Por dois anos eles mantiveram Jerusalém sitiada, como
registrou o cronista sagrado: levantaram tranqueiras ao seu redor. E durante
esse tempo Jerusalém suportou a falta de alimentos. Felizmente havia água, pois,
cem anos antes foram cavados túneis sob a cidade que iam até uma fonte.
Pacientes, os babilônios trabalharam até abrir uma brecha na
muralha. Abriram e puseram em fuga todos os “homens de guerra”, que logo foram
alcançados e desbaratados. O rei Zedequias foi preso com sua família e mataram sua
família e depois furaram seus olhos (de modo que a última coisa que ele visse
fosse a morte de seus queridos) e o levaram acorrentado para a Babilônia.
O profeta Jeremias estava lá. As ordens do rei invasor eram
claras: ele deveria ser protegido. Ele sempre falava que a única esperança para
Israel era sofrer o cativeiro. Isso da impressão de que ele era amigo dos
Babilônios e, os judeus o tinham por traidor. Mas, o que era claro para
Jeremias é que não se pode fugir do castigo de Deus. O melhor que se pode fazer
é recebê-lo: “por
a boca ao pó”!
Hoje nos lembramos do dia em que Jesus também entrou em
Jerusalém. Ele não teve de cercá-la, nem de abrir uma brecha em seus muros – muito
menos de cegar suas autoridades, pois elas estavam duplamente cegas – pelo contrário: foi recebido com gritos de
alegria, palmas, ramos e roupas forrando o chão em que sua humilde montaria
passava.
Entretanto, ao ver a cidade de longe, diferentemente dos
Babilônios, chorou de compaixão e lamentou: “Ah!
Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está
agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos
te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te
arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra,
porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42-44).
A situação de Jerusalém então era pior. Por um capricho,
deram a João Batista um fim pior do que o de Jeremias, e agora recebiam o Filho
de Deus, sem reconhecê-lo como tal. O recebiam como se fosse alguém que os
lideraria em uma luta contra os Romanos.
Há certa semelhança com o que está acontecendo em nossos
dias. Hoje Jesus tem sido recebido até com aplausos e festas, porém nunca como
deveria ser. Às vezes o honram com títulos tolos – o maior psicólogo, mestre,
líder, etc. do mundo – porém nunca como
o verdadeiro Deus em quem habita corporalmente a plenitude da divindade. Hoje
as palmas e as roupas que estendem por seu caminho são bajulações grosseiras e
falta de respeito (para dizer pouco). Entretanto ele continua apresentando-se
humilde como quem cavalga um animal de carga.
Ainda é tempo de reconciliação. O Senhor ainda pode ser
achado. Ainda está perto.
Não perca a oportunidade de buscá-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário