Até o Sinai eram uma tribo como
outra qualquer, porém, junto com os descendentes de Simeão, carregavam o
estigma de violentos, devido as palavras da bênção enviesada de Jacó: "Simeão e Levi são irmãos; com as suas armas praticam violências.
Não estarei presente quando fizerem planos, não tomarei parte nas suas
reuniões, pois no seu furor mataram homens e por brincadeira aleijaram touros.
Maldito seja o furor deles, pois é violento! Maldita seja a sua ira, pois é
cruel! Eu os dividirei na terra de Israel, eu os espalharei no meio do seu
povo” (Gn 49.5-7 NTLH).
Após o Sinai houve a grande
transformação: Passaram a ser auxiliares dos sacerdotes.
Enquanto Moisés recebia a Lei
diretamente das mãos de Deus, o povo convenceu Arão a fazer um bezerro de ouro
e o idolatraram. Ao ver o terrível espetáculo de orgia e idolatria Moisés
chamou os “que eram do SENHOR”. Apresentaram-se todos
os filhos de Levi e receberam instruções do SENHOR de matar os idólatras.
Mataram “uns três mil homens” (Ex 32.8). Foram,
porco tempo depois, apresentados por Moisés e Arão como Oferta Movida perante o
Senhor (Nm 8.21), mas parece que só começaram a exercer o ofício após a morte
de Arão (Dt 10.6-8).
O exercício do ofício era
detalhado: Os descendentes de Coate, que não fossem filhos de Arão e, portanto
sacerdotes, tinham o encargo de transportar a Arca da Aliança (Nm 4.1-19). Os
descendentes de Gerson transportavam os tecidos do Tabernáculo e os de Merari
transportavam o madeiramento: tábuas, varas e colunas.
Inicialmente eram vinte e dois
mil e Deus os tomou no lugar dos primogênitos que ele salvara: “Faze chegar a tribo de Levi e põe-na diante de Arão, o sacerdote,
para que o sirvam 7 e cumpram seus deveres para com ele e para com
todo o povo, diante da tenda da congregação, para ministrarem no tabernáculo. 8
Terão cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação e cumprirão o seu
dever para com os filhos de Israel, no ministrar no tabernáculo. 9
Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhe
são dados. 10 Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem
só ao seu sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá” (Nm 3.6-10).
Eles não receberiam qualquer
parte na terra, mas possuiriam 48 cidades (Js 21.41) e as terras ao redor delas
até uma distância de mil côvados: “... não contarás a tribo de Levi,
nem levantarás o censo deles entre os filhos de Israel; mas incumbe tu os
levitas de cuidarem do tabernáculo do Testemunho, e de todos os seus
utensílios, e de tudo o que lhe pertence; eles levarão o tabernáculo e todos os
seus utensílios; eles ministrarão no tabernáculo e acampar-se-ão ao redor dele.
Quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando assentar no
arraial, os levitas o armarão; o estranho que se aproximar morrerá” (Nm
1.49-51).
Apesar de nascerem Levitas tinham
a idade certa para o exercício do ofício: a aposentadoria compulsória foi
sempre aos cinquenta anos e a idade de iniciar variou. Inicialmente trinta anos
(Nm 4.3), depois vinte e cinco (talvez para preparação) (Nm 8.24-26) e tempos
depois apenas 20 anos (1Cr 23.24).
Às vésperas de se instalar o
pomposo culto no templo (que acontecerá sob o reinado de Salomão), Davi os
dividiu em três grupos: Porteiros, guardas e músicos: “Porque disse Davi:
O SENHOR, Deus de Israel, deu paz ao seu povo e habitará em Jerusalém para
sempre. Assim, os levitas já não precisarão levar o tabernáculo e nenhum dos
utensílios para o seu ministério. Porque, segundo as últimas palavras de Davi,
foram contados os filhos de Levi de vinte anos para cima” (1Cr 23.25-27).
Desempenharam papel importante ao
longo de todo período dos reis, mas foram quase todos levados cativos pelos
assírios. Cem anos mais tarde, os que ficaram em Judá, foram levados cativos
também para a Babilônia. As listas de retorno mostram um número pequeno e
alguns não puderam comprovar sua origem: Os seguintes subiram de Tel-Melá,
Tel-Harsa, Querube, Adom e Imer, porém não puderam provar que as suas famílias
e a sua linhagem eram de Israel: […] 63 Dos sacerdotes: os filhos de
Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, o qual se casou com uma das
filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado pelo nome dele. 64
Estes procuraram o seu registro nos livros genealógicos, porém o não acharam;
pelo que foram tidos por imundos para o sacerdócio. 65 O governador
lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se levantasse um
sacerdote com Urim e Tumim (Nm 7.61-65).
Parece que nos dias de Jesus a
influência deles era muito pequena. Afinal, na Babilônia surgiram as sinagogas
e uma prática religiosa aberta a todos. Na Carta aos Hebreus é lembrado apenas do
sacerdócio deles como algo que tipificava o verdadeiro que passou a ser
exercido por Jesus.
Como Jesus eles, além de
oficiantes eram também a oferta (foram consagrados a Deus como Oferta Movida) e
substituíram os primogênitos de Israel.
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