sábado, 28 de agosto de 2004

Uma canoa afundada

Havia chovido durante a noite toda, mas ao sopé do Ibituruna a neblina baixa me fazia lembrar do ditado de nossos antepassados: "neblina baixa, sol que racha".

Minha atenção oscilava entre os sons das corredeiras que iam ficando para trás, os passos ritmados de minhas queridas companheiras de caminhada, o canto de muitos passarinhos e a sombra de grandes árvores aos pés das quais a água do rio já se fazia funda lembrando igapós.

Foi quando eu a vi. A princípio aparecia apenas a ponta, que, se não fosse tão rústica, de tábuas pregadas, poderia ser tida por uma quilha, mas era apenas uma ponta. Ponta que insistia em ficar fora d’água, apesar de todo o corpo já estar submerso. Era uma canoa, que no dia anterior, a simplicidade de suas linhas havia me tocado.


A tábua de fundo era chata um pouco curvada, mas as laterais eram emendadas, na proa e na popa, e pregadas despretensiosamente em outras duas, fechando-a assim numa caixa que minha filha disse parecer com um caixão.


No dia anterior ela balançava sobre as águas, hoje ela estava quase toda submersa.

Lembrei-me de algo que li há muito tempo. Se não me engano escrito nos primeiros séculos da era cristã, que como já inspirou tantos, creio que posso tomar a liberdade, e usar também a sua preciosa lição.


A vida cristã é como essa canoa. Ela vive na água. Fora d'água apodrece e se quebra. O cristão vive no mundo e fora do mundo ele de nada serve, pois a quem proclamará as virtudes daquele que o chamou?


Porém, se ela vive na água e na água cumpre sua missão, quando a água entra nela sua ruína é certa. Assim é o cristão: ele cumpre sua missão no mundo, mas quando o mundo entra em sua vida, ele submerge.

O mesmo acontece com as Igrejas. Devem estar no mundo, mas não podem deixar o mundo entrar nelas.

Que lição as canoas afundadas podem nos dar. Quando você vir uma, pare e olhe para ela. Examine sua vida. Examine sua Igreja. Será que o mundo entrou nelas como o rio entrou na canoa?


Pode ser uma canoa simples, ou uma de quilha bonita, ou até mesmo um transatlântico, mas certamente a menor brecha pela qual a água possa entrar, trará seu naufrágio.


Felizmente Jesus, qual hábil marinheiro que pode resgatar a canoa, também pode nos fazer voltar a navegar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2004

razões

Hesitei em usar este instumento, porém, como experiência, espero, facilitar minha comunicação com o Povo de Deus.

Minha intenção é publicar, contando com a facilidade desta mídia, tudo aquilo que for relevante para quem está acompanhando os assuntos que estou abordando.

Ore por mim.