sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como João viu a Jesus

Amigo íntimo de Jesus, na última ceia João aconchegou-se a seu peito e encontrou Jesus ainda diversas vezes antes de sua ascensão, mas nunca com a mesma intimidade.

Soube do encontro de Saulo e da aparência de Jesus por ele descrita. João, anos depois, exilado em Patmos, viu a Jesus, de forma especial, pelo menos três vezes.

Na primeira vez que o viu ficou aterrorizado e se Saulo caiu cego, ele caiu como morto. João viu Jesus andando no meio de todas as igrejas, e vestindo roupas sacerdotais. Olhava de modo tão penetrante como fogo e andava descalço como todo sacerdote anda no lugar santo, porém pisava com a firmeza do bronze, e em vez de sussurrar – hábito dos sacerdotes para não revelar o nome de Deus – sua voz era como uma cachoeira e sua palavra cortante qual espada afiada. Em sua destra estavam os líderes das igrejas e seu rosto brilhava como sol em sua força. Tão logo o viu João foi ordenado escrever sete cartas às igrejas e atendeu o que lhe era ditado.

Aqui se destacam o ofício sacerdotal e o ofício profético de Jesus. Ele anda no meio das igrejas, sustenta o anjo de cada uma delas, prova, reprova, estimula, condena ou elogia a cada uma. Pode significar muito mais, porém certamente João está vendo Jesus glorificado, não quem o receberia com um abraço.

Na segunda vez João ficou surpreso. Jesus fora anunciado pelos anciãos como “o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e seus selos”, mas João viu um cordeiro. Pior: “como tendo sido morto”. Entretanto este cordeiro tinha “sete chifres, sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra”. Ao receber o livro da destra daquele que estava no trono, os seres celestiais e todos os salvos prostraram-se diante do cordeiro, e, com harpas e incensários repletos de orações de todos os eleitos, começaram a adorá-lo.

Nesta segunda visão se destacam o ofício real e o sacerdotal. Anuncia-se o rei, mas quem toma o livro é o sacerdote. João está vendo a encarnação do Senhor. Os selos que ele vai abrindo são suas vitórias subseqüentes bem como as tragédias sobre os vencidos.

Na terceira vez João ficou deslumbrado. Jesus estava montado num cavalo branco. Novamente seus olhos eram penetrantes como chama. Na sua cabeça havia muitos diademas e apesar de ser conhecido como Fiel e Verdadeiro, seu nome era conhecido apenas por ele mesmo e era Verbo de Deus. Sua roupa estava manchada de sangue e os exércitos do céu o seguiam vestidos de branco montados em cavalos brancos. De sua boca saía uma espada afiada com a qual feria as nações, às quais regerá com cetro de ferro e pessoalmente imporá o furor da ira de Deus. Escrito em seu manto e em sua coxa estava a frase REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

Nesta terceira visão o ofício profético está presente em seu nome e na arma que usa, mas o destaque maior é dado ao ofício real: ele reina sobre todos. Não apenas apascenta seu rebanho, mas impõe a ira de Deus sobre os inimigos. A mesma ira que caiu sobre ele na cruz.

Essas três visões significam muito mais. Porém, fundamentalmente dizem que o apostolo amado não viu a Jesus como o via na Judéia. Jesus não deixou sua natureza humana, mas retomou aquilo do que tinha se esvaziado quando se encarnou.

Ele não é mais aquele em quem se pode bater ou até fincar pregos. Agora ele é aquele que apenas à menção de seu nome todo joelho se dobra e toda língua diz: é o SENHOR.

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