sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sal que não salga mais

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal;

que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade;

põem o amargo por doce e o doce, por amargo!

(Isaías 5.20).

O profeta Isaías viveu em tempos parecidos com os nossos. Nasceu no reinado de Uzias, que, considerando os poucos recursos, foi melhor administrador do que Salomão. Entretanto desatinado pelo poder quis oficiar no templo, e provavelmente Isaías tenha sido um dos oitenta “homens da maior firmeza”, que apoiaram o sacerdote Azarias em impedi-lo.

Isaías acompanhou os reinados de seu filho, Jotão, e seu neto, Acaz. Este último idólatra a ponto de sacrificar os próprios filhos à Baal. E foi na época de Isaías que a Assíria cercou o Reino do Norte e levou cativos os que sobreviveram.

Isaías viu ainda seu bisneto, Ezequias, promover o primeiro grande reavivamento em Judá. Destruiu os santuários idólatras, purificou o templo e convocou todo Israel para celebração da Páscoa, que de tão concorrida teve de autorizar os levitas a ajudarem os sacerdotes.

Jerusalém era então a capital do território da tribo de Judá e mesmo sob a repressão de Ezequias e a visão do castigo de Deus sobre as onze tribos do Norte, a superstição grassava de tal modo que era mais fácil encontrar quem buscasse auxílio nos deuses das nações vizinhas do que no Eterno. Nesse ambiente - parecido com o nosso - foi que Isaías profetizou. Veja como as palavras acima se destacam.

Após falar dos cuidados do Senhor com Israel, como os cuidados de um viticultor com sua vinha dileta, seis “Ais” são pronunciados contra os perversos de então:

O primeiro (v8 a 10), contra a ganância, vista na especulação imobiliária. O segundo (v11 a 17), contra a corrupção dos costumes, vista na bebedice e nas rodas de escárnio. E o terceiro (v18 a 19) contra a corrupção religiosa, vista no questionamento da soberania de Deus.

Já o quarto, que encabeça este artigo (v20) contra a corrupção moral é visto na relativização dos valores.

O quinto (v21) contra a arrogância, vista na autopromoção. E o sexto (v22 a 25) contra a corrupção social, vista no tráfico de influência e no suborno.

Você há de concordar comigo que todos esses temas são atualíssimos e todos devem ser estudados com vagar. Porém, há muito tempo, o quarto ecoa em meus ouvidos.

Ecoou, quando ouvi um pretenso pastor dizer que Deus estava impotente - sequer sabia! - do tsunami que matou tantos na Indonésia no final de 2004. Qual sino, não para de badalar, sempre que há uma tragédia. Pior: convence a muitos.

Ecoou e ecoa todas as vezes que vejo o nome do Eterno sendo usado como mote de comércio, pretexto de lucro ou motivo de barganha. Templos transformados em casas de leilões, recintos outrora dedicados a seu reino transformados em bancas de feira.

Como poderia falar de míseras cartilhas que ensinam a falar e a escrever errado? No máximo as crianças que aprendem “nós foi” não conseguirão empregos decentes, enquanto essas outras correm risco eterno. Porém, o erro é essencialmente o mesmo: Ao amargo chamam doce e às trevas chamam luz. Ai deles!

Entretanto, temos de cuidar de nosso meio primeiro, pois “se o sal perder o sabor para nada mais serve, se não para, lançado fora, ser pisado pelos homens”.

Ontem, enquanto aguardava na fila fui panfletado por dois travestis que divulgavam uma peça teatral protagonizada por duas missionárias, um ministro e uma obreira. Passei o tempo de fila pensando e conclui: Esse é modo como Deus está limpando sua Igreja hoje. No passado foram as perseguições pelo sangue, hoje são as perseguições pela ideologia e pelo escárnio.

Cartilha com erros gramaticais será pouco. Cartilhas piores virão, toleramos um pouco de mundanismo, estamos colhendo terrível safra.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

3 comentários:

Nágila souza disse...

Verdadeiramente transformaram a casa do Senhor em um comercio onde se vende de tudo menos a vergonha na cara tanto de lideres quanto de pastores(lobos disfarçados)os pulpitos estão uma vergonha,viraram lugar publico onde todos falam mas onde a voz do Altissimo já se foi,ásera,astarotes e baal voltaram a reinar e mamom não fica atras,agora onde vamos para com isso não sei!
http://honrandoochamado.blogspot.com/

Daniel Paixão disse...

A relativização realmente se infiltra como câncer na sociedade e na igreja. Eu sinceramente gostaria de saber como combater esta relativização, com líderes nas igrejas que assumam esta luta e liderem o povo de Deus para uma restauração da igreja e da sociedade com Ele. A relativização mata a fé das pessoas, porque se tudo é relativo, Deus deixa de ser absoluto.

Anônimo disse...

Igreja nada maisé,agora,q.pregação de q.tudo é relativo,nada mais é absoluto.Os cultos não tem para Cristocomo principal, e sim o homem,onde se fazem "louvorzão",onde o hamem,ser humano é e naltecido e as vezes até louvado.Pastores,líderes q.desmonstram descaso pelo irmão,mas q.ao subir nopúlpito para pregar exorta-nos ao amor,ao perdão,humildade e outras coisas mais.Deus tenha piedade de nós, e mostra-nos um evangelho puro,absoluto e não relativo.