Desde seus primeiros dias o cristianismo tem sido difamado. A Bíblia
registra que as primeiras perseguições foram iniciadas por boatos ou por
difamações. Por exemplo: Os judeus em Tessalônica “movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a
malandragem, ajuntando a turba alvoroçaram a cidade”. Ou ainda, em Éfeso, o
ourives Demétrio promoveu uma manifestação anticristã levando seus colegas
ocuparem a praça, gritando repetidamente, por cerca de duas horas: “grande é Diana dos efésios”.
Justo Gozales registra, em A Era
dos Mártires, que: “O que se dizia acerca dos cristãos pode ser
classificado em duas categorias; os rumores populares e as críticas por parte
da classe culta [...] como se chamavam mutuamente de irmãos, foram se tecendo
rumores cada vez mais exagerados, e muitos chegaram a crer que os cristãos se
reuniam para celebrar uma orgia em que se davam uniões incestuosas”.
Além de difamado o cristianismo chegou a ser perseguido – exatamente como
o Senhor Jesus havia predito – até ser reconhecido como religião oficial. Mas,
deixar de ser perseguido, não significa que não tivesse inimigos ou
difamadores. Sempre houve difamadores. Sempre houve quem lutasse contra o
cristianismo e/ou contra os ideais cristãos. E infelizmente, as convicções de
liberdade trazidas pela Reforma Protestante facilitaram, em muito, a vida dos
difamadores e garantiu-lhes o direito de continuarem difamando.
A lista de difamadores famosos é grande, mas um se destaca até hoje:
Friedrich Nietzshe. Nascido em 1844 numa família de protestantes era neto e
filho de pastores luteranos e foi educado com vistas ao seminário, mas optou
inicialmente pela filologia e depois à filosofia. Morreu louco no pior estágio da
sífilis.
Os muitos livros que escreveu estão cheios de ataques ao cristianismo. No
livro O Anticristo (título que atribuía
a si mesmo) diz que o cristianismo é uma “crença enferma, baixa e vulgar [...]
responsável pelo retrocesso cultural e moral dos homens”. Chegou mesmo a
publicar uma “lei contra o cristianismo”, da qual transcrevo um trecho:
Artigo Primeiro – Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o sacerdote: ele ensina a antinatureza. Contra o sacerdote não há razões: há cadeia.
Artigo Terceiro – O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra, constituirá motivo de pavor para a posteridade. Lá devem ser criadas cobras venenosas.
Artigo Quarto – Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza. Qualquer desprezo à vida sexual, qualquer tentativa de maculá-la através do conceito de “impureza” é o maior pecado contra o Espírito Santo da Vida.
Artigo Sexto – A história “sagrada” será chamada pelo nome que merece: história maldita; as palavras “Deus”, “salvador”, “redentor”, “santo” serão usadas como insultos, como alcunhas para criminosos.
Porém, ele não foi o primeiro a “fazer leis” contra os cristãos. Mesmo
porque seus escritos, no máximo, provocaram reações ou convenceram a alguns a
se voltarem contra o cristianismo. A Igreja, durante seus primeiros anos de
existência, sofreu do império Romano 10 períodos de perseguição e não foram poucas
as leis que surgiram contra ela. Por exemplo, na segunda perseguição, quando
Domiciano era o cesar, o Senado fez a seguinte lei: “Que nenhum cristão, uma
vez trazido ao tribunal, fique isento de castigo, sem que renuncie a sua
religião”.
Não é de se admirar que os governos que veem o cristianismo como inimigo
o persigam, porém, me assusta ver que cristãos fazem o mesmo. Observe: Diversas
leis que foram feitas pelo legislativo brasileiro trazem, no mínimo,
intranquilidade aos cristãos: O Estatuto da Criança e do Adolescente priva os cristãos
de transmitirem a seus filhos valores básicos de disciplina e do trabalho e
atrapalha muito às igrejas que desejam manter um orfanato dentro dos princípios
morais cristãos.
A dita Lei da Palmada nivela os pais que sabem disciplinar seus filhos
conforme a disciplina e sabedoria de Deus a pais espancadores que procuram,
antes de tudo, descontar nos menores seus problemas. As diversas leis de
proteção aos homossexuais acabam acobertando vidas pecaminosas e tentam obrigar
as igrejas a adotarem a agenda de grupos cuja intenção declarada é a extinção da
(como eles mesmo dizem) moral “judaico-cristã”.
E, como estas, outras leis, que, se não lutam abertamente contra o cristianismo,
prejudicam muito a ação dos cristãos.
O que os cristãos podem fazer? Pelo menos divulgar quem são essas pessoas
que lutam disfarçadamente. Repare: o cristianismo sempre terá muitos inimigos,
mas os piores não são os declarados, e sim os que se passam por irmãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário