Em 1347, os venezianos disputavam com os genoveses a cidade de Kapha, que ficava na atual Ucrânia, e era comercialmente estratégica. Contrataram então um povo mongol para cercar a cidade, que, bem fortificada, oferecia grande resistência.
Os mongóis, dispersos por um território de vastas estepes conviviam, sem maiores danos, com uma febre que provocava o aparecimento de bolhas negras na pele. Entretanto agrupados em condições precárias, como acontece em uma guerra, foram os primeiros a experimentar um alto índice de mortandade entre seus soldados. Era a Peste Negra ou Peste Bubônica.
Talvez por estratégia de guerra, ou por vingança, atiraram cadáveres por cima das fortificações da cidade, e a contaminam.
Alguns fugitivos levaram a doença para a Anatólia (atual Turquia) e outros, em um barco, já chegaram mortos à Sicília, onde os que os enterraram foram o primeiros europeus contaminados. Dois anos depois a peste já havia chegado a grande parte da Europa, inclusive à Ibéria e às Ilhas Britânicas. Quatro anos depois chegou aos países nórdicos.
Matou cerca de 50 milhões de pessoas (talvez 75), o que equivalia a 1/3 da população européia da época. Há relatos de cidades inteiras abandonadas com pilhas de mortos insepultos, de desespero, pânico, descrédito e até fanatismo.
Antes da Peste Negra houve muitas outras. Porém nenhuma foi tão bem documentada quanto ela. Depois dela, além de seus retornos a cada geração de europeus durante os 400 anos gastos para se entender seus mecanismos de contaminação e tratamento, o mundo sofreu muitas outras pandemias.
As mais notáveis foram: a gripe espanhola na última metade de 1500, com mais de 1 milhão de mortos na Espanha e muitos em outros países. A Peste Italiana em 1630. A Praga Londrina em 1665, que matou cerca de 100 mil pessoas (1/5 dos habitantes de Londres) e muitos na Europa. A Peste de Viena em 1879. A gripe aviária, que desde 1900, quando foi registrada pela primeira vez na Itália, se manifesta esporadicamente no mundo todo e, quatro anos atrás trouxe pânico aos países da Ásia. Agora, o mundo se preocupa com a gripe suína.
Em todas as manifestações anteriores, os animais - ratos ou aves - eram os transmissores. E a velocidade de propagação da doença dependia da velocidade de locomoção deles: dos ratos, via de regra, nos navios, e das aves em suas migrações. Agora as pessoas são os transmissores. E transmitem com a rapidez do avião, que a levam em menos de um dia de um continente a outro. De um lado da terra ao outro.
Não deixa de ser notável, que o Sermão Profético de Jesus, proferido dias antes de sua morte, conhecido como o pequeno Apocalipse, e registrado nos três evangelhos sinóticos, concordam na enumeração de quase todas as catástrofes a que o Senhor se referiu: Guerras, terremotos e fomes. Entretanto, Lucas, o médico, destaca a palavra “pestilência” (no grego: loimos).
Alguns argumentam que com o aumento da população mundial a conseqüência direta é o aumento das doenças, especialmente das infecciosas. Pode ser. Porém, esse aumento que se observa no número de pandemias, é muito semelhante ao aumento que se observa no número de terremotos que independe do tamanho da população mundial. Ou seja: estamos vendo mais uma profecia se cumprindo debaixo de nossos olhos.
Não sabemos se ceifará muitas vidas como a Peste Negra o fez, muito menos se, as medidas que todos os países estão tomando serão suficientes. Porém sabemos que como não foi a primeira, não será a última.
Você já reparou que todas as advertências de Jesus já se cumpriram? Nesse mesmo sermão ele foi bem claro: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” Lc 21.33.
Entretanto, não há motivo para desespero, pois quem nos adverte é o mesmo que nos ordena a ter esperança e até mesmo a exultar com a proximidade de sua volta: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.25-28).
2 comentários:
Pastor Folton
Belas palavras, sua pesquisa historica foi perfeita!!! Sabemos que os ultimos dias estão se passando, e se aproxima o ultimo DIA.
Infelizmente nos esquecemos que as noticias que nos aterrorizam no noticiario diário já haviam sido noticiadas ha muito tempo atras, pelo Senhor do tempo.
Belas palavras Pastor, principalmente para aqueles que se encontram no foco do problema.Sim, confortantes palavras, diga-se de passagem.
Um abraço
Roberto Pedrosa
Pastor, pq mesmo eu sendo cristão e confiando em Jesus,as vezes eu me atemorizo em pensar no apocalipse?
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