domingo, 12 de dezembro de 2010

Tristezas e alegrias próprias de dezembro

Dezembro é prenúncio de férias e de festas, bem como certeza de calor e correria.

Com a expectativa das férias o ânimo se renova e aparece novo fôlego para aguentar um pouco mais de um ano que, passou tão rápido, mas pareceu tão comprido e penoso.

Com a expectativa das festas as listas de presentes chegam aos pais, que precisam balancear-lhes o peso com o de seus salários e com o peso da montanha de impostos e despesas que os espreitam na esquina de janeiro.

Você conhece combinação pior do que calor com correria? Geralmente ela se associa à impaciência, que também aparece do nada nas filas, mais comuns e mais lentas, em dezembro.

Para mim, dezembro é um mês difícil. Difícil e triste.

Mas não tire conclusões precipitadas. Não estou reclamando, tampouco maldizendo, e apesar do que me entristece – e que explicarei no final – dezembro também me traz muitas alegrias.

Os diversos relatórios que tenho de examinar, resumir e divulgar, me alegram. Afinal, eles mostram o quanto o rebanho, sobre o qual o Senhor me constituiu pastor, trabalhou durante o ano.

Os próprios relatórios que tenho de fazer também me alegram. Eles mostram o quanto fiz e o quanto deixei de fazer e sugerem estratégias para o próximo ano.

Fico alegre também em presentear. São poucos presentes que posso dar. Especialmente se comparado aos muitos queridos com que Deus me presenteou. E esses poucos são mais utilidades do que regalos. Mas fico alegre em presentear.

Fico alegre em ver minha família reunida. A mesa farta de coisas saborosas, de conversas descontraídas e alegres e especialmente de gratidão a Deus.

Mas, acima de tudo, me alegro por que esse dia foi reservado – dentre muitos – para trazer à memória o fato mais impressionante e incompreendido de toda história: o Verbo se fez carne. A Palavra de Deus – aquela que não lhe volta vazia, mas faz tudo o que lhe apraz – assumiu nossa natureza, e nunca mais se separará dela.

A palavra de Deus, agora, é Jesus. E Paulo nos ensina que nele há o “sim” de Deus.

Reunidos, nos convidemos mutuamente: “Ó vinde fiéis triunfantes e alegres ... Nasceu vosso rei o Messias prometido: ó vinde adoremos a nosso Senhor!” Nada é tão importante.

Mas... E a tristeza de dezembro?

Fico triste em ver que todos – os que acreditam nessa verdade ou não – estão atestando, sem se dar conta, a veracidade desse fato. Em outras palavras: minha alegria vem de tudo o que meu Senhor fez por mim e minha tristeza vem de tudo o que fazem contra ele.

Amontoam sobre si condenação sobre condenação. E pior: transformam o que deveria ser um simples ato de gratidão por ele ter adquirido nossa natureza em uma verdadeira festa pagã e em pretexto para libertinagem e coisas piores.

Entretanto, apesar dessa tristeza, jamais deixarei de me alegrar por tal maravilha. Então canto com alegria: “Nasce Jesus! Eis a mensagem celeste! Raia a luz da salvação, triunfante vem! Salve ó Cristo! Firma teu justo império! Gratos louvores anjos e homens deem!”

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