domingo, 13 de outubro de 2013

Ansiedade

...lançando sobre ele
toda a vossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de vós
(1º Pedro 5.7)

Em muitos lugares as Sagradas Escrituras nos advertem sobre a dificuldade de se viver os padrões de Deus. Diferentemente do marketing feito pelos novos evangélicos as Escrituras não prometem nada além de dificuldades. Afinal, se o próprio Jesus disse que estava nos enviando como ovelhas para o meio de lobos, dizer algo diferente é, no mínimo, mentira.

As dificuldades que enfrentamos decorrem do fato de que os nossos padrões e os padrões do mundo em que vivemos estão aquém dos padrões impostos por Deus. Aliás, na grande maioria das vezes são opostos.

Creio que a maior dificuldade é aquela que estamos vivendo no momento, pois é com ela que temos de nos ocupar. Creio também que quando o Senhor Jesus disse que “basta ao dia o seu próprio mal”, nos ensinou que cada dia traz consigo algum tipo de dificuldade para aqueles que vivem na dependência do Pai.

Entretanto se olharmos para as dificuldades sofridas por nossos antepassados, perceberemos que a soma de todas as dificuldade pelas quais estamos passando é nada perto das que eles sofreram. Ou será que, diante de uma fogueira, ou de instrumentos de tortura, continuaríamos firmes em nossa fé?

Mas, voltando às nossas dificuldades diárias, que não incluem perseguições - pelo menos por enquanto - há um mal que nos persegue implacavelmente, pois está dentro de nós e nos acompanha todos os dias: a ansiedade.

Quem pode controlá-la? 

Ela tem duas origens: disfunções de nosso organismo ou a percepção de algum tipo de ameaça futura. As disfunções orgânicas podem ser remediadas. Já temos até um nome para essa classe de remédios: ansiolíticos (de ansiedade mais a palavra grega lytikos, que significa capaz de dissolver).

Mas, e as percepções de ameaças? Fundamentadas ou não elas revelam o quanto cremos que Deus está no controle de tudo. Em síntese: elas demonstram, em maior ou menor grau, verdades sobre nossa fé.

Como Deus é misericordioso para conosco, os remédios que atuam contra a disfunção orgânica também nos ajudam naquilo que deveria ser resolvido pela robustez da fé. É como se Deus, respondendo ao pedido daquele pai citado por Marcos 9.21-27, minorasse o sofrimento que nossa pequena fé nos faz passar.

Porém, necessito fazer uma ressalva. Até aqui vimos o lado negativo da ansiedade. Paulo, em 2Co 11.28, usa a mesma palavra pra falar dos cuidados que pesam sobre ele com relação as igrejas, e bem sabemos que podemos ficar ansiosos face a algo de bom que esperamos acontecer. Não ficam ansiosos os noivos antes do casamento? Não vive ansiosa a Igreja aguardando a volta de seu Senhor?

Hoje estamos diante de presumíveis adversidades, mas também estamos diante de enormes possibilidades. Ambas podem nos deixar ansiosos. Não há o que fazer além de colocar em prática a ordem do Apóstolo Pedro e pedir que Deus tenha misericórdia de todos nós.

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