sábado, 15 de outubro de 2011

Pecados contra Deus

Na série passada, quando comentei os múltiplos aspectos do pecado que cometemos contra nosso próximo, espero ter deixado claro que pecamos mesmo é contra Deus. Dizemos que é contra o próximo porque de alguma maneira ele sofre com nosso ato. Mas o afrontado é Deus que não nos criou para fazer aquilo.

Porém, há outros aspectos do mesmo pecado que atingem apenas a Deus: O primeiro é não tê-lo como Deus, o segundo é degradar sua pessoa, o terceiro é banalizar seu nome e o quarto é menosprezar sua companhia.

É claro que estou simplificando muito, mas preciso nesta abordagem inicial falar sobre todos ao mesmo tempo para mostrar a conexão que os une.

Há quem veja certa gradação neles e dizem: não ter a Deus como Deus é pior do que tê-lo e fazer representações erradas de sua pessoa, ou profanar seu nome, ou ainda menosprezar o tempo estabelecido para desfrutarmos de sua companhia.

Eu discordo. Ter a Deus e depreciá-lo é o mesmo que casar-se e não respeitar o cônjuge. Aliás, é exatamente essa a figura que Deus usa para esse tipo de comportamento: adultério!

O primeiro erro não é apenas “ter outro deus”, e sim “não ter o verdadeiro Deus”. O Deus que a si mesmo se revelou nas Escrituras Sagradas, e, cumprindo o que prometeu, encarnou-se, e, mediante seu Filho, remiu os seus.

O segundo erro é atribuir-lhe qualquer forma. Seja a mais bela. Mesmo a de Michelangelo na Capela Sistina é pura e simplesmente cometer a maior blasfêmia que se pode cometer contra o Criador.

Ele advertiu nossos pais a se lembrarem de não terem visto forma alguma quando lhes falou do meio do fogo e que por esta razão eles não deveriam ser tentados a fazer qualquer tipo de imagem que o representasse. Leia Deuteronômio 4.15-19.

Leia também a terrível explicação do apóstolo Paulo para a crescente licenciosidade sexual e de como o homem acaba vendo com naturalidade seu pecado, mesmo sendo contrário ao “desenho natural” da anatomia de seu corpo. Leia Romanos capítulo 1, especialmente os versículos 22-27.

A respeito do nome, estou ciente de que o contexto em que, tanto a confecção de imagens, quanto o conhecimento de um nome era o da mais crassa idolatria. Como acontece até hoje em algumas religiões animistas em que se crê que possuindo um boneco se possui a pessoa representada, ou se costurando um papel com o nome de alguém na boca de um sapo a vida daquela pessoa passará a ser um verdadeiro inferno (ou a versão evangélica de queimar papeizinhos com o nome dos pecados escritos livra a pessoa deles).

Porém, não é apenas isso o que está em questão. Envolve-se também o apreço que dedicamos ao tratar o nosso Deus. O tratamos com o respeito que lhe é devido ou já o incorporamos a nossa lista de banalidades? Proclamamos seu Nome com respeito ou o “vendemos como mais um produto de feira”? Anunciamos seu Reino ou fazemos marketing daquilo que chamamos sua igreja?

Para manter esse relacionamento de qualidade conosco ele estabeleceu uma quota de tempo que deve ser gasto em regime de exclusividade: um dia em cada sete. A separação desse tempo é de grande importância para que, não apenas evitemos esses erros, mas cultivemos esses benditos hábitos.

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