Desde o tempo dos patriarcas, o Povo de Deus, tinha significados indiretos (que, às vezes, são os mais importantes) para as coisas mais simples Uma delas era a direita.
Com a mão direita Jacó
abençoou o filho mais novo de José, e quando este tentou corrigi-lo, ouviu que fazia
de propósito.
Quando os sacerdotes
eram consagrados o sangue do cordeiro era usado para marcar a orelha direita, o
polegar direito e o pé direito deles. A coxa direita do cordeiro sangrado (além
de outras partes) era movida diante do SENHOR e queimada em holocausto. Tratando-se,
porém de um sacrifício pela culpa, a coxa direita do animal fazia parte da
porção que cabia ao sacerdote oficiante.
Moisés, que tinha à sua
direita o braço glorioso de Deus e canta que a Lei de Deus está à direita dele.
Porém, séculos depois, Jesus garante a seu inquiridor – o sumo sacerdote – que,
desde então estaria em tal lugar. E, Davi, Pedro, Paulo e o escritor da Carta
aos Hebreus, declararam que, de fato, Jesus estava à direita de Deus; e foi à
direita de Deus que Estêvão o viu. Mas, na mão direita de Deus, também está o
cálice do qual seus inimigos beberão.
A direita sempre é
mostrada como a mão da força e das realizações. O profeta Isaías declarou que Deus
promete tomar seu povo com sua mão direita, mas, também declara que Deus tomou
a Ciro pela mão direita para os castigar.
O rei Joás colocou um
gazofilácio à direita de quem entrava no santuário, e séculos depois, de pé, à
direita do altar do incenso, o anjo revelou ao sacerdote Zacarias que ele seria
pai de João.
Davi canta que Deus se coloca
à direita do pobre. E, Asafe lhe faz coro ao pedir que sua direita seja
auxiliada pelo SENHOR, e ao dizer que na direita de Deus colocava sua
esperança.
A direita, porém é
cobiçada pelos inimigos. Mesmo diante de Deus, Satanás se opunha ao sacerdote
Josué postando-se à sua direita. O desejo do salmista é que os ímpios se deparem
com um acusador à direita, pois, na verdade, a direita deles é “direita de
falsidade”. A besta que emerge da terra marcará, além da fronte, a mão direita
daqueles que não são do Cordeiro.
A confiança do salmista em
Deus era tamanha que, mesmo com dez mil caídos à sua direita, tinha certeza de não
ser atingido.
Pela mão direita, Pedro
levantou o paralítico que esmolava à porta do templo, e Jesus levantou João,
que caíra por terra ao vê-lo glorificado.
À direita de Jesus
ficarão suas ovelhas e lá ouvirão seu chamado. E sua mão direita (a mesma que
recebeu o caniço das zombarias) sustenta as sete estrelas e o livro da vida.
Para Jesus é melhor
amputar a mão direita do que pecar por ela, e a ofensa à face direita não deve prevenir
seu discípulo contra o golpe maior.
Os discípulos, que gastaram
a noite em trabalho vão, foram bem sucedidos quando obedeceram a ordem de Jesus
e jogaram a rede à direita do barco.
Por sua mão direita o
salmista jurou que não se esqueceria de Jerusalém. Deus, por sua direita, jurou
que nunca mais daria o cereal de seu povo aos estrangeiros. E, com a mão
direita levantada, anjos juraram à Daniel e a João.
A forma
sintética “destra”, além da mão direita, refere-se ao que alguém faz com
vontade e determinação, também é muito produtiva.
A destra
de Deus estendeu os céus e alcançou-lhe vitória. A destra de Deus faz proezas, é
gloriosa em poder, é elevada. Apanha e despedaça o inimigo, salva, sustenta e
liberta seus amados. Ampara aqueles cujas almas se apegam a Deus. Foi ela quem adquiriu
o monte santo, e levou seu povo à posse da terra prometida.
A destra
de Deus está cheia de justiça, nela há delícias perpetuamente, há refúgio para
os salvos. Porém, o próprio Deus firmou sua destra, como adversário, contra seu
povo e os levou para o cativeiro na Babilônia.
Para o
salmista a demora em Deus responder dava-lhe a impressão de que ele havia
mudado sua destra, ou a conservava em seu seio, mas deseja que ela esteja sobre
todos.
Os antigos
dirigiam-se a Deus chamando-se de “povo da tua destra”.
A destra dos
ímpios está cheia de suborno, mas a destra de comunhão foi oferecida por Tiago,
Cefas e João à Paulo.
Depois de
ter oferecido um único sacrifício pelos pecados Jesus foi recebido no céu e assentou-se
à destra do trono da Majestade. Foi exaltado a “Príncipe e Salvador”,
ficando-lhe subordinados anjos, potestades e poderes.
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