Qual será o pensamento que orienta nosso governo?
De algumas leis e projetos de leis defendidos pelo nosso governo deduzo que se poderá matar, sob tortura, uma criança, desde que ela ainda não tenha nascido. Mas, depois de nascida, ela não pode levar sequer uma palmada que lhe seja benéfica.
Só posso entender admitindo que a criança antes de nascer não esteja viva, ou se sua vida for igual a de um vegetal, pois nem a insetos se mata desmembrando como ocorre em alguns processos de aborto.
Mas falando da criança já nascida, acho que pressupõem que, desde bebê, tenha a capacidade de entender coisas como não colocar a mão no fogo ou não levar à boca o enfeite de mesa - ou coisas piores - e principalmente de obedecer.
Pressupõem que uma criança ativa domine seu espírito desbravador e entenda que os pais têm razão ao impedi-la de entrar debaixo do brinquedo no parquinho, ou de subir nas prateleiras da geladeira para puxar um pudim delicioso, ou de não tomar o brinquedo novo que o coleguinha ganhou.
Parece coisa de quem não teve filhos ou nunca observou os filhos dos outros.
O que falar das crianças maiores ou dos pré-adolescentes que não ficam quietos? Creio que além de não ter filhos, o autor desse projeto, nunca deu aula: nunca “gestou o caráter” de alguém. Ou tem tanta maldade no coração quanto quem não vê problema algum em matar uma criança cujo corpo ainda está sendo gestado.
Uma nova dimensão aparece se compararmos a criança não educada - ou não disciplinada - com o adulto infrator.
O destino mais óbvio para as crianças não educadas por seus pais é o de menores ou adultos infratores e depois o de criminosos. Pois bem: nosso governo diz estar empenhado em políticas que diminuam a população carcerária. Como? Impedindo o uso dos instrumentos de educação à disposição dos pais?
Veja bem: não estou defendendo espancamentos. O que estou dizendo é que a criança deve ser educada. Para tanto é necessário que ela entenda o que os pais querem lhe ensinar e a linguagem que a criança pequena entende não é o discurso verbal.
A criança deixa de por a mão no fogo quando entende a associação entre a chama e a dor da queimadura, ou à dor menor da palmada do pai. Não é um discurso que convencerá uma criança de que não se pode brincar com fogo.
Quanto aos espancamentos já temos leis boas o suficiente para prender pessoas como aquela senhora que espancava a criança que pretendia adotar.
Ao disciplinar, com a pequena dor da palmada o pai evita a dor maior da queimadura ou do cárcere, mas acima de tudo impõe freio ao erro e respeito a autoridade.
Seria melhor se o governo se empenhasse na formação de pais. Da mesma forma que se preocupa com a formação de motoristas deveria se preocupar com a formação de pais e mães responsáveis.
Um comentário:
Muito boa postagens, principalmente a idéia de formação de pais, seria ótimo que quem quisesse ser pai, fosse lhe imposto que se formasse primeiro, depois passasse por uma boa avaliação psicológica para ver se tem equilíbrio para o mesmo!!
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