sábado, 2 de agosto de 2008

O Supremo Pastor e seus cooperadores

Aquele que chamou seu povo de rebanho foi o mesmo que, nos tempos antigos, era conhecido como O Pastor de Israel. O mesmo que inspirou a Davi - seu servo e também pastor desde a infância - a chamá-lo de pastor e atribuir-lhe todas as qualidades de um bom pastor.

Portanto, ele sabe o que é ser pastor. Conhece bem a natureza de seu povo para compará-lo a um rebanho.

Aquele que, feito um de nós, vendo aos que viera resgatar como “ovelhas que não tem pastor”, supriu-lhes as necessidades materiais, espirituais e disse de si mesmo: “Eu sou o Bom Pastor”. Comparou-se a um pastor que deixa noventa e nove ovelhas em segurança e sai em resgate de uma que se perdeu. E, depois de salvá-la, carrega-a nos braços de volta ao aprisco.

Portanto, ele sabe também que a melhor figura para representar seu povo é um rebanho. Um rebanho perdido e debilitado, que precisa ser trazido de volta nos braços.

Ele então chamou diversas pessoas como seus cooperadores e os dotou com o dom fundamental que todos os pastores devem ter: o cuidado.

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Numa sociedade agropastoril, como era aquela em as Sagradas Escrituras foram escritas, um rebanho era o bem mais precioso que alguém podia ter.

Dele se extraía a lã e o leite e secundariamente a carne o couro, os chifres e as unhas. Porém, no Israel bíblico o maior valor do rebanho residia em sua “capacidade de culto”.

A maior parte dos ritos do culto deles consistia no oferecimento da vida de um cordeiro - o que prefigurava o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Mas não poderia ser qualquer cordeiro: devia ser primogênito, em seu primeiro ano de vida, sem qualquer tipo de defeito ou mancha: Uma matriz.

Levando em conta que as ofertas contínuas no templo chegavam a 800 cordeiros por ano, era necessário que os rebanhos “produzissem a milhares e a dezenas de milhares” para obterem outras matrizes.

Ora, se um rebanho tinha tanto valor assim para seu dono, o que dizer do rebanho do Bom Pastor? Aquele pelo qual ele não hesita em dar sua própria vida?

Nessa época, mesmo um pequeno rebanho, cuidado por seu próprio dono, demandava auxiliares. E, se o rebanho fosse grande, os próprios pastores rodiziavam-se nos cuidados diretos e indiretos, essenciais para a manutenção do pastoreio.

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Ter cuidado com as ovelhas era fundamental, para o pastor que olhava para cada uma e distinguia tanto eventuais enfermidades como qualidades necessárias para servirem de culto.

Ter cuidado com os perigos era fundamental ao pastor que rodeava o rebanho atento ao que se aproximava.

Ter cuidado consigo mesmo era fundamental ao pastor que havia de passar a noite ao relento, e ser hábil no cajado com que acolheria a ovelha e no bordão que espantaria o lobo.

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Hoje nossa Igreja recebe novos pastores. Todos terão por missão cuidar do rebanho em suas necessidades mais básicas. O farão lembrando-se sempre que o rebanho não lhes pertence e que o dono do rebanho o tem em tão grande valor que deu sua vida por ele. São pastores, e melhores pastores serão, se imitarem o Supremo Pastor.

Os três cuidados que citei ainda estão em vigor. Mas é necessário adaptá-los, pois as ovelhas de antes eram apenas tipos das novas ovelhas que o Senhor reuniu em sua Igreja.

Os lobos de outrora eram nada comparados à nova raça de hoje (geneticamente modificada nos laboratórios mais sórdidos dos corações pecaminosos e dos demônios mais hábeis).

E as necessidades pessoais não se limitam a suportar uma simples noite ao relento, mas os séculos de uma noite tenebrosa “até que o dia clareie e a estrela da alva nasça”.

Portanto, pastores da Igreja Presbiteriana da Ilha dos Araújos, sejam os que ministram às mesas, sejam os que se dedicam a oração e a palavra, “atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).

2 comentários:

Maurício Barbosa disse...

Rev. quanto falta esta fazendo hoje de pastores que estejam realmente preocupados em pastorear as ovelhas que Deus os confiou. O pastor precisa estar em contato com suas ovelhas para saber quais estão precisando de cuidados e quais são estes cuidados de que precisam.
Que Deus, pela sua misericorcia, faça com que pastores assim venham a pastorear as ovelhas que hoje não sabem a quém seguir.

Abraços, do seu amigo Mauríco

folton disse...

Maurício;
Fico alegre com teu comentário. Ficarei mais alegre quando teu desejo for realizado.
Ab
Fôlton