sábado, 13 de agosto de 2011

Plenitude dos tempos (2 de 2)

Em seu início a Igreja esperava a volta de Jesus para o dia seguinte. Eu creio que foi por essa razão que muitos ficaram em Jerusalém. Devem ter pensado: quarenta dias entre a ressureição e a ascensão e dez dias entre a ascensão e o derramamento do Espírito Santo... Ele deve voltar logo!

Não esqueçamos também que o sermão de Pedro identifica o Dia de Pentecostes como o início dos Últimos Dias (inclusive contendo sinais das catástrofes cósmicas que o Senhor profetizara para o Último Dia). A consequência foi colocarem o que tinham à disposição dos apóstolos e aguardarem a volta do Senhor.

Esse processo se repetiu na Igreja de Tessalônica. Paulo, que também esperava a volta do Senhor Jesus para seus dias, os deixou tão eufóricos, que precisou escrever uma segunda carta dando sinais mais precisos de que a volta do Senhor será necessariamente precedida por uma apostasia e pelo “homem da iniquidade”.

Curiosamente, em sua segunda carta o apóstolo Pedro alerta-nos contra escarnecedores que nos questionarão sobre a realidade da volta do Senhor argumentando que está demorando e tudo continua igual.

Hoje, muito mais tempo depois, encontramos quem desacredite totalmente da sua volta e quem busque explicar sua demora.

Ao longo da história da Igreja apareceram diversas explicações para a volta do Senhor, sendo que a maioria delas tenta justificar sua demora.

Há os que dizem que nós é que vamos nos encontrar com ele quando morremos e que sua volta é apenas um modo de falar. Outros já marcaram sua volta com precisão de data e hora, e, frustrados (como vimos recentemente) admitiram o erro, ou escolheram expedientes escusos como dizer que ele voltou, mas viu que não estávamos preparados e resolveu dá-nos uma segunda chance, ou foi para outro lugar, fazer outra coisa.

Há quem pense hoje que ele virá. Entretanto, se achegará às proximidades do planeta, arrebatará sua igreja fiel e reinará com ela por mil anos em algum lugar. Depois dos mil anos, e de uma guerra avassaladora na terra, ele finalmente descerá com os que arrebatou e salvará os que se converteram e sobreviveram à guerra.

Na verdade, o Senhor Jesus deixou bem claro que sua volta era iminente: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27).

Ele chegou a usar figuras desconcertantes para enfatizar essa iminência: “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.43-44).

Porém, tenho visto muitas pessoas imaginando que o texto de Mateus 24.14 (E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.) permite pensar que ainda teremos muito tempo. Já vi até quem falasse isso com um sorriso maroto. Porém não é esse o quadro mais amplo. Veja: “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam” (Mc 16.20).

Aos olhos de Deus a “grande comissão” já foi cumprida. O mundo inteiro já foi evangelizado pelos apóstolos de Jesus. Cabe-nos somente mantê-la cumprida. Ou seja: Jesus pode voltar agora. Nada o detém!

Vem Senhor Jesus!

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