Naqueles dias ser pastor de ovelhas não era uma das
profissões mais nobres. Ao contrário, como viviam nos campos, assalariados para
cuidar dos rebanhos, eram vistos como ainda hoje no interior de nosso país se
vê os ciganos ou os trabalhadores de estradas (Peões de trecho). E, embora o
talmude tenha sido escrito no Século 4, é tido como certo que se refira também
aos tempos de Jesus ao listar as seguintes profissões como desprezíveis para um
hierosolimitano: tropeiro, cameleiro, marujo, carreteiro, pastor, lojista,
médico e açougueiro. A esses desprezíveis pastores o Senhor anunciou o
nascimento de seu Filho de uma forma grandiosa.
Um anjo e depois “uma multidão” de anjos lhes apareceu. A
aparição de um anjo já é uma coisa fantástica (a maioria das aparições causa
grande terror de forma que a primeira coisa que o anjo diz é “não temas”), o
aparecimento de uma multidão de anjos deve ser algo impressionante. Observe a ordem
dos acontecimentos:
Primeiro, o anjo os tranquiliza: “não temais”. Segundo,
comunica-lhes o nascimento e dá um sinal mediante o qual poderiam certificar-se
(o menino estava envolto em faixas e deitado em manjedoura). Terceiro, “subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial,
louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra
entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.13-14).
Geralmente se fala de um coro celestial, entretanto a melhor
tradução é milícia mesmo. Ou seja:
não o coro celestial, mas o exército celestial. E depois que o exército partiu eles
decidiram procurar o menino e o encontraram com seus pais deitado em uma
manjedoura como foi dito pelos anjos. Ou seja: os primeiros visitantes que o
Senhor Jesus recebeu, foram pessoas humildes e até mal vistas. Quase dois anos
depois é que ele recebe a visita de sábios.
O relato de Lucas complementa o de Mateus e nos mostra os detalhes
do estado de humilhação do Senhor. Embora tenha sido gerado pelo poder do
Espírito Santo, protegido pelo Altíssimo, e anunciado pelo exército celestial, ele
assumiu nossa natureza e teve por mãe uma das simples filhas de Israel. Nasceu
em uma terra que era conhecida dos profetas como “região da sombra da morte”.
Teve como abrigo um estábulo; como berço uma manjedoura; como primeiras roupas
faixas (tiras de pano) e como visitantes simples pastores desconhecidos.
Para nós também há uma grande lição: Como eles convidaram-se
uns aos outros, digamos também: “vamos
até Belém e vejamos o que nos foi dado conhecer”.
Um comentário:
Bendiciones desde mi blog www.creeenjesusyserassalvo.blogspot.com
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