sexta-feira, 22 de abril de 2005

Dias fantásticos

Que dias fantásticos devem ter sido aqueles em que, ressuscitado, nosso Senhor conviveu com seus apóstolos e com discípulos.

Sabemos que o Senhor se dava a conhecer. Não foi isto que aconteceu a Madalena e aos dois no caminho de Emaús? Sabemos, também, que ele não estava sujeito ao espaço como antes de ressuscitar: desapareceu diante dos dois de Emaús e apareceu diante dos onze, causando-lhes tal susto, que precisou esclarecer que não era fantasma.

Entretanto, ele mesmo se encarregou de mostrar a Tomé que possuía carne e ossos diferentemente de um espírito. Mostrou-lhe a cicatriz da lança e mandou que tocasse nela. Comeu peixe assado com eles.

Dias fantásticos! Dias que marcaram definitivamente o ministério dos apóstolos. João nos diz que o Senhor repassou-lhes a missão do Pai: “assim como o Pai me enviou eu vos envio”. E, depois, soprou sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”. Que autoridade possuíam agora!

O curioso, entretanto, é que, apesar de tudo isto, ainda havia incredulidade. Foi depois desse “batismo com o Espírito Santo” (confirmado, diante de todos, no dia de Pentecostes) que Tomé o confrontou. Foi depois disso que todos resolvem ir pescar. Foi depois da pesca, e de se alimentarem, dos peixes com os quais o Senhor lhes esperava na praia, que ele confrontou Simão Pedro. Também foi depois disso que, censurando a dureza de coração deles, o Senhor prometeu os poderes, que seguiriam aqueles - dentre eles - que cressem. E finalmente, foi depois de tudo isto, que os anjos questionaram o espanto deles ao ver o Senhor subir ao céu.

Dias fantásticos, de acontecimentos fantásticos. De incredulidade fantástica.

Meus irmãos; não seja assim conosco. Pelo contrário, recebamos as bênçãos do Senhor com santa gratidão sabendo que tudo o que nos vem, vem de suas santas mãos, portanto miraculoso. Nossa vida mesmo é um bendito milagre, pois, não merecendo, fomos salvos por ele.

A ele glória. Hoje e no dia eterno.

segunda-feira, 11 de abril de 2005

A necessidade do templo ser purificado

Quando Moisés, no deserto, consagrou o Tabernáculo, Deus o confirmou com fogo dos céus que queimou as ofertas que haviam sido postas sobre o altar. O mesmo se repetiu quando Salomão consagrou o Templo em Jerusalém mais de mil anos depois.

Em ambos os casos aquele “fogo celeste” deveria ser mantido aceso, sendo esta uma das principais tarefas dos sacerdotes. Todos os holocaustos deviam ser queimados com aquele fogo. Nadabe e Abiú foram mortos por terem oferecido holocausto com “fogo estranho”.

No Tabernáculo o fogo foi apagado quando os filisteus tomaram a Arca da Aliança. No Templo, quando Judá foi levado cativo à Babilônia.

Ao voltarem do cativeiro, Neemias e outros reergueram Jerusalém e o Templo. Entretanto não encontramos nenhuma alusão de que o Senhor, por ocasião da reconsagração, tenha feito o mesmo. Não “desceu fogo dos céus” para consumir as ofertas postas no altar.

À vista disso muitos estudiosos, não acreditam que o Templo reedificado por Neemias, e, melhorado por Herodes, nos dias de Jesus, tenha sido “recebido” por Deus.

Ora, hoje, relembramos o dia em que nosso Senhor e Salvador, dirige-se ao templo, sabendo que seria a vítima. Sabendo que seria condenado e morto como acontecia com cordeiros pascais que simbolizavam a libertação do povo de Deus. Ele era a verdadeira libertação.

Se aquele Templo, nos dias de Neemias, não fora recebido por Deus, agora a presença do verdadeiro Cordeiro o tornará aceitável, pois se refere a ele como “a minha casa”.

Porém essa aprovação dura apenas alguns dias: entre a segunda-feira, quando ele o purificou, e a sexta-feira, hora em que o verdadeiro véu foi rasgado na cruz (não deixe de ler Hb 10.11-25).

Entretanto, pela graça divina, outro templo receberá a aprovação de Deus. Na realidade, outros templos. No dia de Pentecostes, aquele mesmo fogo que queimou as ofertas na consagração do Tabernáculo e na consagração do Templo, se manifestará sobre cada membro da Igreja tornando cada um, Templo do Espírito Santo.

O dia em que Jesus é recebido com ramos nos lembra, que a verdadeira vítima vinha espontaneamente ao Templo, porém estava sendo recepcionado de modo errado: não como o Cordeiro de Deus, mas como aquele que poderia comandar o povo contra os estrangeiros que os dominava. Lembra-nos também que para usar o Templo é necessário purificá-lo primeiro.

Como Templos do Senhor não rejeitemos a purificação que ele fizer em nossas vidas. Não tragamos o mundo para dentro de nós, mundanizando-nos. Nem nos tornemos “covis de salteadores” mercadejando a fé.