sábado, 30 de julho de 2011

Igrejas desaparecidas

Você já notou que nenhuma das Igrejas citadas no Novo Testamento existe mais?

A menos que você reconheça a atual Igreja de Jerusalém (a Ortodoxa Grega? A Católica Romana?) como fiel substituta daquela que foi dirigida pelos apóstolos do Senhor. Ou reconheça o Vaticano como fiel substituto da Igreja para qual Febe levou sua carta de recomendação.

Onde está a Igreja de Samaria, que parece ter sido a primeira a ser organizada fora da Judéia?

Onde está a Igreja de Antioquia? Onde Paulo e Barnabé foram presbíteros? Já ouvi falar que está em uma cidade chamada Antaxa, na atual Turquia. Eu gostaria de conhecê-la pessoalmente, ver seus registros históricos (se houver algum).

A de Antioquia da Psídia, a de Icônio, a de Listra, de Derbe... Faça uma lista nome por nome. Você verá que nenhuma sobreviveu. Chipre? Talvez. Mas você há de convir comigo que a “Ortodoxia grega” da igreja de lá, está longe da Ortodoxia Bíblica.

Algumas dessas Igrejas foram ameaçadas pelo próprio Jesus. O pastor da Igreja de Éfeso recebeu uma ameaça que se estendia à Igreja que pastoreava: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5).

Pelo contexto o Senhor Jesus estava ameaçando mover de seu lugar a igreja. Aconteceu: Primeiro um terremoto. Depois a invasão mulçumana. Hoje o turismo atesta para o mundo inteiro que ali houve uma igreja e já não há mais.

Por que igrejas que foram tão bem doutrinadas, que contaram com a presença dos apóstolos do Senhor, que receberam cartas diretas do próprio Senhor Jesus, não existem mais?

Eu não sei dizer. Conjecturo que especificamente a Igreja de Éfeso não tenha se arrependido, nem voltado à prática das primeiras obras. Porém, será que o mesmo se pode dizer de todas as outras igrejas?

No Antigo Testamento Deus algumas vezes castigou seu povo privando-lhe do culto. A primeira vez deixou que os filisteus tomassem a Arca da Aliança, que mais tarde foi recuperada pelo Rei Davi. A segunda vez permitiu que os babilônios destruíssem o Templo de Salomão e sumissem com a Arca da Aliança.

Reconstruído o Templo há um registro, feito pelo profeta Malaquias (1.10), que à vista da corrupção, especialmente dos sacerdotes, Deus desejava que as portas do Templo fossem fechadas. Permaneceram abertas até o verdadeiro e último sacrifício - sacrifício do qual os demais são apenas tipo ou sombras - depois foi destruído totalmente.

Não seria uma pista para se entender o porquê dessas igrejas terem acabado?

Imediatamente me lembro das palavras do próprio Jesus: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15.1e2).

Deus nos livre de trilharmos o mesmo caminho delas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Batizar crianças?

Há algum tempo tenho trabalhado em um material sobre esse assunto, mas ele ainda não chegou ao ponto que eu desjo (ser claro, ter um tom pastoral e ter o tamanho costumeiro).


Minha dúvida é: Por que no último século a grande maioria das denominações não católicas deixou de batizar crianças? Desconfio que a resposta seja estatística. Neste último século as denominações pentecostais foram as que mais cresceram e elas nunca batizaram suas crianças. As denominações tradicionais, além de crescerem menos, foram tão afetadas pelo pentecostismo que algumas até deixaram esse hábito. Assim, creio que é possível se explicar essa grande mudança em pouco mais de um século.


Porém, enquanto estou em uma quinzena de férias, leia o excelente texto que o Rev. Agnaldo postou sobre o Batismo de Crianças em:  http://www.creioeconfesso.com/2011/07/o-batismo-dos-filhos-dos-crentes.html 

sábado, 9 de julho de 2011

O Sono e o despertar

Mais uma manhã. Os primeiros sons que eu percebo são de passos femininos: curtos e secos. De saltos contra o asfalto da rua. A seguir passos pesados e abafados denunciam o pequeno grupo de operários da construção próxima que logo me atualizarão sobre o mundo do futebol, mesmo que nenhum time tenha jogado na noite anterior.

Os primeiros clarões, que já invadiram a janela, da qual as alergias me roubaram a cortina, ameaçam gradualmente meus olhos, que tentam se proteger debaixo de um edredom - verdade! As manhãs estão frias o suficiente para um edredom fininho - e o cansaço do sono iniciado bem depois de meia noite me convida a virar pro outro lado. Mas, aí já é tarde: Junto com o trinado de dezenas canários e a algazarra dos pardais, chega o aroma forte e bem vindo do café. Há sono que resista?

Antes de me levantar agradeço ao Senhor, por mais um dia em que suas misericórdias se renovaram.

E se renovaram mesmo!

A preocupação com tantas coisas feitas pela metade ou por fazer; com a distância que divide a família; com o sofrimento de ovelhas doentes ou aflitas; deu lugar à confiança, e o sono que chegou agitado foi se acalmando pela certeza de que é “inútil se levantar de madrugada, trabalhar até tarde, comer o pão de lágrimas, pois aos seus amados, Deus dá enquanto dormem”.

Foram poucas horas de sono, mas foi um sono profundo e sem sonhos: reparador.

Os problemas de ontem não desapareceram, mas ganharam novas abordagens. Suas soluções podem agora ser examinadas sob novas perspectivas.

Quantas vezes fui dormir com um “problema insolúvel” e pela manhã ele parecia algo tão banal que se desfez com um simples telefonema.

Com um sono profundo Deus trouxe a nosso pai sua companheira. A bendita Jael libertou seu povo do jugo de Sísera depois dele cair em profundo sono. E por não conseguir conciliar o sono Nabuconozor conheceu a Daniel. Por não conseguirem segurar o sono os apóstolos do Senhor não conseguiram vigiar em oração com ele no Getsêmani. Vencido pelo sono Êutico caiu do apartamento no terceiro andar em que a Igreja de Trôade estava reunida.

Mas, de tudo o que as Escrituras falam sobre o sono, o que mais me impressiona é compará-lo à morte dos remidos. Sabemos muito bem que eles morreram mesmo. Mas como breve ressuscitarão, as Escrituras chamam a morte de sono. Como se da morte acordassem.

E, especulo eu: do que primeiro teremos consciência? Dos passos dos transeuntes? Da claridade do dia? Do canto dos pássaros? Do aroma do café? Não! Creio que será da bendita voz - aquela que já foi ouvida por Lázaro - “vem pra fora”!

Eu irei.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os adornos do Espírito

Mal saíram do Egito - multidão de escravos, fazedores de tijolos de uma terra tão ruim que exigia vegetais para dar liga à massa - Deus os reuniu aos pés do Monte Sinai. Lá deveriam se tornar um povo. Lá receberam a Aliança, que Abraão, séculos antes, conhecia pela fé.

De tão rudes, a aliança lhes foi resumida em tábuas de pedra. Mas, analfabetos, para as reverenciarem, tudo foi sancionado com sangue de cordeiros inocentes aspergidos sobre as tábuas e sobre eles. E para que eles as valorizassem mais, Deus as depositou em uma arca de ouro, separou toda uma tribo para guardá-las e ordenou que fizessem uma tenda especialmente adornada para elas.

Os adornos dessa tenda não podiam ser produto da imaginação de qualquer um. Deus chamou dois homens para elaborar o projeto dela, treinar seus auxiliares e edificá-la, conforme a vontade dele. Tudo foi prescrito: As paredes, a cobertura, os móveis, a decoração, até mesmo a roupa que os oficiantes vestiriam enquanto estivessem dentro dela. Usariam metais, madeiras, tecidos, e especiarias e o Espírito Santo os capacitaria como marceneiros, entalhadores, ourives, bordadores, perfumistas, etc.

A tenda seria a morada das tábuas da Lei de Deus, portando da Vontade de Deus e em última análise do próprio Deus. Nada mais natural, portanto que fosse construída e ornamentada conforme seu querer e caráter.

A tenda foi erigida e consagrada: “...Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo... De dia, a nuvem do SENHOR repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas” (Ex 40.34-38).

Esse sinal fantástico, fogo sobre a tenda da congregação, se repetirá sobre o Templo de Salomão, mas não sobre o Templo de Zorobabel.

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Mal se tornaram cônscios de que Jesus havia recomeçado uma nova criação substituindo a que nosso pai Adão estragou, uma pequena multidão (cento e vinte?), reunidos em uma casa, viram aquele mesmo fogo descer sobre a cabeça de cada um. Cada um era um tabernáculo em que a Le ide Deus morava, não em tábuas de pedra, mas no coração como os profetas do Senhor falaram tantas vezes.

Mas, e os adornos dos quais o Senhor fizera tanta questão no primeiro tabernáculo? Estavam todos lá.

Em vez de pedras preciosas no peito, boas obras, em vez de linho branco, vidas santas. Em vez de estofo, paciência e longanimidade, etc.

Todos capacitados a fazer o que poucos fizeram. O Espírito agora não habitava com eles. Habitava neles.

Habita em nós!

Tudo era figura de algo superior que se cumpriria em Jesus e nos seria transmitido. Por essa razão é que Pedro ensina que o verdadeiro adorno é “o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.4).