E agora? Segundo turno com dois candidatos de esquerda. O que fazer?
Primeiro, um pouquinho de história.
No mesmo ano em que os Inconfidentes mineiros foram presos, 1789, foi instalada na França a Assembléia dos Estados Gerais, e, no mesmo ano em que Tiradentes foi esquartejado, 1892, ela foi dissolvida.
Essa Assembléia era constituída por representantes do chamado Terceiro Estado (camponeses, artesãos e burgueses), tentava diminuir os poderes do Clero (Primeiro Estado) e os da Nobreza (Segundo Estado) e propugnava uma monarquia constitucionalista, semelhante a da Inglaterra. Nos 3 anos em que funcionou, chegaram a produzir a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que é uma das vertentes da nossa atual Declaração dos Direitos Humanos.
Os termos direita e esquerda surgiram nesta assembléia indicando o lado do plenário em que os parlamentares se ajuntavam conforme a posição que defendiam.
Desde então, esses termos foram usados para rotular as mais diversas abordagens políticas, sociais, éticas e econômicas. Porém, rotulando demais, hoje já não significam muito.
Por exemplo: Ouvi alguém classificar o recente aumento da cota de participação do Brasil no controle acionário da Petrobras como “festa da esquerda”. Risível (para não dizer ridículo)! Pois quem tiver um pouquinho mais de memória, se lembrará de que a Petrobras foi criada por um governo de direita . Aliás,todas as demais estatais foram criadas por governos de direita e privatizadas por governos de esquerda. Exatamente ao contrário do que se esperaria.
Eu poderia dar muitos outros exemplos, nas demais áreas citadas, em que tais ideologias sucumbiram diante da vida. Porém, como pastor, além dos erros básicos e monstruosidades perpetradas pela esquerda e já expostos pela história, minha repulsa a ela decorre do que eu chamo de insistência na legalização do pecado. Explico:
Sempre que um governo de esquerda assume o poder, com o discurso de apoio às minorias, insiste na mesma pauta: O Estado deve: 1) Garantir o direito individual de cada um pecar. 2) Cuidar do pecador mesmo quando ele estiver sofrendo as conseqüências de seu pecado. 3) Punir a quem advertir o pecador de seu mal caminho. 4) Apoiar o pecador a convencer às maiorias de que seu modo pecaminoso de viver é o modo correto.
Obviamente nós cristãos devemos socorrer o pecador, mas não podemos avalizar o pecado, muito menos manter - ou ajudar a manter - alguém imerso nele.
Percebeu? Não temos escolha. Se insistirem na ideologia, qualquer um dos dois candidatos já é juízo de Deus. Ou você acha que o atual não é?
Mas parece que eles estão preocupados mesmo é com o poder, e como dependem dos votos de quem se identifica como evangélica, ambos elegeram uma pedra de toque: o aborto (acabo de ler que um dos partidos deve tirar a luta pela legalização do aborto de seu programa de governo para atrair os eleitores dela).
Talvez um neo-evangélico possa resumir todos os seus princípios éticos - são tão poucos - na luta contra o aborto. Porém, isso é apenas uma pequena parte dos valores tradicionais da Reforma Protestante, da qual se dizem herdeiros. O que deve contar de fato é toda uma hierarquia de valores.
Como não espero que nenhum dos dois temam ao Deus revelado nas Escrituras, eu ficaria contente com aquele que tivesse a vida como o primeiro valor, seguido de perto pela verdade.
Bem entendido! Com vida quero me referir a tudo que lhe for relativo: desde a vida de quem ainda está em gestação até a saúde pública, a violência e a ecologia. E com verdade não me refiro apenas ao uso da mentira como ferramenta gerencial, mas a relações políticas, comerciais e internacionais honestas e verdadeiras.
Votarei com a consciência leve no que, pela história, tenha demonstrado mais possibilidade de fazer isso. E pedirei a Deus que tenha misericórdia de nosso país que se diz cristão, mas que não perde uma oportunidade de ofender àquele a quem ele ungiu Cristo e Senhor.
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