Mais de quatrocentos anos antes de nosso Senhor adquirir nossa natureza, dois gregos, Leucipo e Demócrito, imaginavam o que aconteceria a um objeto sucessivamente dividido pela metade. Concluíram que se chegaria a um ponto em que não se poderia dividi-lo mais. A esse ponto, ou partícula, deram o nome de: “o que não pode ser dividido”. Em grego: “átomo”.
Com poucas variações essa ideia foi a que permaneceu até 1911, quando o neozelandês Ernest Rutherford demonstrou em laboratório, que aquilo a que se chamava de átomo era composto por elementos de cargas elétricas diferentes. Portanto, o indivisível podia ser dividido.
Dois anos depois, em 1913, o dinamarquês, Niels Bohr, propôs o que até hoje é imaginado como sendo a estrutura formal do átomo: Um núcleo ao redor do qual orbitam elétrons. Com o passar do tempo concluiu-se que o núcleo é composto de prótons (eletricamente positivos), nêutrons (eletricamente neutros) e elétrons (eletricamente negativos). Mas, descobriu-se também que a divisão de um átomo produz uma enorme quantidade de energia. Começava a era nuclear.
Começava também o estudo das partículas que compõem o átomo. Hoje já se conhece dezenas delas, dentre as quais os Férmions, os Hádrons e os Bósons (batizados assim em homenagem ao físico indiano Satyendra Nath Bose, cooperador de Albert Einstein) e se teoriza a existência de muitas outras.
A busca pelo descobrimento da essência do que, de tão pequeno não se pode ver, levou a muitas teorias e experiências. Diversas estão sendo feitas ao mesmo tempo. As notícias mais recentes vem de uma organização fundada em 1954: A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear, mais conhecida como CERN.
A imprensa está fascinada pelas experiências do LHC (Large Hadron Collider), ou Grande Colisor de Hadrons (ou Máquina do Fim do Mundo, como ficou conhecida quando foi ligada em setembro de 2008). No fundo o LHC é apenas um acelerador de partículas, como tantos outros, só que é gigantesco: Foi montado em um túnel de 27km de diâmetro, a 100m de profundidade, sob a fronteira franco-suíça (a um custo de 8 bilhões de dólares). Apesar de sua localização, conta com a colaboração de 35 países, 120 instituições e mais de 1300 pesquisadores do mundo todo.
Tenho até medo de escrever isso, mas parece que o único objetivo dessa máquina fantástica é fazer com que uma partícula se choque contra outra em uma velocidade muito próxima da velocidade da luz, para que se registre o que resulta dessa pancada.
Em um informativo público do CERN há um gráfico com a seguinte explicação (está em http://public.web.cern.ch/public/Welcome.html - Acessado em 10/7/2012 às 17:48h): “Colisão próton-próton em uma experiência do ‘Compact Moun Solenoid’ produziu quatro muons de alta energia. Este evento mostra características consistentes com a deterioração de um Boson de Higgs, mas também consistente com os modelos padrões da física” (tradução minha).
Pois bem: Há 2400 anos da interação aluno-professor, com recursos que dificilmente passariam da conversa e anotações em pergaminho, concluiu-se que todas as coisas eram formadas por partículas indivisíveis. Há 100 anos houve necessidade de um laboratório, material radiativo e lâmina de ouro para se descobrir apenas o início de um caminho que, no dia 4 de julho passado aventa a possibilidade de se ter descoberto uma das muitas partículas propostas pelos modelos matemáticos necessários para explicar os diversos comportamentos observados de um átomo.
“A glória de Deus é encobrir as coisas,
mas a glória dos reis é esquadrinhá-las”
(Provérbios 25.2).
Em um reles grão de areia há um verdadeiro universo e ainda há quem creia que isso tudo é obra do acaso!
Quando Leucipo e Demócrito discutiam a natureza do átomo imaginaram também que nem todos eles poderiam ser iguais. Pensaram que os da água seriam redondos, para que ela fluísse, e os dos sólidos seriam cúbicos, para que fossem rígidos. Hoje o problema é com os componentes do átomo. Por exemplo, os que, como a luz, que se comporta tanto como onda quanto como matéria (Einstein ganhou seu Nobel ao mostrar isso).
Ainda me lembro das experiências do colégio em que acendíamos uma lanterna contra uma tira de papel alumínio, e a tira de papel se mexia como se a luz a impelisse, a exemplo do que o acontece com a vela de um barco soprada pelo vento. Como é que a luz consegue empurra-la sem possuir matéria? Ninguém sabe, mas esse efeito (chamado fotoelétrico) controla desde as portas dos elevadores, até máquinas mais perigosas. Isso é parte do mistério que o físico britânico Peter Higgs se propôs resolver matematicamente em 1964.
Será que finalmente, depois de tanto esforço e tanto custo, conseguiram? Ainda manterão a crença de que estas maravilhas foram resultado casual de uma explosão?
Esses homens abençoados por Deus com inteligência extraordinária, estão fazendo aquilo para o que foram criados: descobrir as grandezas de Criador. Que situação embaraçosa será para os que negam sua existência, quando se encontrarem com ele e perceberem que se tornaram mais indesculpáveis ainda, pois conhecem muito mais as maravilhas de sua criação?
Quanto a mim, parodiando o salmista, digo: Quando olho os teus grãos de areia...
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