Após 30 anos, os inventores pararam de fabricar os pequenos walkmans. Gravei muitas coisas neles. Desde minhas aulas de grego e hebraico, que ouvia no ônibus em que ia para o seminário, até o maior número de músicas possíveis a fim de tornar mais confortável uma viagem longa.
Eu vi essa tecnologia nascer e morrer. E essa é uma das características de nossos dias: ver o nascimento e a morte das tecnologias. Nossos pais raramente viam isso.
Quantas gerações conviveram com relógios de sol? A Bíblia faz menção de um nos dias de Ezequias (2Re 20.11). Não se sabe ao certo quando, mas depois vieram os relógios de areia (ampulhetas) e de água (clepsidras) e só na idade média apareceram os relógios mecânicos a corda. Finalmente, no século XX apareceram os relógios automáticos e os digitais. Todos possuíam a mesma função: medir o tempo. Mas faziam isso usando tecnologias diferentes. E apenas nossa geração viu o relógio de corda, o relógio automático e o digital. Os demais relógios sobreviveram muitas gerações.
Após a escrita o homem conseguiu armazenar mais eficientemente o conhecimento, de modo a não precisar passar por todos os erros de seus pais. Ele já encontrava a fórmula pronta. Bastava segui-la.
Quem dominava uma técnica nova, especialmente que garantisse vantagem sobre seus adversários, tentava escondê-la, lucrar com ela, ou impor, através dela, seu domínio.
Observe como dominar a tecnologia do ferro foi importante: “Esteve o SENHOR com Judá, e este despovoou as montanhas; porém não expulsou os moradores do vale, porquanto tinham carros de ferro” (Jz 1.19). E: “Clamaram os filhos de Israel ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e, por vinte anos, oprimia duramente os filhos de Israel” (Jz 4.3).
Assim age o mundo moderno. Os países detentores de tecnologia de ponta impõem sua agenda aos demais, pois o conhecimento de como fazer vale mais do que o material do qual o produto em questão é feito. Entretanto isto não é novo. Veja: “Importava-se, do Egito, um carro por seiscentos siclos de prata ... nas mesmas condições, as caravanas os traziam e os exportavam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria” (1Re 10.29).
Devemos ter, pelo menos, dois cuidados para que isso não envolva nosso modo de viver:
1º Não devemos permitir que nossos valores morais se tornem tão descartáveis quanto nossas tecnologias (note que sequer falei de objetos descartáveis que nos rodeiam como lenços, fraldas, giletes, canetas, etc.), pois infelizmente essa tendência está presente. Veja as estatísticas crescentes de divórcio que mostram como o casamento está ficando descartável.
2º Devemos sempre nos lembrar de que, apesar do possuidor de uma nova tecnologia ter grande poder, isso não o torna onipotente. O inimigo oprimia o povo de Deus com 900 carros de ferro, mas não dominava o clima. Deus atolou seus carros na lama depois de chuva torrencial.
A tecnologia é de grande ajuda. Apenas isso. Ela muda. Passa. Sempre mudou e sempre mudará. Sempre passou e sempre passará. Aliás, “o mundo passa, com tudo o que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1Jo 2.17 NTLH).
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Um comentário:
Amém, que não vehams trocar os valores celestiais e etrnos, pelos que passam!!
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