quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Lula quer ser pastor


Lula quer ser pastor

Li, hoje pela manhã, que Lula quer ser pastor. Certamente é apenas uma bravata. Mas, como exercício mental, vamos admitir que seja um desejo sincero.

Ele procura uma das Igrejas Presbiterianas (IPB) e convence o pastor de que é um crente sincero, regenerado, salvo pelo Senhor e obediente ao seu chamado e à sua Palavra. Convence-o também a levar sua pretensão ao Conselho da Igreja, onde, se admitido, será sabatinado pelos presbíteros da Igreja. Eles tentarão desvendar seu real motivo e sua convicção de ter sido chamado por Deus para o sagrado ministério, ou seja, ser pastor.

Admitamos que ele convença ao Pastor e ao Conselho de que é uma pessoa convertida pelo Senhor Jesus e vocacionada a buscar almas perdidas, então será declarado “Aspirante ao Sagrado Ministério” e terá de ficar 3 anos sob observação do Conselho e da Igreja. Deverá comparecer, quando chamado, às suas reuniões, contar o que tem feito, responder satisfatoriamente a tudo o que for perguntado: inclusive assuntos íntimos.

Deverá ler os livros prescritos pelo pastor e resumi-los. Deverá relatar periodicamente (às vezes por escrito) seus sucessos e falhas. Não pode ser rebelde, pelo contrário, submisso, pacificador e diligente.

Precisa ter bom testemunho de todos da Igreja, possuir afinidade com as Escrituras Sagradas, responder com mansidão a todos e ser exemplo de virtudes aos jovens e aos novos membros da igreja.

Tem de acertar sua vida: Devolver o que eventualmente tenha roubado. Pedir perdão a quem tenha mentido ou trapaceado. Recompor sua vida familiar. Cumprir as penas que ainda pesarem sobre si. Em outras palavras: mudar radicalmente de vida.

Depois de 3 anos, sem nenhuma queixa que o desabone, o Pastor e o Conselho o enviarão ao Presbitério (que é o Concílio composto por presbíteros e pastores de uma determinada região). Lá, em uma comissão reservada será avaliado e, se for aprovado, será examinado novamente, agora pelo plenário. Será inquirido a respeito de tudo: vida financeira, familiar (às vezes sexual), pecados contra os quais luta, como, vícios, gênio forte, autodomínio, pensamentos impuros, etc.

Conta muito (as vezes é decisivo) a disposição favorável de sua esposa em segui-lo e, ser uma “ajudadora idônea” (missão dada por Deus a todas as mulheres, antes do pecado).

O presbitério, após apreciar o relatório do Pastor e do Conselho, sobre os 3 anos probatórios na Igreja, poderá determinar mais um período de confirmação (geralmente em outra igreja, com outro pastor e outro conselho) acompanhado por um Tutor Eclesiástico.

E ... finalmente, ele terá de ser aprovado.

Ao Tutor, ele deve reportar-se periodicamente. É dele que deve obter permissão para fazer qualquer coisa que não esteja prevista na determinação do presbitério e é, mediante relatório favorável desse Tutor, que ele será enviado ao Seminário.
Vamos admitir, também, que o Diretor do Seminário aceite sua matrícula, lá ele terá pela frente um currículo tão pesado em horas/aulas como o do curso de direito. Mas, com algumas dificuldades adicionais:

1) Ele terá de ser aprovado na gramática de duas línguas mortas: Hebraico e Grego bíblicos. Após aprovado nelas, aprender a fazer a exegese de textos bíblicos em cada uma delas. Além disso, aprender qual é a hermenêutica mais adequada para entender tais textos diante de contextos imediatos e remotos, bem como a aplicação de seus ensinos em nossos dias.

2) Paralelamente, ele terá de aprender toda história bíblica desde Adão. Dominar os livros históricos da própria Bíblia, os escritos dos Pais Apostólicos, da Igreja de Roma, dos Reformadores, dos hereges que surgiram depois, da Teologia da Libertação e seus desdobramentos na Igreja de Roma e de tudo o que aconteceu com os “liberais” protestantes, que, paralelamente à Teologia da Libertação, forjaram o que é conhecido hoje como Teologia da Missão Integral.

3) Conhecer profundamente a Teologia e a forma de governo da Igreja Presbiteriana, da Igreja de Roma, das Igrejas Protestantes tradicionais e das Igrejas Pentecostais e seus muitos ramos (até daqueles que dão vergonha aos presbiterianos de serem chamados de evangélicos também).
Agrava-se: Ele tem de conhecer essas e outras heresias e repudiá-las de coração, sem reservas mentais, tendo a confiança de seus professores.

Ah! Antes que eu esqueça: todos os exames devem ser feitos sem cola e todos os trabalhos sem plágios.

Durante seu curso ele deve prestar relatórios periódicos a seu Tutor, encontrá-lo amiúde, desfrutar de sua confiança e comparecer a todas as reuniões do Presbitério, nas quais seu relatório anual ao Tutor, deve ser aprovado.

Depois de formado ele será apresentado pelo Tutor ao Presbitério visando sua ordenação ao Sagrado Ministério. O Presbitério o examinará mais uma vez e tentará descobrir faltas que não descobriu antes. Satisfeito, o presbitério o licenciará por um ano, no máximo, dois, para trabalhar em uma igreja. Se nesse período de licenciatura não tiver desempenho satisfatório, especialmente no que concerne a uma vida piedosa, sua licenciatura será cassada. Se, entretanto, demonstrar piedade e interesse genuíno no rebanho, e houver uma Igreja que possa sustentá-lo, ele será solenemente ordenado.

Se alguém argumentar que ele tem “lábia” para enrolar qualquer pastor, Conselho ou Presbitério, responderei que ele terá de ser muito paciente: gastará 3 anos na igreja local; mais 1 (ou 2) no Presbitério (que até pode considerar os 3 da igreja local, mas acho difícil que levem em conta, considerando seu passado); 4 ou 5 no Seminário e 1 (ou 2) na licenciatura. Por baixo (o que geralmente acontece a quem nasce na Igreja) 8 anos, para depois ganhar por volta de 4 mil reais (média do que ganha um pastor presbiteriano).

Sua vida mais íntima será vasculhada e suas intenções, até onde for possível, serão pesadas e conhecidas de todos os membros do presbitério...

Não. Não acho que ele se sujeitará a tanto.

Não duvido que Deus possa converter Lula. Ele converteu tantos (converteu Paulo que se chamava de o principal dos pecadores). Mas, quando Lula diz que quer ser pastor, talvez ele queira apenas o título para fazer o que tantos “inimigos da cruz de Cristo” fazem e tornar os convertidos “duas vezes mais filhos do inferno” (como o Senhor disse dos “pastores” judeus de sua época).

Para finalizar, sinceramente, eu gostaria de vê-lo no caminho da Cruz e longe dessa cosmovisão diabólica, que atualmente professa.

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