sábado, 15 de março de 2014

Deus e as leis

Vimos (em 9/3) que Deus delega uma enorme autoridade ao Estado. Vimos também que a diferença principal entre os diversos tipos de Estado e o que foi estabelecido por Josué na Terra Prometida, era a origem da Legislação. Naqueles, feita pelos soberanos, ou por representantes do povo, neste, outorgada por Deus.
A própria existência do Estado está sujeita as leis de Deus. Por exemplo: no governo familiar é dever dos filhos sujeitar-se a seus pais (Ef 6.1), mas reciprocamente é obrigação dos pais zelar pelos filhos (Ef 6.4). No governo civil os cidadãos devem ao Estado: sujeição, obediência e prontidão (Tt 3.1 e Rm 13.5); manutenção (Rm 13.6-7); honra (1Pe 2.17) e orações (1Tm 2.1-3), mas o Estado é obrigado a: castigar o malfeitor (Rm 13.4); primar pela verdade e pela honestidade (Lc 3.14); reger-se pela sabedoria (Pv 8.15-16); defender os oprimidos (Sl 82.2-4), moderar seus gastos militares, suas mordomias, respeitar as leis de Deus e a não oprimir seus cidadãos (Dt 17.15-20). 
Embora a origem da legislação fosse a marca distintiva do Estado fundado por Josué, Deus permite que haja legisladores, mas exige que as leis feitas por eles estejam de acordo com sua vontade: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!” (Is 10.1-2). Em outras palavras: todas as leis devem expressar em última instância a vontade de Deus.
Inevitavelmente, algumas, pela própria natureza, acabam exprimindo. Por exemplo: as leis que visam a proteger a vida sempre derivam do “Não matarás”. Porém, outras afrontam este mandamento: Por que a vida de uma criança no ventre de sua mãe pode ser descartada e a vida de um perigoso e cruel assassino, tem de ser poupada?
A cada dia, mais leis afrontam a vontade expressa de Deus e quase todas nascem em uma nova fonte de legislação: Organizações internacionais. O Estado, outrora tão cioso de sua soberania, capitula diante de pressões internacionais, e cede a grupos de pressão, via de regra para proteger minorias, que, na maioria das vezes, possuem em comum uma prática reiterada, ou até mesmo um estilo de vida, que afronta os princípios básicos da vontade divina.
A maioria dessas leis busca um humanismo total em detrimento da vontade de Deus, e baseia-se no seguinte conceito: o homem é seu próprio senhor e não precisa obedecer a ninguém senão a sua própria vontade.
Essas leis geralmente nascem em uma convenção internacional, para a qual os representantes brasileiros são nomeados e lá, sobre conceitos que já foram criados, com a ajuda de modificações até mesmo no significado das palavras, assume-se um compromisso que, ratificado por nosso Congresso, acaba gerando a base dessas leis. Assim nasceu a atual distinção que é feita entre sexo e gênero. O testemunho de muitos representantes que foi após a defesa veemente de Bella Abzug, notória feminista americana, que o termo “gênero” foi mantido nos documentos da assembleia em substituição a “sexo”.
O uso da palavra gênero, com esta acepção, teve seu início nos anos 60 e é notável que sua disseminação tenha se dado após uma verdadeira tragédia. 
Em 1965 David Reimer, irmão gêmeo de Brian, teve seu pênis amputado durante uma postectomia. O psicólogo John Money sugeriu à família que o criasse como menina, argumentando que, “sexo é a condição com que se nasce e gênero é o papel social dos sexos biológicos”. Embora criado como menina e acompanhado psicologicamente para que seu “gênero feminino” refletisse essa condição sexual criada artificialmente mediante cirurgias, ele logo começou a comportar-se como menino e a rebelar-se contra o papel de menina. Na adolescência repudiou totalmente a feminilidade e quando jovem reverteu cirurgicamente a operação e casou-se. Inconformado com o drama de David, Brian se matou. Dois anos depois, sem esposa, e sem encontrar-se, nem como homem, nem como mulher, matou-se também.
Apesar de tão dramático começo, essa distinção (de gênero) pegou, e, hoje nos está sendo imposta. Já apareceram organizações em que, onde se escolhia apenas Homem ou Mulher, hoje se escolhe até cinquenta gêneros diferentes.
Porém, para que tais mudanças aconteçam, é necessária uma verdadeira ação de engenharia social. Nela o concreto, o aço ou os componentes eletrônicos, com os quais as engenharias comuns trabalham, são substituídos por pessoas e os meios de comunicação de massa (especialmente a televisão) são usados como recursos fundamentais na nova arrumação pretendida pelos novos engenheiros.
Em um documento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Working Paper #651 – BR-N1020), intitulado “Television and Divorce – Evidence from Brazilian Novelas” escrito por Alberto Chong e Eliana La Ferrara, lê-se o seguinte resumo:Este trabalho estuda a relação entre a televisão e o divórcio no Brasil, explorando a variação no tempo de disponibilidade do sinal da Rede Globo – rede que tinha um virtual monopólio sobre telenovelas no país – nos municípios. Usando os dados de três censos (1970, 1980 e 1991) e controlando, nas áreas demarcadas, as características que variam no tempo, o trabalho mostra que a parcela de mulheres separadas ou divorciadas aumenta significativamente após o sinal da Globo se tornar disponível. [...]” (Tradução minha).
A ideia é mostrar que esse é o caminho para influenciar as mulheres de outros países.
De qualquer modo, onde a legislação for contrária aos objetivos das organizações internacionais, muda-se a legislação. Em 24 de fevereiro passado foi noticiada a nova legislação antihomossexual de Uganda. Todos os noticiários a respeito dela, que vi ou li sempre foram concluídos com um relato de sanções contrárias que serão impostas por outros países ou pelas organizações internacionais com o fim declarado de pressionar Uganda para revogar a lei (embora mais da metade dos países africanos tenham leis semelhantes).
O que podemos fazer? Primeiramente devemos orar. Em segundo lugar resistir como os franceses estão fazendo à tentativa de imposição da ideologia de gênero na educação das crinças. E, por fim, eleger apenas pessoas comprometidas, de fato, com uma vida submissa a vontade de Deus.
 
 

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