sábado, 10 de julho de 2010

O Nome

De modo geral, nos identificamos pelo nome completo, que é composto do nome próprio, sobrenome materno e paterno. A ordem, a obrigatoriedade ou o número de sobrenomes varia. Por exemplo: Os espanhóis usam primeiro o sobrenome paterno e o sobrenome materno por último. Os americanos e ingleses se contentam com o sobrenome paterno. Os húngaros, japoneses e chineses usam o sobrenome antes do nome.

Nos tempos bíblicos a identificação compunha-se geralmente de um nome próprio seguido do nome do pai, e de algum ancestral notável. Nosso Senhor é chamado por Mateus de “Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).

Algumas vezes o nome próprio é seguido por um atributo pessoal: Jesus Cristo (Cristo significa o escolhido), Saulo de Tarso (Nascido em Tarso), José Barnabé (hábil em incentivar), Simão Curtidor (trabalhava com couros).

Nos primeiros anos da Igreja, com tantos, de tantas nacionalidades e culturas aderindo ao cristianismo, encontramos os mais diversos nomes. Mas é nessa época, em Antioquia, que os seguidores de Jesus passaram a ser chamados Cristãos. Talvez um modo pejorativo de designá-los, como, décadas atrás, nos chamavam de “os bíblias”.

Esse tipo de designação é mais precioso do que um sobrenome de família, de local ou de profissão. E embora designe o grupo mais do que o indivíduo, revela o que é mais notável.

Por protestarem contra várias decisões da Igreja de Roma as Igrejas que nasceram da Reforma Religiosa do Século 16, receberam o nome de Protestantes. Entretanto, ao chegarem ao Brasil preferiram se apresentar como Evangélicas. Modernamente algumas que tem muito pouco, ou nada, dessa raiz, adotaram essa mesma designação: em inglês! Gospel.

Preferimos o nome Presbiteriano, por indicar nossa forma de governo, entretanto sempre mantivemos a identificação evangélica.

Hoje, presbiterianos como eu têm uma dificuldade muito grande em se identificar. Somos Protestantes? Contra o que protestamos, se não temos qualquer vínculo com a Igreja de Roma? Somos Evangélicos? Está cada vez mais difícil agüentar as besteira que esse nome evoca. ‘Góspeis’? Deus nos livre! Além das besteiras, evoca o pernicioso comércio da fé.

Nossa sina é pertencer ao crucificado. Nele fomos predestinados e crucificados para o mundo. Portanto não há como fugir: somos cristãos. Para o bem ou para o mal somos cristãos.

Não concordamos com muitas coisas que outros cristãos fazem, mas somos cristãos. E como Pedro nos ensinou devemos honrar esse nome: "Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem mas se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome" (1Pe 4.14-16).

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