terça-feira, 23 de junho de 2009

Outras conseqüências do Pentecostes

Ao formar o povo da Antiga Aliança Deus seguiu determinada ordem: 1) os libertou do cativeiro egípcio pelo sangue do cordeiro aspergido nos umbrais das casas, 2) em meio a fogo e vento outorgou-lhes, em tábuas de pedra, suas leis, transformando-os em um povo com identidade nacional, 3) conduziu-os pelo deserto até a terra prometida a seus pais, e 4) os assentou nela com ordens expressas de não fazerem contato com nenhum povo vizinho.

Ao formar o povo da Nova Aliança Deus seguiu ordem semelhante: 1) os libertou do cativeiro espiritual mediante o verdadeiro sangue derramado na cruz, 2) em meio a fogo e vento escreveu sua lei no coração de cada um, transformando-os num povo independente de barreiras nacionais 3) e até hoje os conduz por caminhos mais perigosos do que os do deserto, com ordens de contatarem as nações divulgando estes acontecimentos, antes de entrarem na verdadeira terra tipificada pela anterior.

Observe que o esquema é o mesmo, mas cada evento é mais profundo, pois na Antiga Aliança se trabalhava com as sombras do que de fato aconteceria na Nova.

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A Igreja não foi libertada de um cativeiro comum, mas do “império das trevas”, da “potestade de Satanás”, das “forças espirituais do mal”.

Os acontecimentos do Sinai, selados com sangue de cordeiros, repetiram-se no dia de pentecostes (curiosamente, ainda hoje, os judeus, neste dia comemoram a entrega da Lei por Moisés). O vento e o fogo no cenáculo não foram tão terríveis quanto no Sinai, mas estavam lá também. E lá ao contrário do Sinai, eles apontavam para o mundo. O isolacionismo determinado no Sinai, que tinha por objetivo preservar a semente da qual nasceria o Redentor, foi completamente abolido. Isso fica claro quando o novo povo de Deus recebe a capacidade de falarem pelo menos 14 idiomas.

Há muito nas comparações entre o período no deserto e o período em que vivemos. O Apóstolo Paulo, destaca seis semelhanças do que acontece conosco com o que aconteceu no deserto: 1) todos foram batizados, 2) “todos comeram de um só pão” e todos “beberam da mesma fonte espiritual”. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, pois, como acontece hoje, eles foram: 3) idólatras, 4) imorais, 5) murmuradores e 6) lhe desrespeitaram.

No deserto, pessoas que há quatrocentos anos eram escravos, cujo maior conhecimento tecnológico era fazer tijolos de terra arenosa, foram ordenados a erigir um Tabernáculo, onde o SENHOR seria cultuado, que demandava trabalhos em tecidos, perfumes, pedras preciosas, marcenaria, fundição de metais, desenhos, e outros trabalhos de artífices especializados. O que fazer?

Nesse contexto foi que o Santo Espírito capacitou a Bezalel e a Oliabe a fazerem tudo isso e a ensinar seus auxiliares. Observe a descrição no Livro do Êxodo em seus capítulos 31 a 38.

Na Nova Aliança, não precisam mais de um Tabernáculo, pois Deus fez morada no coração de seu povo, mas possuem necessidades materiais: saúde, socorro financeiro, capacidade de anunciar a Boa Nova a estrangeiros, etc. Quantas eram as necessidades não resolvidas normalmente, tantos eram os dons concedidos pelo Espírito Santo. Semelhantemente ao que fez a Bezalel.

E como aconteceu quando Jesus multiplicou os pães, não houve sementeira nem colheita; muito menos preparo. O Senhor “queimou etapas” e com pães já prontos, fez o que faz todos os dias, quando semeamos a terra: multiplicou o grão em espiga.

À uma multidão de peregrinos, sem recursos para permanecer mais tempo em Jerusalém, ele levantou homens como Barnabé que vendiam tudo o que possuíam e depositavam o valor aos pés dos Apóstolos. Ou credenciou o novo anúncio das grandezas de Deus mediante milagres, inclusive de curas.

E, quando a barreira era a língua, quem trazia as boas notícias era capacitado a falar das grandezas de Deus no idioma de quem deveria ouvi-las.

O Espírito Santo sempre acompanhará seu povo e suprirá suas necessidades. Entretanto não lhe imaginemos ingênuo ao ponto de levar alguém a falar coisas sem sentido a pessoas que usam o mesmo idioma que nós.

“Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos” (1Co 14.20).

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