quando a estrada termina sua ascensão em uma passagem por uma das montanhas que cercam Jerusalém, perto do Monte das Oliveiras, Jesus viu mais do que a cidade em si. Viu seu futuro. E pela segunda e última vez é dito que ele chorou: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.41-44).
Chorou antes por seu amigo Lázaro e agora chora por Jerusalém.
No ano setenta, a mesma estrada, como as demais estradas que chegam a Jerusalém por todos os lados, ficaram cheias. Não de viajantes, mas de soldados romanos. Jerusalém foi sitiada e arrasada a ponto de não ficar pedra sobre pedra, pois não havia reconhecido seu tempo oportuno.
Mas afinal, como se reconhecer o “tempo oportuno”? Há séculos todos os Judeus cantavam o que hoje chamamos de Salmo 95 exortando-se mutuamente: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração”. O tempo oportuno é hoje!
Atendamos nós também a exortação.
6 comentários:
Prezado Folton.
Não conhecia o seu Blogger e lhe dou os parabéns pelo mesmo. Como estudiosos da Biblia e sem conhecer a Terra Santa, foi de muita valia para minha compreensão a descrição da estrada que o Nosso Mestre trilhou para nos salvar. Pertenço a Igreja Kairos aqui em Portugal e meu E-mail é fabucamargo@sapo.pt. Estamos ao seu dispor.
É muito bom ter pessoas que interessam-se em estudar o evangelho, seu contexto, produzindo uma visão mais ampla do que foi a grandeza da vinda do Cristo a nós. Sou espírita, gosto muito da investigação dos costumes e tradições da época da Boa Nova e do cristianismo primitivo. Parabéns pelo trabalho, Jesus o ilumine sempre. Paz e bençãos.
não,conhecia seu blog mais quando o vi , me ajudou e muito agradeço a Deus e que Ele continue vos abençoando e que você irmão seja abençoado das plantas,do seus pés ao alto da sua cabeça e que o Deus de Abraão Isaac e de Jacó te Guarde e Que Jesus Cristo nosso Senhor seja convosco para todo sempre e que o Espirito Santo lhe use cada dia mais,Amém
Falton muito esclarecedor sua colocação, me tire uma dúvida por favor, esse caminho era uma espécie de atalho para ter ido ou era o caminho principal? Obrigado.
Principal (talvez o único).
Havia 3 estradas que os transeuntes usavam para chegar a Jerusalem. Mas a mais usada era esta que o irmão mencionou.
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