sábado, 8 de outubro de 2011

Engenharia Social


Engenharia é a arte de fazer máquinas, estruturas ou processos. O engenheiro aplica conhecimentos científicos e cria engenhos, trazendo melhor qualidade de vida. A engenharia civil se dedica à construções. A elétrica à geração de eletricidade. A mecânica à fabricação de máquinas e equipamentos. A genética à alteração de genes. Etc.
Porém, há algum tempo se tem falado muito em Engenharia Social. Eu não encontrei um curso sequer com esse nome. Mas há uma definição interessante na Wikipédia: Em Segurança da informação, chama-se Engenharia Social as práticas utilizadas para obter acesso a informações importantes ou sigilosas em organizações ou sistemas por meio da enganação ou exploração da confiança das pessoas.
Em outras palavras: Engenharia Social é a arte de explorar a ingenuidade do próximo. É o golpe (do vigário?) digital.
Exemplo 1: Todos os dias eu recebo, no endereço de nossa Igreja, vários e-mails oferecendo coisas relacionadas às necessidades de uma Igreja qualquer (de móveis até cálices para Santa Ceia). Mas chegam também e-mails anunciando o “Novo Louvor (sic) de Fransciskelvin em 2 Cds pelo preço de um” ou o “Curso de Profecias e Louvor Profético”. Não preciso dizer que sequer abro tais e-mails e qual botão aperto. Junto com eles, insistentemente aparecem e-mails intitulados “Atualize seus dados Junto ao Banco Fulano” (sendo que nem eu, nem a Igreja, somos correntistas desse banco), ou o que é pior: “Pastor, veja o que suas ovelhas aprontaram! Clique nas fotos”.
Anúncio de produtos, seja CDs ou sal grosso (já anunciaram) é o mesmo que aqueles papeizinhos que entulham nossa caixa de correio e nos obrigam a levá-los pro lixo. Já o pedido de atualização de dados, se eu fosse correntista do banco citado, e resolvesse responder, certamente estaria sendo vítima da tal Engenharia Social. O mesmo aconteceria se eu clicasse nas fotos. Os dois casos colocariam meu computador em risco e com ele todos os demais que compartilham a mesma rede.
Exemplo 2: Você está em um pretenso culto evangélico e ouve “Deus está me revelando que alguém aqui está com dor na coluna (ou dor na cabeça, etc.)”. É o mesmo princípio pois estatisticamente em um grupo de 100 pessoas algumas sentirão tais problemas.
Resumindo. O “engenheiro social” é o enganador. É quem se amolda à situação para tirar o maior proveito possível dela (geralmente financeiro). Sobre eles já fomos advertidos em muitos lugares. Veja:
O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo, disse que chegaria o tempo em que tais pessoas seriam até buscadas: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2Tm 4.1-5).
E Judas nos alertou sobre a desfaçatez deles: Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre” (Jd 12e13).
A única coisa que nos podemos fazer é ter cautela.

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