domingo, 12 de junho de 2005

Talvez mais esquecido aspecto da missão do Espírito Santo

Tenho ainda muito que vos dizer,
mas vós não o podeis suportar agora;
quando vier, porém, o Espírito da verdade,
ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido
e vos anunciará as coisas que hão de vir.
Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu e vo-lo há de
anunciar.
João 16.12-14

Na noite da última ceia, o Senhor estava preocupado em ensinar a seus Apóstolos certas coisas que eles não tinham assimilado muito bem. Por exemplo, o conceito de ser o maior no reino de Deus. Dois irmãos "constrangeram" a própria mãe a pedir lugares especiais, a sua direita e a sua esquerda no reino porvir. Parece que Pedro também nutria certo sentimento de superioridade, pois tinha dito que mesmo que todos
abandonassem o Senhor ele jamais o faria. Afirmação esta que lhe custou muito caro, pois o Senhor o humilhou ao questionar-lhe, depois de ressuscitado se ele o amava mais do os demais.

Foi a noite em que o Senhor prometeu o Consolador. Foi a noite em que o Senhor rogou ao Pai não apenas por eles, mas por aqueles que ainda viriam a crer por intermédio da palavra que eles pregariam.

Porém eles ainda não podiam suportar tudo o que o Senhor queria dizer-lhes. Note que não era o Senhor quem não podia dizer-lhes. Eles é que não entenderiam. Precisavam passar pelo trauma de ver seu Mestre
crucificado. Precisariam do espanto de vê-lo ressuscitado. Precisariam do testemunho interno do Espírito Santo.

O curioso é que a declaração do Senhor "limita a ação do Espírito Santo": ele não falaria de si mesmo, mas apenas o que ouvira. Certamente de quem o enviaria: o Filho e o Pai.

Não tenho a mínima intenção de reduzir a obra ou a glória que devemos dar ao Santo Espírito, mas não podemos, nunca, a pretexto de glorificar-lhe, ou de seguir a moda de nossos dias, esquecer esta unidade fundamental entre as 3 pessoas da Santíssima Trindade.

O Espírito Santo jamais comunicou qualquer coisa, a quem quer que seja, que não tenha partido do bendito "Conselho Eterno".

Porém repare as terríveis conseqüências desta declaração: o Espírito Santo capacitaria os Apóstolos, a produzirem os escritos neo-testamentários, expondo a verdade que aprenderiam, e que não poderiam suportar no momento em que o Senhor lhes falava, revelando os acontecimentos futuros, e glorificando ao Senhor e Mestre, registrando seus ensinos.

Louvado seja Deus! Temos hoje sua santa palavra. Não produzida por qualquer um, sob qualquer condição, mas por homens escolhidos pelo Senhor e capacitados pelo Espírito Santo a expor a verdade a que chegaram.

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