quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Tempo e o modo

Não há inundação sem a primeira gota de chuva. Não há tempestade sem a primeira brisa. Não há discórdia sem a primeira palavra mal dita ou mal entendida. Grandes discussões podem acabar em abraços e pequenos desentendimentos podem acabar em grandes tragédias.

Nenhum de nós, sabendo a que ponto chegaria, jamais teria contado uma determinada piada, falado uma determinada palavra ou feito o gesto que provocou toda aquela dor.

O sábio Salomão chama isso de o “grande mal que pesa sobre o homem” (Ec 8.6): desconhecer o resultado de seus atos.

Ele ensina que, como nenhum de nós conhece o que há de suceder, devemos - no único tempo sobre o qual temos algum controle, que é o momento presente - guardar a Lei de Deus. Ela nos foi dada para nos ensinar a decisão certa, a atitude correta, a palavra adequada e o tempo oportuno. Ou seja: A Lei de Deus nos ensina como viver cada instante de modo que o resultado de cada um desses instantes vividos esteja sempre de conformidade com a vontade de Deus e as conseqüências dos mesmos sejam sempre aquelas que agradem a Deus.

Nesse mesmo texto Salomão nos diz que para todas as coisas há um tempo e um modo, e que o sábio os conhece.

De fato: Às vezes vivemos o tempo certo de se fazer algo, mas não podemos fazê-lo do modo certo. Às vezes podemos fazer do modo certo, mas não estamos no tempo adequado.

Tempo e modo. Estes dois fatores precisam estar em harmonia para que tudo o que fizermos seja bem sucedido. E quem os harmoniza é a Lei de Deus.

Nosso Senhor morreu no tempo certo: Na “plenitude do tempo” como nos disse o apóstolo Paulo (Gl 4.4). Nosso Senhor morreu do modo certo: condenado injustamente, debaixo da pena que era nossa, de modo que Deus, nosso bendito Pai, lhe imputasse todos os nossos pecados.

Estou acostumado a ver quem age do modo correto estragar uma boa iniciativa por desconsiderar o tempo certo de fazer o que queria. Igualmente, já vi quem aguardou o tempo certo, mas todo atabalhoado, desprezou o modo certo e obteve os piores resultados daquilo que fez com tão boa intenção.

Minha alegria é ver alguém sábio o suficiente, que, enquanto espera o tempo certo, se prepara para executar aquilo que seu coração lhe mostra e Deus lhe permite.

Com paciência ele perscruta. Sonda. Ausculta. E realiza o que foi posto sob sua responsabilidade. E assim glorifica a Deus como bom mordomo do tempo e bom executor de seu querer.

Tudo varia. O tempo e o modo também. Mas a Palavra de Deus permanece verdadeira.

2 comentários:

Oliveira disse...

Excelente!

Jorge Fernandes Isah disse...

Pr. Folton,

ótima reflexão.

Interessante que não nos consideramos mordomos do "nosso" tempo, mas consideramo-nos donos dele, infelizmente.

Que saibamos dispor de tudo o que o Senhor nos deu e tem dado, inclusive do tempo, para que, em todo o tempo, sirvamos integralmente ao bom Deus, agindo biblicamente, para não sermos encontrados entre os fraudadores.

Abraços.