segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mais doce do que o mel e preciosa do que o ouro

Alguns estudiosos dizem que a maior tentativa que o homem fez, e continua fazendo, para viver sem Deus foi viver em cidades. O raciocínio é simples: quem vive fora das cidades vê com mais clareza as obras de Deus.

Talvez você nunca tenha morado na roça, mas certamente pode imaginar. Na roça é necessário, por exemplo, tirar água da terra – estou me referindo a roça sem os confortos modernos – de tal modo que além de ver que a água é um produto da graça de Deus, se vê claramente quando há água em abundância e quando míngua. Na cidade basta abrir uma torneira e para se sentir falta de água é necessário um grande período de escassez, pois os reservatórios garantem seu fornecimento diariamente.

Talvez isso fique muito mais claro se você pensar em segurança. Quem vive em uma casinha isolada está sempre sobressaltado e dificilmente fica sem, pelo menos, um cão de guarda. Na cidade a maioria dos perigos se origina em seus próprios moradores. Pense nas antigas cidades muradas.

As luzes da cidade escondem os céus onde o poder de Deus se manifesta de modo tão claro, que o salmista chega a afirmar “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo” Sl 19.1-4).

O estilo de vida nas cidades torna nossa percepção da vida tão opaca que só pensamos se o ano foi farto em chuvas quando os preços dos alimentos sobem; e, abrigados das intempéries da vida, nos esquecemos da graça, da bondade e principalmente das repreensões de Deus. Se o clima fica severo, temos os aparelhos aquecedores ou os de ar condicionado.

O estilo de vida nas cidades nos priva das grandes bênçãos de Deus. Você já notou como no Antigo Testamento comer tutano e gordura era uma espécie de prêmio? O salmista chega a dizer “A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios” (Sl 63.5 Ed. Corrigida). Você se arriscaria? Seus níveis de colesterol permitem?

O mel, a que a Palavra de Deus é comparada por sua doçura, ainda é tido como um excelente alimento, mas seus níveis de glicose permitem usá-lo sem quaisquer restrições?

Essa crise pela qual o mundo passa mostra-nos também o quão longe ficamos de coisas que o próprio Criador delas usou para mostrar sua generosidade. Logo no começo da narrativa do Genesis, ao descrever a terra onde Deus plantou um jardim, lemos sobre a “... terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom” (Gn 2.11e2).

O salmista que comparou a doçura da Palavra de Deus ao mel, é o mesmo que compara sua preciosidade ao ouro. Mas você observou que o ouro hoje só é “desejado” quando a montanha de papéis, sobre os quais as riquezas se assentam, entram em crise?

Em parte eu concordo que a cidades, de certa forma, nos afastam de Deus, mas, se nossos primeiros pais tivessem resistido ao inimigo e não caíssem será que nunca viveriam em cidades? Será que não teríamos cidades sem pecado?

Na verdade, tanto as cidades, quanto qualquer outras coisas que viermos a produzir debaixo de uma cultura pecaminosa, visarão sempre nossa própria independência. Independência de Deus. A menos que consagremos a ele nossa vida e o fruto de nosso labor. A menos que as riquezas de “origem injusta” – como são todas as riquezas produzidas longe do Criador – sejam trazidas, juntamente com nosso pensar, cativas aos pés de nosso Senhor e por elas o adoremos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá Pastor Fólton, tive a oportunidade de te conhecer pessoalmente na Semana Teológica promovido pela 1ª IPB de Vitória. Eu sou de Colatina-ES e sou membro da 3ªIPB da minha cidade, sou aspirante ao ministério e tudo ocorrendo bem devo ir para o JMC no próximo ano.
Foi muito edificante ouvir sobre o Ministério da Palavra. Que Deus continue abençoando o ministério do irmão dando lhe força para continuar sendo fiel a palavra autentica em meio a uma sociedade pragmática, relativista e ecumenica.
Que Deus nos abençoe.

folton disse...

Caro Thiago;

Obrigado pelas boas palavras. Toda glória seja de nosso Senhor.

Desejo sucesso no JMC e peço que não deixe de orar por mim.

ab
Fôlton

Oliveira disse...

Gostei do texto!