sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal globalizado

Os efeitos da chamada globalização foram tantos, que, de vez em quando, ainda aparece algum.

Hoje um investidor do mercado de capitais se assusta com um espirro financeiro de qualquer pequeno país que faça parte da rede financeira mundial..

Mas, se esses efeitos são tão claros na economia, por que se fala tão pouco deles na religião? Pra mim eles são mais claros na religião. Veja a Festa de Natal como exemplo: países não cristãos, que usam outro calendário, comemoram o Natal:

Israel recebe turistas com o cumprimento Mo’adim Lesimkha (Feliz Natal) e as comunidades judaicas no mundo tiveram de reavivar a celebração da Chanukah para que seus filhos não ficassem fascinados pela festa cristã.

Na Índia os enfeites das casas dos poucos cristãos se multiplicam nos shoppings, e a maioria das empresas com filiais ou sedes no ocidente dão folga, e até bônus, a seus funcionários, o que engrossa o comércio nas feiras livres.

A China, embora tão fechada ao ocidente, se vê obrigada a trabalhar mais para atender a demanda das “lembrancinhas de natal” aumentando os míseros Yuans dos trabalhadores.

No Japão, xintoísta e budista, porém muito mais ocidentalizado, é praxe se cumprimentar com “Meri Kurisumasu” (equivalente Merry Christmas) e a troca de presentes já é tradicional entre amigos.

Quanto aos países árabes veja um pedaço de uma matéria da BBC de 2005:

Apesar da profunda ligação do Egito com a história do nascimento de Jesus Cristo – José e Maria fugiram para o país para escapar de Herodes – o Natal não tem raízes profundas num país em que quase 94% da população é muçulmana.

Os cristãos coptas – uma das mais tradicionais denominações do cristianismo – comemoram o Natal, mas com um simbolismo diferente do ocidental e seguindo o antigo calendário ortodoxo, que coloca a festa no dia 7 de janeiro. [...] Em outros países árabes menos abertos ao Ocidente, a comemoração do Natal não é tão ostensiva, mas o Egito costuma ser mais receptivo a estas influências.

Relatos na imprensa internacional indicam que Cristãos estão tendo mais liberdade para comemorar o Natal em diversos países muçulmanos do Golfo, com a exceção da Arábia Saudita, onde “práticas não-islâmicas” podem ser duramente punidas.

Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o governo relaxou recentemente as regras a respeito de celebrações religiosas que não sejam muçulmanas e autorizou a inédita apresentação, na rua, de uma peça teatral sobre o nascimento de Cristo.

O Líbano também tem comemorações devido a presença de uma grande população cristã.

De modo geral os países árabes são os que mais restringem as comemorações natalinas.

Temos de admitir que o pouco conteúdo religioso desses festejos é fortemente maculado por superstição e mito. Entretanto, você há de concordar comigo, que mais uma vez o mundo está sendo avisado da vinda de Jesus.

A Palavra de Deus diz que os homens são indesculpáveis perante Deus: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20).

Diz também que a “Grande Comissão” já foi cumprida: 1) “E eles [os apóstolos], tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam” (Mc 16.20). 2) “...não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Cl 1.23).

Cabe-nos mantê-la cumprida!

Pessoalmente creio que não estamos dando conta. Quem sabe, em sua grande misericórdia a festa do Natal, mesmo desvirtuada (como o sermão de Jonas) não seja mais um modo de ainda dizer ao mundo que Jesus se fez um de nós?

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