sábado, 25 de janeiro de 2014

Levitas

Os descendentes do terceiro filho de Jacó, Levi, formaram um grupo que se destacou ao longo da história de Israel. A história deles é claramente dividida em três fases: Até o Sinai, do Sinai à época de Davi e da época de Davi até o Exílio.

Até o Sinai eram uma tribo como outra qualquer, porém, junto com os descendentes de Simeão, carregavam o estigma de violentos, devido as palavras da bênção enviesada de Jacó: "Simeão e Levi são irmãos; com as suas armas praticam violências. Não estarei presente quando fizerem planos, não tomarei parte nas suas reuniões, pois no seu furor mataram homens e por brincadeira aleijaram touros. Maldito seja o furor deles, pois é violento! Maldita seja a sua ira, pois é cruel! Eu os dividirei na terra de Israel, eu os espalharei no meio do seu povo” (Gn 49.5-7 NTLH).

Após o Sinai houve a grande transformação: Passaram a ser auxiliares dos sacerdotes.

Enquanto Moisés recebia a Lei diretamente das mãos de Deus, o povo convenceu Arão a fazer um bezerro de ouro e o idolatraram. Ao ver o terrível espetáculo de orgia e idolatria Moisés chamou os “que eram do SENHOR”. Apresentaram-se todos os filhos de Levi e receberam instruções do SENHOR de matar os idólatras. Mataram “uns três mil homens” (Ex 32.8). Foram, porco tempo depois, apresentados por Moisés e Arão como Oferta Movida perante o Senhor (Nm 8.21), mas parece que só começaram a exercer o ofício após a morte de Arão (Dt 10.6-8).

O exercício do ofício era detalhado: Os descendentes de Coate, que não fossem filhos de Arão e, portanto sacerdotes, tinham o encargo de transportar a Arca da Aliança (Nm 4.1-19). Os descendentes de Gerson transportavam os tecidos do Tabernáculo e os de Merari transportavam o madeiramento: tábuas, varas e colunas.

Inicialmente eram vinte e dois mil e Deus os tomou no lugar dos primogênitos que ele salvara: “Faze chegar a tribo de Levi e põe-na diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam 7 e cumpram seus deveres para com ele e para com todo o povo, diante da tenda da congregação, para ministrarem no tabernáculo. 8 Terão cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação e cumprirão o seu dever para com os filhos de Israel, no ministrar no tabernáculo. 9 Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhe são dados. 10 Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem só ao seu sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá” (Nm 3.6-10).

Eles não receberiam qualquer parte na terra, mas possuiriam 48 cidades (Js 21.41) e as terras ao redor delas até uma distância de mil côvados: “... não contarás a tribo de Levi, nem levantarás o censo deles entre os filhos de Israel; mas incumbe tu os levitas de cuidarem do tabernáculo do Testemunho, e de todos os seus utensílios, e de tudo o que lhe pertence; eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; eles ministrarão no tabernáculo e acampar-se-ão ao redor dele. Quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando assentar no arraial, os levitas o armarão; o estranho que se aproximar morrerá” (Nm 1.49-51).

Apesar de nascerem Levitas tinham a idade certa para o exercício do ofício: a aposentadoria compulsória foi sempre aos cinquenta anos e a idade de iniciar variou. Inicialmente trinta anos (Nm 4.3), depois vinte e cinco (talvez para preparação) (Nm 8.24-26) e tempos depois apenas 20 anos (1Cr 23.24).

Às vésperas de se instalar o pomposo culto no templo (que acontecerá sob o reinado de Salomão), Davi os dividiu em três grupos: Porteiros, guardas e músicos: “Porque disse Davi: O SENHOR, Deus de Israel, deu paz ao seu povo e habitará em Jerusalém para sempre. Assim, os levitas já não precisarão levar o tabernáculo e nenhum dos utensílios para o seu ministério. Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi de vinte anos para cima” (1Cr 23.25-27).

Desempenharam papel importante ao longo de todo período dos reis, mas foram quase todos levados cativos pelos assírios. Cem anos mais tarde, os que ficaram em Judá, foram levados cativos também para a Babilônia. As listas de retorno mostram um número pequeno e alguns não puderam comprovar sua origem: Os seguintes subiram de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adom e Imer, porém não puderam provar que as suas famílias e a sua linhagem eram de Israel: […] 63 Dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, o qual se casou com uma das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado pelo nome dele. 64 Estes procuraram o seu registro nos livros genealógicos, porém o não acharam; pelo que foram tidos por imundos para o sacerdócio. 65 O governador lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim (Nm 7.61-65).

Parece que nos dias de Jesus a influência deles era muito pequena. Afinal, na Babilônia surgiram as sinagogas e uma prática religiosa aberta a todos. Na Carta aos Hebreus é lembrado apenas do sacerdócio deles como algo que tipificava o verdadeiro que passou a ser exercido por Jesus.

Como Jesus eles, além de oficiantes eram também a oferta (foram consagrados a Deus como Oferta Movida) e substituíram os primogênitos de Israel.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sacerdotes

No Sinai, enquanto Moisés recebia a Lei diretamente das mãos de Deus, Israel pressionava Arão para fazer um culto à moda egípcia, e tragicamente o primeiro culto que ele oficiou foi a um bezerro de ouro. Apesar de tamanho pecado o sacerdócio não lhe foi tirado, nem de sua família, que era parte da tribo de Levi.

Educados, para o sacerdócio desde criança, eram ungidos apenas aos trinta anos  e aposentados compulsoriamente aos cinquenta (Nm 4.3). A primeira turma foi de 2.750 sacerdotes, porém, ao longo da história de Israel, seu número variou, assim como suas responsabilidades. Mas, basicamente representavam povo diante de Deus, os ensinavam a guardar a lei e os abençoavam (Nm 6.23-27).

Eles não podiam (Lv 21) participar de sepultamentos, exceto de parentes próximos (pais, filhos e irmãos), e o Sumo Sacerdote nem destes podia. Era-lhes proibido desgrenhar os cabelos (perder a calma) ou raspá-los, barbearem-se ou tatuarem-se. Rasgar a próprias vestes (sinal de desespero ou de grande aflição); tomar prostitutas ou repudiadas, ou casar-se com alguém de linhagem obscura.

Os cegos não podiam ser sacerdotes, bem como os coxos, os portadores de cicatriz ou deformidade no rosto. Tampouco os pernetas, os manetas, os corcovados, os anões, os de olhar esbranquiçado, os portadores de sarna ou impingem, ou os castrados. “Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer as ofertas queimadas do SENHOR; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Comerá o pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo. Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porque tem defeito, para que não profane os meus santuários, porque eu sou o SENHOR, que os santifico” (Lv 21.21-23).

Trabalhavam organizados em turmas (que na época de Davi eram compostas de 24 sacerdotes) as quais se revezavam semanalmente. Oficiavam com ritos elaboradíssimos cinco tipos de sacrifícios: 1º) o Holocausto, em que a vítima (bezerro, carneiro ou ave) era totalmente queimada; 2º) a Oferta de Manjares (trigo ou cevada) em grãos ou bolos; 3º) o Sacrifício Pacífico, que tinha uma parte da vítima (qualquer espécie de gado) e dos manjares divididos entre os familiares do ofertante; 4º) o Sacrifício pelo Pecado, que antes de sacrificar a vítima (um cordeiro e novilho, bode, cabra, duas rolas ou dois pombinhos e uma tigela de farinha de trigo) exigia a declaração de qual pecado se referia e depois a restituição; e 5º) o Sacrifício pela Culpa, que parecia se referir aos pecados cometidos propositalmente (a vítima era sempre um carneiro).

Obrigatoriamente trajavam uma vestimenta de quatro peças (o Sumo Sacerdote de 8 peças), que, não podia ser substituída, mesmo em dias de calor intenso. Curiosamente não havia provisão de calçados.

A história mostra que eles foram muito influenciados pelos povos vizinhos e pelos diversos reis de Israel. Privilegiados, acabaram se corrompendo ou tornando-se insensíveis para com o ministério recebido. Oséias lhes acusa de rejeitarem a Lei de Deus (Os 4.6). Jeremias depreca a situação deles em seus dias: “Uma coisa horrível, espantosa está acontecendo na terra: os profetas não falam a verdade, e, apoiados por eles, os sacerdotes dominam o povo. E o meu povo gosta disso. Porém o que é que eles vão fazer quando essa situação chegar ao fim?” (Jr 5.30-31 – NTLH).

O Sinédrio, que condenou o Senhor Jesus, era composto e dominado por eles. Especialmente pelo Sumo Sacerdote. Em conluio com os fariseus, decidiram a prisão do Senhor (Jo 11.47); participaram da turba que o prendeu (Lc 22.52); pressionaram Pilatos a crucifica-lo (Jo 19.6e15 e Mc 15.11); e, continuaram zombando dele mesmo enquanto estava crucificado (Mc 15.31).

Cristo pode ver visto no ofício deles, afinal representavam o povo diante de Deus e o ofereciam a Deus simbolicamente, através dos sacrifícios. Pecadores, eles tinham necessidade de apresentar sacrifícios por seus próprios pecados, antes de sacrificar pelo povo. Cristo, entretanto, assumindo nossa natureza, tornando-se um de nós, não tem tal necessidade: É o sacerdote perfeito, oferecendo a si mesmo, a vítima perfeita. A missão deles então foi encerrada, como encerrado foi tudo o que fazia parte dela: o templo e os sacrifícios.

Hoje, cada cristão é sacerdote de si mesmo e Cristo é o Sumo sacerdote de todos: ... Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (Ap 1.5-6).

Portanto, por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).

sábado, 11 de janeiro de 2014

Primogenitura

Nos tempos antigos o primeiro filho era muito importante. Era chamado de “as primícias da virilidade” (Sl 78.51) e “as primícias do vigor” (Sl 105.36). Recebia o dobro da herança dos demais filhos (Dt 21.17) e nas famílias reais era o sucessor natural. A filha primogênita deveria se casar antes das demais.

A importância do primogênito foi totalmente incorporada pela legislação levítica ao ponto de Moisés alertar para que o direito deles não fosse preterido em favor dos filhos mais novos, mesmo que ele fosse filho “da aborrecida” (Dt 21.15-17).

A lei chegava ao ponto de determinar que se um primogênito morresse antes de ser pai, o próximo irmão se casasse com a viúva e lhe formasse descendência (Dt 25.5-6).

Aos olhos de Deus, Israel era seu primogênito: “Dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito” (Ex 4.22-23).

Todo o primogênito (tanto de homens como de animais) pertencia ao SENHOR (Nm 3.13) e deveria ser resgatado (Ex 34.20). Os primogênitos durante o êxodo foram resgatados em troca dos levitas. Deus determinou a contagem de todos eles (contaram 22.273) e, como havia 273 primogênitos a mais que levitas, cada um foi resgatado por cinco siclos (Nm 3.45-51).

Jesus, também primogênito, foi resgatado, pelo valor dos pobres (duas rolinhas), quando foi levado ao Templo, na mesma ocasião em que Maria cumpriu os ritos de sua purificação (Lc 2.7 e 22-24).

Entretanto, a história antiga mostra que esse direito foi violado diversas vezes: Já na primeira família Caim foi preterido por Deus em favor de Abel. Abraão, cumprindo ordem de Deus, preteriu Ismael em favor de Isaque. Isaque abençoou Jacó, que tinha comprado de Esaú seu direito de primogenitura. E José, apesar de ser o penúltimo filho é quem fica com o direito de ser o primogênito de Israel (1Cr 5.2). Ao abençoar os filhos de José, Jacó o fez de tal modo que foi o mais novo, Efraim, quem recebeu o direito de primogenitura (Gn 48.14 e 18-19). Peres, o segundo filho de Judá com Tamar (Gn 38.27-30), foi quem tomou parte na linhagem do Senhor Jesus (Mt 1.1-6). Salomão foi escolhido sucessor de Davi no lugar de Adonias, que acabou sendo morto por reivindicar o trono. E, na parábola de Jesus, apesar de uma vida torta, é o filho mais novo quem recebe o bezerro cevado, ao passo que o primogênito, que não saiu da casa do Pai, continuava distante.

O Senhor Jesus é chamado primogênito de toda a criação (Cl 1.15-18), e seu sangue estava prefigurado naquele que foi aspergido nas portas salvando assim os primogênitos de Israel.

Na realidade a primogenitura era uma figura da salvação. Os verdadeiros primogênitos não são - como se dizia - os que “abrem a madre”, mas os que Deus chama.

O apóstolo Paulo usou este costume para explicar as escolhas de Deus (Rm 9.6-16): Seu argumento básico foi “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos”. E sua conclusão é: “não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”.

Para chegar a esta conclusão Paulo citou dois casos: Primeiro o de Isaque, que, apesar de ser o mais novo, herdou a primogenitura do Pai, por determinação divina: “Em Isaque será chamada a tua descendência”. Segundo, dos filhos de Isaque, Esaú e Jacó, que, apesar de serem gêmeos, antes mesmo que nascessem e praticassem o mal ou o bem, Deus já havia dito: “O mais velho será servo do mais moço” e “amei Jacó e odiei a Esaú.

Portanto, acima do direito de primogenitura de um filho mais velho, estava a vontade de Deus. Ele fez primogênito a quem quis, apenas por  misericórdia.

O escritor da Carta aos Hebreus exorta aos que foram feitos primogênitos de Deus a não se portarem como Esaú, que por um reles prato de comida, vendeu seu direito de primogenitura, mas se espelharem nos heróis da fé (cita 18 deles) que sofreram perseguições, escárnios, açoites, algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, e mortos a fio de espada, mas não abandonaram suas primogenituras, mesmo não vendo o cumprimento das promessas.

Isso é uma figura eloquente para nós hoje. A Igreja, pela graça, foi elevada à condição de filho primogênito. É propriamente chamada de Igreja dos Primogênitos arrolados nos céus (Hb 12.23) exatamente por ser constituida de todos aqueles que a misericórdia de Deus transformou em primogênitos. Desistir desse chamado é ser impuro e profano.

 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Salmo 90

Dentre os muitos assuntos que estão presentes no Salmo 90, dois contrastes se destacam: O contraste entre Deus e o homem e o contraste entre os feitos de ambos.

Deus é chamado de “refúgio”: refúgio de geração em geração. Não menos importante que o predicativo atribuído a Deus, é sua qualificação: “de geração em geração”. Um segundo qualificativo aparece: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Ele é Deus além das gerações, além da existência dos mentes, da própria terra e também do mundo. Ele é Deus além do tempo, além das “eternidades”.

O homem não recebe diretamente um predicativo, mas a consequência óbvia é que é ele quem se refugia. Já a qualificação introduz um contraste dramático: “os dias de nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; nesse caso o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente e nós voamos”.

Como as palavras não são adequadas para falar de Deus e sua existência, Moisés contrasta os tempos de existência. Enquanto Deus é “de eternidade a eternidade”, os dias da vida do homem voam!

Ao descrever os feitos de ambos o contraste se intensifica. Não é só existencial, mas também moral: Deus reduz o homem a pó, arrasta-o na torrente e expõe todas as suas iniquidades e pecados ocultos. Sobre o homem, não diz o que ele faz, mas o que ele pede: “Ensina-nos”, “volta-te”, “sacia-nos”, “alegra-nos”, “mostra-nos (apareçam as tuas obras...)”, “seja sobre nós a graça” e, por fim, “confirma as obras de nossas mãos”.

Esta comparação pressupõe:

1) Deus não apenas está na eternidade, mas existe além dela. O homem, além de estar debaixo do tempo, vive apenas pouco dele: setenta ou oitenta anos.

2) A efemeridade do homem é tal que, aos olhos de Deus, sua existência é como um sono, ou como a relva que viceja de madrugada e seca à tarde.

3) A diferença é tão gigantesca que o homem sequer conhece o poder da ira de Deus. Muito menos sua cólera.

4) O homem está sujeito a um imperativo moral estabelecido por Deus, que não tolera suas iniquidades nem seus pecados ocultos, razão pela qual todos os seus dias se passam sob a ira de Deus, que o consome de tal forma que a duração de seus anos, se assemelha a um breve pensamento.

Essa diferença formidável aponta para a graça: todos os homens estão debaixo da ira e do furor de Deus. Sempre estiveram e sempre estarão. Com exceção daqueles que se abrigaram em Jesus – o único que conhece a extensão e a intensidade da ira de Deus.

Desejo que, em todos os dias de 2014 e por todos os nossos dias, esta bênção seja nosso consolo  maior:  Estamos   debaixo   da   graça   de  Deus: Jesus Cristo.