domingo, 7 de maio de 2006

Sobre sofrimentos

“... o que sofremos durante a nossa vida
não pode ser comparado, de modo nenhum,
com a glória que nos será revelada no futuro.
Rm 8.18 (NTLH)

Como pastor tenho de ver mais sofrimentos do que a maioria das pessoas. Porém, não vejo apenas o sofrimento do corpo, vejo também o sofrimento da alma. Sem querer ser pretensioso, já que outros profissionais - médicos, enfermeiros, etc. - também vêem o sofrimentos da alma, digo que vejo um sofrimento que geralmente passa desapercebido. O sofrimento que, paradoxalmente, machuca e abençoa, deixando marcas indeléveis.

Há sofrimentos que nós mesmos buscamos, e, muitas vezes, nos administramos. Geralmente eles vem como o efeito colateral de uma busca desmedida pelo prazer. É a ressaca após a bebedeira. É a dor e a vergonha após a orgia. São tão terríveis quanto suas causas, e estas, por serem terríveis o Apóstolo diz que sequer devem ser nomeadas dentro da Igreja.

Porém, não é o que acontecerá a quem, por exemplo, participar dessas festas dionisíacas características de nossa cultura e ansiada por aqueles que não descobriram o que é a verdadeira alegria?

Há também sofrimentos que nos são impingidos por quem está ao nosso lado. Vão desde um carro com escapamento aberto, um esgoto despejado em um manancial, até um ladrão ou assassino que nos furta bens ou vidas queridas.

Mas, como deixar de falar nos sofrimentos que recebemos diretamente das mãos de Deus? Não falou deles o patriarca Jó? Não nos mostrou sua utilidade o Apóstolo Paulo? Não os experimentou nosso Senhor?

Quando o filho começa a andar os pais não o soltam, e muitas vezes eles não caem? Quando erram acaso ficam sem disciplina? A disciplina produz algum efeito se não trouxer algum tipo de sofrimento?

Deus age assim também. As vezes nos deixa andar pelo vale da sombra da morte para que nos demos conta de ele está conosco: ao nosso lado.

A perda de um amado, a dor sofrida por quem enfrenta uma doença, pode ser uma bênção de Deus. Uma oportunidade de colocar a vida em ordem antes de encontrá-lo.

Bendita dor que nos mostra que estamos vivos e traz em si a certeza de que é passageira, pois para onde vamos ela não irá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lido e apreendido, resultando gratidão a Deus, em 14/07/06.