sábado, 26 de março de 2011

Sobre datas e aniversários

A dificuldade para se estabelecer uma data – qualquer data – nos tempos bíblicos era muito grande. Maior ainda era a dificuldade para repeti-la anualmente.

Hoje vivemos cercados de calendários. Temos agendas eletrônicas que podem retroceder o calendário ao dia em que nascemos ou anteceder qualquer evento em anos e até fazer a conversão entre nosso calendário e o calendário chinês, o juliano, o judeu, etc.

Já não nos damos conta do quanto era complicado para um povo que não tinha sobre o que escrever, ou, se tivesse, dificilmente saberia como fazê-lo, pois, se, copiar qualquer texto já era uma tarefa difícil, imagine montar um calendário.

O calendário judeu era complicado por natureza: seus meses eram lunares, mas seu ano tinha de ser solar, pois as festas religiosas estavam ligadas ao plantio e a colheita.

A Páscoa devia ser celebrada antes do plantio do trigo e o Pentecostes após sua colheita.

Se seguissem os meses lunares jamais poderiam observar as datas estabelecidas pelo Senhor no capítulo 16 do Deuteronômio. Então, a cada dois anos, mais ou menos, em obediência às observações dos anciãos do templo, era acrescentado um mês inteiro ao calendário.

(Se hoje já brincamos com quem nasce em 29 de fevereiro, se comemorassem aniversários naquele tempo, o que fariam com quem nascesse nesse mês?)

Imagine alguém tentando calcular há quanto tempo determinada sinagoga foi inaugurada, ou quando uma família teve seu início.

As vezes fico pensando como é que alguém conseguiu calcular que o Tabernáculo foi concluído em 1º de abril de 1.461 a.C., ou que a crucificação de nosso Senhor tenha ocorrido em 15 de abril de 29. Especialmente considerando a quantidade de dias que já foram suprimidos ou acrescentados para mudarmos de calendários como mudamos, conforme já mostrei no boletim de 30/12/2005 (que pode ser lido aqui).

As datações que encontramos na Bíblia sempre são indiretas. Por exemplo: “No ano da morte do rei Uzias...” (Is 6.1), ou “No décimo oitavo ano do reinado de Josias...” (2Cr 35.19), ou ainda “E a tomaram ao fim de três anos, no ano sexto de Ezequias, que era o ano nono de Oséias, rei de Israel, quando tomaram Samaria” (2Re 18.10), simplesmente por que não havia um calendário amplamente usado como temos hoje.

Podemos dizer com alegria: hoje nossa igreja completa 43 anos desde sua organização.

Podemos até dizer que hoje, 27 de março de 2011, completamos 42 anos e 360 dias, ou 523 meses, ou ainda 15.700 dias. Nos dias bíblicos fazer isso era muito difícil.

Hoje temos a bênção de registrar com abundância e graças a Deus pudemos substituir os memoriais de pedra do passado por memoriais mais precisos e dizer: em 31 de março de 1968 um grupo de irmãos fundou na Ilha do Araújos uma igreja presbiteriana e hoje, quarenta e três anos depois, a despeito das lutas, ela continua presbiteriana, pois essa foi a identidade que recebeu e essa é a identidade que manterá até a volta de seu Senhor.

Que o Senhor continue a nos abençoar.

Um comentário:

Milton Jr. disse...

Parabéns à IP da Ilha. Que o Senhor continue mantendo-os fiéis, para sua própria glória e louvor!

Pode um Cristão ser “Esquerdista”?

1º - Se for presbiteriano (membro da Igreja Presbiteriana do Brasil) não pode, pois o Concílio Maior desta denominação já condenou diversas...