sábado, 2 de julho de 2005

Deus falou e ainda fala (continuação)

O Verbo eterno procedente do Pai, por isso também chamado Filho, sem o qual nada do que foi feito se fez, é partícipe do Conselho, ao qual criatura alguma teve, tem ou terá acesso, como nos informa o SENHOR através do Profeta Jeremias (23). Daí vem seu santo nome: Maravilhoso Conselheiro.

Tal conselho ordena e dirige todas as coisas, quer nos céus, quer na terra, e as dispõe de tal modo que todos os planos do SENHOR se concretizam e sua vontade é realizada:

“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” Is 46.9-10.

A tal conselho se refere o “façamos” da criação, e o “confundamos” de Babel. E por este Conselho nossa eleição foi estabelecida antes da existência de qualquer coisa:

“... fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” Ef 1.11

Executor das deliberações deste eterno e santíssimo Conselho, nosso Senhor Jesus, ofereceu-se a si mesmo, e não se poupou afim de que tudo o que foi deliberado aconteça:

“Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão. Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?” Mt 26.52-54

“Agente Executivo” do Conselho Eterno, guardião de todas as suas deliberações, quem faz acontecer todas as coisas que de antemão foram deliberadas, desde a queda de um fio de cabelo até a redenção daqueles que foram escolhidos, dá certeza as profecias, não por conhecer o futuro em que elas ocorrerão, mas por construir tal futuro.

Esse mesmo, que a tudo pode, sujeita seu querer, submete-se ao que foi decidido, não questiona, ou sequer ousa argüir a quem planejou, mas agrada-se em fazer sua vontade. E faz!

Veja a monstruosidade do pecado dos falsos profetas, que se arrogam fazer o que só o Senhor Jesus tem direito de fazer:

Primeiro pecam contra o Conselho da Santíssima Trindade e, mentindo, aventuram-se a dizer o que acontecerá, sem ter participado de suas deliberações, ou sabido delas por quem delas participou.

Segundo, usurpam de quem teve de assumir nossa natureza, e morrer, condenado pelos que deveriam adorá-lo, e condenado pelo próprio Pai, mesmo sendo “o resplendor da [sua] glória e a expressão exata do seu Ser” o qual sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3), para revelar-nos todos os mistérios e toda sabedoria, “pois nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 1.9).

Deixaria eu de lado tudo isso? tamanha riqueza e multiforme graça, para buscar o seu Fulano ou a dona Beltrana, donos de orações poderosas, correndo o risco, de, como Saul, tropeçar em Endor e cair no inferno? Jamais!

Deus preserve a todos nós. É o desejo e a oração sincera do pastor do rebanho que se reúne na Igreja Presbiteriana da Ilha dos Araújos.

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