Educados, para o sacerdócio desde
criança, eram ungidos apenas aos trinta anos e aposentados compulsoriamente aos cinquenta
(Nm 4.3). A primeira turma foi de 2.750 sacerdotes, porém, ao longo da história
de Israel, seu número variou, assim como suas responsabilidades. Mas, basicamente
representavam povo diante de Deus, os ensinavam a guardar a lei e os abençoavam
(Nm 6.23-27).
Eles não podiam (Lv 21)
participar de sepultamentos, exceto de parentes próximos (pais, filhos e
irmãos), e o Sumo Sacerdote nem destes podia. Era-lhes proibido desgrenhar os
cabelos (perder a calma) ou raspá-los, barbearem-se ou tatuarem-se. Rasgar a
próprias vestes (sinal de desespero ou de grande aflição); tomar prostitutas ou
repudiadas, ou casar-se com alguém de linhagem obscura.
Os cegos não podiam ser
sacerdotes, bem como os coxos, os portadores de cicatriz ou deformidade no
rosto. Tampouco os pernetas, os manetas, os corcovados, os anões, os de olhar
esbranquiçado, os portadores de sarna ou impingem, ou os castrados. “Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver
algum defeito se chegará para oferecer as ofertas queimadas do SENHOR; ele tem
defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Comerá o pão do seu
Deus, tanto do santíssimo como do santo. Porém até ao véu não entrará, nem se
chegará ao altar, porque tem defeito, para que não profane os meus santuários,
porque eu sou o SENHOR, que os santifico” (Lv 21.21-23).
Trabalhavam organizados em turmas
(que na época de Davi eram compostas de 24 sacerdotes) as quais se revezavam
semanalmente. Oficiavam com ritos elaboradíssimos cinco tipos de sacrifícios: 1º)
o Holocausto, em que a vítima (bezerro, carneiro ou ave) era totalmente
queimada; 2º) a Oferta de Manjares (trigo ou cevada) em grãos ou bolos; 3º) o
Sacrifício Pacífico, que tinha uma parte da vítima (qualquer espécie de gado) e
dos manjares divididos entre os familiares do ofertante; 4º) o Sacrifício pelo
Pecado, que antes de sacrificar a vítima (um cordeiro e novilho, bode, cabra,
duas rolas ou dois pombinhos e uma tigela de farinha de trigo) exigia a
declaração de qual pecado se referia e depois a restituição; e 5º) o Sacrifício
pela Culpa, que parecia se referir aos pecados cometidos propositalmente (a
vítima era sempre um carneiro).
Obrigatoriamente trajavam uma
vestimenta de quatro peças (o Sumo Sacerdote de 8 peças), que, não podia ser
substituída, mesmo em dias de calor intenso. Curiosamente não havia provisão de
calçados.
A história mostra que eles foram
muito influenciados pelos povos vizinhos e pelos diversos reis de Israel.
Privilegiados, acabaram se corrompendo ou tornando-se insensíveis para com o
ministério recebido. Oséias lhes acusa de rejeitarem a Lei de Deus (Os 4.6).
Jeremias depreca a situação deles em seus dias: “Uma coisa horrível,
espantosa está acontecendo na terra: os profetas não falam a verdade, e,
apoiados por eles, os sacerdotes dominam o povo. E o meu povo gosta disso.
Porém o que é que eles vão fazer quando essa situação chegar ao fim?” (Jr
5.30-31 – NTLH).
O Sinédrio, que condenou o Senhor
Jesus, era composto e dominado por eles. Especialmente pelo Sumo Sacerdote. Em
conluio com os fariseus, decidiram a prisão do Senhor (Jo 11.47); participaram
da turba que o prendeu (Lc 22.52); pressionaram Pilatos a crucifica-lo (Jo
19.6e15 e Mc 15.11); e, continuaram zombando dele mesmo enquanto estava
crucificado (Mc 15.31).
Cristo pode ver visto no ofício
deles, afinal representavam o povo diante de Deus e o ofereciam a Deus
simbolicamente, através dos sacrifícios. Pecadores, eles tinham necessidade de
apresentar sacrifícios por seus próprios pecados, antes de sacrificar pelo
povo. Cristo, entretanto, assumindo nossa natureza, tornando-se um de nós, não
tem tal necessidade: É o sacerdote perfeito, oferecendo a si mesmo, a vítima
perfeita. A missão deles então foi encerrada, como encerrado foi tudo o que
fazia parte dela: o templo e os sacrifícios.
Hoje, cada cristão é sacerdote de
si mesmo e Cristo é o Sumo sacerdote de todos: “... Jesus
Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da
terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,
e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o
domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (Ap 1.5-6).
Portanto, “por meio de Jesus, pois,
ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que
confessam o seu nome”
(Hb 13.15).
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