domingo, 19 de abril de 2009

Jesus apareceu ressurreto apenas a alguns

Depois que o Senhor Jesus ressuscitou apareceu a muitas pessoas mais ou menos na seguinte ordem: a Maria Madalena, a outras mulheres, a dois discípulos no caminho de Emaús, a Pedro, a dez apóstolos escondidos, aos dez e Tomé (no domingo seguinte), a sete discípulos que estavam pescando, a onze apóstolos, a mais de quinhentos discípulos, a Tiago (seu meio irmão), aos onze apóstolos por ocasião da ascensão e a Paulo (alguns anos depois).

O próprio Paulo resume assim: “... e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo” (1Co 15.4-8).

A Tomé o Senhor precisou apresentar provas de que “era ele mesmo”, mas não o deixou sem uma repreensão. Diferentemente, Lucas, médico, vários anos mais tarde, ficou tão impressionado com os relatos da ressurreição do Senhor que escreveu: “... depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis” (At 1.3).

Mas, por que o Senhor Jesus não apareceu a todos?

Quanto escuto alguém dizer que o cristianismo baseia-se em lendas, contos, ou relatos desvirtuados, ou que a existência de Jesus não passa de uma ficção, eu me lembro disso: ele apareceu apenas a alguns!

Explico: se tudo isso fosse uma história inventada, o final esperado seria Jesus aparecendo a todos, indistintamente, punindo os que tinham obrigação de zelar por seus interesses e em vez disso o condenaram à morte. Não é assim que terminam as histórias em cujo gênero literário querem encaixar as Sagradas Escrituras?

Replicam, entretanto, que, como apenas alguns o viram depois da ressurreição, é de se suspeitar da narrativa. Mas, como suspeitar de homens que mantiveram tal testemunho “inacreditável” mesmo ameaçados de morte?

Voltemos à pergunta: Por que Jesus não apareceu a todos?

Lucas nos dá a melhor resposta: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.44-49).

Em síntese: Os novos filhos de Abraão não nascem “do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Nascem da fé. Que outro processo haveria de gerar estes novos descendente senão “a loucura da pregação”?

Crer, no que não se viu, disse Jesus a Tomé, é bem-aventurança. E, para garantir que apenas os que “crêem em seu nome” respondam a uma mensagem tão inusitada, o Senhor Jesus houve por bem divulgar sua ressurreição - sua vitória sobre a morte e nossa paz com Deus - através das testemunhas que ele selecionou.

Assim o Evangelho é pregado conforme sua natureza: “Escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (1Co 1.23).

O anúncio do evangelho decorre desse fato: Jesus só apareceu àqueles a quem enviou! E, por conseqüência, essa é uma das marcas dos falsos apóstolos: anunciar a verdade calcados em mentiras dizendo terem visto o Senhor.

Daqueles a quem ele apareceu, chegou a nós o santo evangelho. A esses ouvimos. E, em nós, manifestou-se a verdadeira fé. Fé que não depende de nada além do poder de Deus. Fé que subsiste a despeito de tudo.

Bendito instrumento que gera os novos - os verdadeiros - filhos de Abraão.

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