Conta-se que a Ferrari já havia ganhado fama, quando um fazendeiro comprou uma e logo depois veio reclamar da embreagem. O próprio Enzo ouviu e o despachou dizendo que ele só entendia de embreagem de tratores. Com raiva e com vontade de fazer algo melhor, ele montou uma concorrente que, até hoje, produz artesanalmente seus carros após encomenda. Seu nome era Lamborghini.
Há algum tempo atrás um amigo muito querido, me confessou que passou uma noite insone, ansioso para pegar seu carro novo de manhã. É um excelente carro, mas não é uma Ferrari, muito menos uma Lamborghini. Fiquei pensando que se ele estivesse esperando por uma dessas ... acho que já teria feito o ofício fúnebre dele.
Na idade média houve uma coleção tão grande de relíquias, que, se juntássemos todas, provavelmente, teríamos diversas cruzes, muitos pregos, muitas túnicas, etc. Houve quem garantisse possuir um pouco do leite que alimentou o Senhor nos braços de sua mãe. Valiam muitíssimo! Tanto que se cobrava ingresso para admirá-las. A simples visita a uma delas em Roma “garantia perdão de pecados”.
Há algumas ainda hoje. A mais conhecida delas é o suposto lençol com que José de Arimatéia amortalhou nosso Senhor: o chamado Santo Sudário. Apesar da datação de seu tecido remonta à idade média, há uma igreja em sua homenagem e não há preço para ele.
Convencionou-se pensar que o Senhor, como carpinteiro fazia móveis. Talvez até os fizesse, mas a palavra que traduzimos por carpinteiro (tekton, de onde vem arquiteto) refere-se muito mais a construtor. Provavelmente ele tenha feito mais colunas, vigas, marcos de portas, madeiramento para estuque de cobertura, do que cadeiras como sugere um filme recente.
Vamos admitir que ele tenha feito pelo menos um tamborete, daqueles de três pernas. Você já imaginou o preço que isso teria hoje?
Observe: Meu amigo ansioso por seu carro, pessoas dispostas a pagar ingressos para ver um suposto pedaço da cruz e o valor que teria um eventual móvel que o Senhor tivesse fabricado. Entretanto, vivemos em um mundo cheio de coisas, “fabricadas” pelo Senhor e não damos a elas o valor que deveríamos dar.
Porém, o que eu quero mesmo é chamar sua atenção para o fato de que você vai morar em uma casa feita pelo Senhor: o verdadeiro construtor, do qual todos os demais, por mais grandiosas que tenham sido suas obras, são apenas tipos pálidos. Você anseia por esta casa? Passa noites mal dormidas esperando por ela?
Já me disseram que os carros são antecipadamente conhecidos, e as casas daqui, geralmente acompanhadas desde a planta. Mas a casa futura é um mistério, pois, ninguém voltou para descrever a sua.
Em parte é verdade. Entretanto o Senhor, que morreu, voltou e nos assegurou que não devemos temer, pois estaremos com ele. Nossa chegada lá será marcada pelas palavras “Servo bom e fiel. Tu foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor”. Logo em seguida tomaremos assento, à mesma mesa com Abraão, Isaque e Jacó, partiremos o pão juntos e beberemos um vinho que o Senhor espera para beber conosco.
Será que não é motivo para dizermos com o Apóstolo que estar com Cristo é incomparavelmente melhor?
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2 comentários:
Muito interessante...
Realmente analisando da forma como você expôs ficou excelente. Principalmente o fato que a maioria de nós, ou quase todos, anelariam por ver uma construção ou móvel feito por Jesus. Talvez economizássemos por toda uma vida para uma única vez digirirmo-nos para um determinado lugar para prestar reverência a um objeto, porque Cristo o fez. Interessante verificarmos que é exatamente o que ocorre como os islâmicos... pelo menos uma vez todos tem que realizar uma peregrinação a Meca... Engraçado que alguns homens apesar de condenarem completamente o islamismo, praticam alguns rituais bem parecidos.
Ao passo que Deus criou todas as coisas conforme você, também, expôs, mas não damos a Deus a glória por todas as coisas que ele fez. Dificilmente fazemos a analogia que vocÊ expôs. Talvez isso se deva ao fato que em nossos dias vivemos um homocentrismo desfarçado de teocentrismo.
Mas toda a criação continua anelando pela rendenção da raça humana. Fico realmente contemplativo ao lembrar deste versículo em romanos 8
Sim, de fato pensar nas coisas do porvir é uma doce esperança... que procuro pensar nos momentos em que eu estou desanimado com as circustâncias.
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