sábado, 1 de abril de 2006

Falsificações

Há algum tempo atrás ficamos perplexos com descobertas de remédios adulterados. Ainda não sei bem se posso chamar de adulterados, pois muitos eram totalmente constituídos apenas de farinha.

Pode haver crime mais hediondo? O doente na expectativa de livrar-se de seu mal, ingeria uma substância completamente inócua.

Se quem substituiu determinada substância terapêutica por farinha já merece castigo tão grande, qual o castigo que deve merecer aquele que a substitui por veneno?

Adulterar remédios que visam combater uma doença, que, no máximo, pode matar o corpo, é considerado uma suprema covardia, um crime inominável. Imaginem como deveríamos considerar quem adultera o único remédio para o que há de eterno no homem?

Meus irmãos, isto é um alerta a todos nós. O Evangelho é o único remédio para os males da alma. Entretanto estamos vendo, impassíveis, ele ser diluído, completamente adulterado ou substituído por venenos.

Eu não me preocupo tanto com aqueles que, sabendo dos males a que estão sujeitos, fazem uso de substâncias prejudiciais à saúde. É claro que fico condoído de alguém preso à nicotina, ao álcool e à coisas mais pesadas. Porém, ele sabendo das conseqüências, sabe que pode encontrar no Santo Evangelho a solução: Desde que ele o receba puro.

Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. (1Co 15.1-2).

Aqui reside minha principal obrigação diante de Deus como o pastor que se “afadiga na palavra e no ensino”.

Parece loucura ao homem moderno que Deus exija dele que pense de determinado modo. Mas uma das características do Evangelho é ser “loucura para as gentes”. E, curiosamente, Deus resolveu salvar seus eleitos através da “loucura da pregação”.

Modificar um “i” ou um “~” da lei conduz a um outro Evangelho. Inócuo como farinha ou venenoso como estricnina. Porém outro evangelho.

Vivemos nos tempos em que remédios são falsificados em farmácias e o Evangelho em Igrejas. São tempos perigosos.

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