segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cuidado Profético


No artigo da semana passada eu falei de cuidado profético como algo decorrente do ministério dos antigos profetas que ainda permanece nas águas do Rio "História da Redenção".

Ainda não me perguntaram o que quero dizer com isso, mas creio ser melhor me antecipar.

Apesar de alguns permanecerem anônimos, trinta e cinco pessoas são chamadas de profetas nas Escrituras Sagradas. Desses, apenas dezesseis deixaram profecias escritas.

Essas pessoas - e apenas eles - tiveram o privilégio de contemplar o curso deste rio (o Rio da “História da Redenção”). Deus concedeu-lhes a graça de ver antecipadamente os meandros, as cachoeiras e os remansos, e, apesar de também fazerem parte dele, integrando sua corrente, como que arrebatados ao alto, puderam vê-lo pela extensão que Deus quis mostrar.

O que viram ficou registrado nas Páginas Sagradas, e nos servem hoje de duas formas: 1) por analogia com situações semelhantes, 2) ou por terem visto até os dias de hoje ou além.

É neste contexto que o Apostolo Pedro nos exorta: "Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1.19).

Observe que Pedro estava falando das Escrituras, e surpreendentemente após ter contado uma visão fantástica de Jesus glorificado, ao lado de Elias (um profeta que nada escreveu) e Moisés (primariamente legislador, mas também profeta).

O cuidado profético é, portanto o ato de verificar o que de análogo há hoje com os dias antigos, e o que, da resolução que Deus forneceu através de seus santos profetas, pode ser aplicada, e também que profecia ainda está sendo cumprida hoje.

Em suma: atender, examinar, perscrutar as Escrituras e aplicá-las ao nosso dia-a-dia, mantendo a analogia da Fé.

O Apóstolo Paulo foi bem claro ao falar desta segunda analogia quando escreveu à igreja de Roma em um período em que o Novo Testamento ainda não tinha sido formado e que, portanto o Espírito Santo servia-se das últimas nascentes do Rio História da Redenção (os profetas do Novo Testamento): “tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a analogia da fé” (Rm 12.6).

Embora nossas traduções brasileiras insistam na palavra “proporção” a ênfase deve ser dada não na quantidade, mas na correspondência entre o que o profeta da igreja primitiva falava, com o que o profeta bíblico havia escrito já que: “... não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.19-21).

Hoje temos escritas as mensagens dos profetas (as últimas nascentes do rio “História da Redenção”) e as aplicamos. Permanecer no mesmo rio que os tem como afluentes é o que chamei de Cuidado Profético.

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