sábado, 19 de março de 2011

Profecias de Fim de Mundo

Sempre ouvi falar de terremotos e maremotos, mas não sei precisar a data em que ouvi a palavra tsunami.

Lembro-me de que depois de ouvi-la, pensando em seu significado (literalmente onda de porto) como sinônimo de onda de grandes proporções, imaginei que era um modismo. Afinal já conhecia maremoto. Então me explicaram que maremoto é consequência de um abalo sísmico e um tsunami pode ser causado até pela queda de um meteorito. No final de 2004 vi, através da televisão, o estrago que um tsunami pode fazer.

Lembro-me também de que quando eu era adolescente, impressionado com um livro sobre profecias, passei a pesquisar muitas estatísticas de terremotos. Eu desejava saber se o numero deles estava aumentando. Hoje vejo que o resultado, qualquer que seja, é inútil, por duas razões.

Primeira: sempre houve terremotos e tudo indica que sempre haverá. A sensação que temos de um número crescente deles decorre da maior cobertura da imprensa. Hoje temos canais de rádio e TV dedicados exclusivamente a notícias e tão ávidos por preencher pautas que divulgam até os pequenos tremores ocorridos em áreas desertas.

Ainda nessa primeira razão há que se considerar o aumento populacional. Nosso planeta possui atualmente uma população, pelo menos 6 mil vezes maior do que possuía à época em que nosso Senhor andava pelas estradas da Judéia. Portanto, um terremoto hoje é potencialmente mais letal.

A segunda razão decorre do fato de que nenhuma profecia fala do aumento da atividade sísmica, somos nós quem subentendemos isso. O discurso profético do Senhor, consistentemente anotado nos Evangelhos sinóticos fala simplesmente “haverá terremotos” ou “haverá grandes terremotos”. Não fala em aumento do número deles.

A ideia de aumento nos vem do contexto geral de tribulação a que nosso Senhor se referiu. E eu não duvido de que haja tribulação ou Grande Tribulação. Vou mais longe: não duvido de que já estejamos vivendo, há muito tempo, a Grande Tribulação. Entretanto, não consigo ver a tragédia japonesa como cumprimento de uma profecia específica.

Consigo sim ver sinais de alerta de que, a mais organizada, técnica, rica e poderosa sociedade humana representa nada diante de uma simples onda.

Consigo ver outros sinais. Por exemplo: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.25-26). Neste pequeno texto nosso Senhor destaca o efeito sobre os homens: angústia, perplexidade, terror e expectativa. E isso aumenta em nossos dias.

A tragédia japonesa, para mim, é um alerta a que consideremos nossa fragilidade. Um alerta eloquente que atingiu todos os ouvidos.

Parece Jesus dizendo: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.

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