sábado, 12 de novembro de 2011

A verdadeira adoração (parte 4)

Lembra-te do sétimo dia para o santificar

Neste último aspecto do pecado, que ao cometermos ofendemos apenas a Deus, há muito o que considerar, uma vez que outras religiões também fazem o mesmo e, como regra geral, esse dia transformou-se em dia de lazer. Pior: sem querer, o chamamos de inútil, ao nos referirmos aos outros como dias úteis.

Primeiro: Considere o quão estranho deveria ser naquele tempo um povo que não trabalhava um dia inteiro a cada sete. E fazia isso com hora de começar e de terminar, considerando tal comportamento como parte de sua adoração a um Deus que não se via, do qual não havia imagem, ou sequer se pronunciava o nome. Como deveria soar estranho aos povos vizinhos!

Segundo: Embora os demais povos possuíssem dias regularmente consagrados a adoração de seus deuses, nenhum deles tinha o caráter primário de descanso. Por vezes um dia, ou mais, era dedicado a um festival, porém a preocupação com o descanso, com a meditação na revelação recebida de Deus, ou como viver conforme seu querer, era peculiaridade do Povo de Deus.

Terceiro: A ordem completa é mais abrangente: “Lembra-te do sétimo dia, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o descanso do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o sétimo dia e o santificou” (Ex 20.8-11).

A ordem de santificar o dia do descanso torna quem a recebe responsável por: 1) Trabalhar nos seis outros dias. 2) Não trabalhar no sétimo à exemplo do que fez o Criador. 3) Não permitir que outros trabalhem também: seus filhos, seus servos, seus animais e seus hóspedes, mesmo que de outra cultura ou religião, como se fosse uma condição de hospedagem. Isso era grandemente inusitado para a época.

Quarto: Além de abrangente a ordem é surpreendentemente recessiva. Ela manda organizar o tempo e as atividades! lembrar-se. Em outras palavras: organizar a vida de tal modo que tudo o que tiver de fazer seja feito nos seis dias precedentes, para que no sétimo haja um repouso verdadeiro.

Qual é objetivo disso? Poderíamos dizer que era o bem estar do povo, mas creio que isso era apenas consequência.

No Livro do Êxodo, a razão alegada é a criação: Deus fez tudo em seis dia e descansou no sétimo. Devemos fazer como ele, pois ele abençoou o dia de descanso. Descansemos com ele. Já no Livro do Deuteronômio a razão alegada é: “... te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o sétimo dia” (Dt 5.15).

Em ambos os casos o que o Senhor nos oferece é sua companhia. Primeiro, como Criador maior de todas as coisas que descansa, o qual devemos imitar. Segundo como Redentor supremo a quem devemos ser gratos e procurar desfrutar de sua companhia mais intimamente possível.

O Dia do Descanso, portanto, não é o dia do lazer, mas o Dia do Senhor. É o dia em que descansamos nele de todas as nossas obras e o louvamos por nossa redenção.

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