sábado, 10 de setembro de 2011

Pecando contra a castidade

“Eu, porém, vos digo:
qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura,
no coração, já adulterou com ela”
(Mt 5.28)

Os judeus, que acreditavam piamente nunca pecarem contra a castidade, mesmo possuindo mais de uma mulher, desde que fosse dentro da lei, ouvindo palavras como estas devem ter ficado perplexos. Em outro lugar enquanto Jesus falava sobre o mesmo tema, um de seus discípulos declarou: “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar” (MT 19.10).

Jesus vê a intenção e o ato cometido como atentados contra a castidade. E desde cedo pecamos contra ela.

Na infância a curiosidade nos impulsiona mais, já na adolescência e na juventude o que nos move mais é o que o apóstolo Paulo chamou genericamente de “paixões de juventude”.

Enquanto adultos, o que mais nos impele mais é a sensação de que a vida está passando e não foi desfrutada, ao passo que na velhice o que mais nos afeta é a saudade do que poderíamos ter feito.

Os antigos diziam que este é o pecado do não realizado, da fugacidade, do “como teria sido bom”!

Não se esqueça: Estou falando de convertidos, pois quem não o é, sequer vê isso como pecado.

Vida casta não é vida sem sexo. É vida com o sexo segundo Deus. À luz dos ensinos bíblicos, casto é quem desfruta, diante de Deus, do estado conjugal que vive. Se solteiro dedica-se à glória de Deus. Se casado dedica-se, à mesma glória de Deus, através do cônjuge: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.7-8).

Peca contra a castidade quem vive sexualmente fora do estado conjugal que Deus o colocou, ou quem atenta contra tal estado em si ou nos demais: homem ou mulher.

O padrão que Jesus mostrou é muito alto, pois mesmo para um mundo caído ele citou a criação anterior ao pecado. Quando perguntado sobre o divórcio ele respondeu “não foi assim desde o princípio. ... quem repudiar sua mulher não sendo por causa de `porneia` e casar com outra comete adultério”(Mt 19.8).

Como Jesus estava se dirigindo a homens, é necessário, por abrangência, estendermos o texto: “repudiar seu marido”.

O termo grego `porneia`, geralmente traduzido por relações sexuais ilícitas, é muito amplo. Aplica-se a homem ou mulher e dele nasce tudo o que hoje chamamos de pornô. Vai da simples sensualidade (tão apreciada na moda) até as aberrações explícitas que a mente mais depravada pode conceber.

Geralmente me perguntam por que Deus é tão fechado? Se há consenso entre os que praticam, que mal pode haver?

É a ordem da criação a que Jesus se referiu. Fomos feitos para extrair um deleite mútuo, que talvez nem nossos primeiros pais tenham provado, porém isto era - e é ainda é - protegido por um pacto, que remanesce no casamento.

Tudo é uma questão de se obedecer a Deus. Do mesmo modo que ele quer que honremos nossos pais, e nos proíbe de menosprezar o próximo, ele também odeia que pequemos contra a castidade.

Vilipendiamos sua imagem em nós quando fazemos isso: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz (porne)? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta (porne) forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1Co 6.15-17).

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