A fome sentida era tão intensa que as alfarrobas pareciam apetitosas, afinal os porcos a comiam com uma voracidade impressionante. Mas não lhe permitam comer delas. O patrão pagava muito por uma porção delas.
- Que qu’eu to fazendo aqui? Na casa de meu pai até os servos tem pão com fartura e eu aqui não posso sequer comer a comida dos porcos? Vou-me embora! Vou pedir perdão a meu pai e me vender como escravo. Pelo menos a fome eu mato.
- * -
Geralmente ouço como desculpa à pouca oração: “Se Deus sabe de todas as coisas para que orar”? Adianta muito pouco dizer que oramos porque Deus nos manda orar e pronto, pois embora isso seja verdade, essa resposta nos priva de uma grande lição sobre Deus e sobre nós mesmos.
Você já parou para pensar por que razão o pai deixou seu filho sair de casa? Está lembrado? Não há sequer uma tentativa de dissuadi-lo. O filho pede sua parte na herança e, sem discutir, o pai reparte seus bens. O filho transforma tudo em dinheiro e vai para uma terra distante e o pai permaneceu calado.
- * -
Pelo caminho de volta o filho vem ensaiando o que falaria com o pai. Precisava prometer algo que pudesse cumprir, pois o que ele havia feito era o mesmo que considerá-lo morto.
A distância era tão grande que ele teve tempo de preparar mais do que uma desculpa. Ele preparou uma súplica: Pequei. Não sou digno. Aceita-me como um escravo.
Se o pai
não o tivesse deixado na situação de desejar comer a comida dos porcos, ele
jamais faria essa oração. E esta é a lição para nós: a oração mostra que ele aprendeu
a se conhecer. Nela ele confessa que havia afrontado o pai, que havia se
tornado indigno de ser seu filho e que valia menos do que um escravo.
Essa oração demonstra também que ele aprendeu a conhecer o pai, pois apesar de tê-lo afrontado ele sabia que seu pai era misericordioso. Misericordioso até com os escravos.
- * -
O maior beneficiado com nossas orações não é Deus. Ele não precisa nem gosta de bajulação. E, ao contrário do que esses doidos de plantão afirmam, ele não está carente e sequer precisa de elogios.
Nós mesmos somos os maiores beneficiados com nossas próprias orações. Uma oração sincera é produto de um coração aberto. Uma oração verdadeira só é dita por quem conhece seu próprio estado e ao mesmo tempo confia na misericórdia de Deus: o Pai.
- * -
Resta-nos pensar: “será que Deus terá de permitir que eu, na minha insensatez, chegue à situação de desejar a comida dos chiqueiros para então aprender a orar”?
Que não seja esse nosso destino.
Essa oração demonstra também que ele aprendeu a conhecer o pai, pois apesar de tê-lo afrontado ele sabia que seu pai era misericordioso. Misericordioso até com os escravos.
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O maior beneficiado com nossas orações não é Deus. Ele não precisa nem gosta de bajulação. E, ao contrário do que esses doidos de plantão afirmam, ele não está carente e sequer precisa de elogios.
Nós mesmos somos os maiores beneficiados com nossas próprias orações. Uma oração sincera é produto de um coração aberto. Uma oração verdadeira só é dita por quem conhece seu próprio estado e ao mesmo tempo confia na misericórdia de Deus: o Pai.
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Resta-nos pensar: “será que Deus terá de permitir que eu, na minha insensatez, chegue à situação de desejar a comida dos chiqueiros para então aprender a orar”?
Que não seja esse nosso destino.
2 comentários:
muito bom pastor, as vezes eu me pergunto, "pq orar se Deus já sabe oq vai acontecer?" Mas como vc escreveu, Deus não precisa de bajulação, e os maiores beneficiados com a oração somos nós.
Abraço fique com Deus.
Mateus, eu estava tentando responder teu outro comentário (com um não sei a razão) quando chegou este novo. Acho que você observou bem que, sendo soberano, Deus está além de tudo isso. Porém, espero que ele continue te abençoando e dando sabedoria.
abraços
Fôlton
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