sábado, 20 de dezembro de 2008

Vou a Belém

Neste Natal vou a Belém. Não a Belém do Pará. Muito menos a Belém da Palestina. Vou à mesma Belém a que os pastores foram na noite em que os anjos os avisaram do nascimento de Jesus.

Não vou precisar de carro, muito menos de avião para chegar lá. Mas também não vou a pé. Vou em espírito. Calma! Não sou místico nem afeito a essa embromação de nossos dias, mas vou em espírito.

Não vi nenhum anjo, muito menos uma milícia deles. Mas ouvi, nas Sagradas Escrituras, o convite que eles fizeram uns aos outros depois do impressionante anúncio que receberam sobre o nascimento de Jesus.

Não vi nenhuma estrela nos céus, além das que me fascinam todas as noites. Mas li nas Escrituras Sagradas que alguns sábios entenderam que uma delas anunciava o nascimento de Jesus.

Então, vou a Belém.

Infelizmente não tenho ouro, nem incenso, e, pra falar a verdade, nunca vi mirra. Mas, como os pastores, que não tinham o que levar, além de um coração disposto a ver o que Deus tinha dado a conhecer, vou a Belém.

De antemão já sei que vou encontrar uma estrebaria. Provavelmente alguns animais e um casal com seu primeiro filho. Mas sei que esse menino é na realidade o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que esvaziou-se de algumas de suas prerrogativas divinas e assumiu nossa natureza, a fim de reconduzir-nos à posição para a qual fomos criados e da qual nos afastamos rebeldes contra nosso Criador.

Tenho plena convicção de que não encontrarei nada de extraordinário, como luzes, coro de anjos e todas essas coisas que a imaginação de artistas bem intencionados costuma colocar no presépio, mas nunca me esquecerei dos momentos que passarei diante daquele menino.

Vou a Belém apenas par adorá-lo. Não com cânticos, pois nem minha voz, nem o mais belo dos cânticos é digno dele. Tampouco com instrumentos, pois, além de não saber tocar qualquer deles, mesmo que possuísse a capacidade musical e a destreza dos grandes mestres, jamais conseguiria compor ou tocar qualquer peça que merecesse sua atenção.

Vou a Belém com o coração aberto. No chão. Mais disposto a receber do que a dar algo que não possuo, pois tudo o que tenho me foi dado por ele.

Vou a Belém, durante o culto na Igreja e durante a ceia que estamos preparando em casa. A cada hino com meus irmãos da Igreja me lembrarei de que estou ali por que ele nasceu. A cada alimento saboroso que desfrutarei com meus queridos, me lembrarei de que vivo não apenas de pão mas de toda palavra que sai da boca de Deus. E ele, o menino da manjedoura, é a verdadeira Palavra de Deus, a última com que ele nos falou e a única que não lhe volta vazia.

Por esse e muitos outros motivos vou a Belém.

2 comentários:

Célio R. disse...

Nossa!!! bonito e muito forte..

Ivan Guedes disse...

Excelente texto! Parabéns pelo blog. Mais do que nunca precisamos resgatar o natal com sua mensagem da grande salvação dos pecadores.