sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Sobre o desarmamento

Nestas últimas semanas diversos irmãos me perguntaram sobre a lei do desarmamento, e alguns até me pediram que falasse sobre ela. Por muitas razões achei melhor escrever.

Quem usa a internet tem visto a enxurrada de textos a favor e contra o desarmamento. Uns se apóiam em estatísticas e condenam o uso de armas. Outros mostram o quanto essas estatísticas estão sendo torcidas.

As mídias de massa, como televisão e rádio, não cessam de repetir o slogan: “Diga não às armas e sim à vida”. Como se quem dissesse sim as armas fosse tacitamente contra a vida. Aliás, já é possível ver certo estigma lançado sobre quem é a favor da venda de armas.

Tenho visto muitos cristãos piedosos dizerem que a bíblica proíbe possuir armas. Acho até compreensível que pensem assim, pois as profecias a respeito da vida futura, falam de transformar as armas em ferramentas agrícolas. Mas, enquanto não chegar esse dia?

Afirmo que não há qualquer texto bíblico que, analisado criteriosamente, proíba ao cristão ter e usar corretamente uma arma. Aliás há muitos que, pelo exemplo ou por ordem direta, obrigam ao discípulo do Senhor a ter e saber usar.

Eu não sei o que, de fato, anima nossa época - pois a mesma tendência pode ser vista em outros países - a banir todas as armas, porém questiono a eficácia desta tendência. Não posso fazê-lo como especialista em segurança ou em qualquer área correlata, mas à luz das Sagradas Escrituras, não podemos tratar a ninguém como livre das más inclinações, o que é um pressuposto do desarmamento.

A única obrigação que as Sagradas Escrituras imputam ao Estado é o da segurança. Examine-as: A família é que deve promover instrução e saúde, diferentemente do que prega o Liberalismo e o Neoliberalismo. O Estado não pode ser onipresente como quer o socialismo e especialmente o comunismo. Entretanto, com esta lei, dentro do âmbito legítimo confiado por Deus ao Estado, ele parte da premissa que já resolveu todos os problemas de segurança e deve desarmar os cidadãos.

A cada argumento levantado é possível levantar também um contra-argumento, menos à Palavra de Deus. Não somos chamados a ser beligerantes, mas pacíficos. Não somos chamados ao uso de armas, mas a proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Porém Deus nos deu responsabilidades e uma das principais é nos empenharmos pela vida, mesmo que para isso tenhamos de lançar mão de armas.

“A seguir, Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles.

Então, lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores. Porque o que a mim se refere está sendo cumprido.

Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeu-lhes: Basta! - Lucas 22.35-28

Votar sim ou não é uma decisão exclusivamente sua. Não se omita, nem deixe que os demais decidam por você. Mas, por favor, não vote favor do desarmamento achando que é uma exigência bíblica, pois não é.


Um comentário:

Anônimo disse...

Pastor...

Muito pertinente foi o assunto abordado nesta semana. O Brasil só discute o REFERENDO, já não se fala em "Máfia do Apito" em "CPIs" e "Mensalão"... a grande massa nem comenta. Ou melhor, nem se lembra dos escandalos que abalaram nosso país nos últimos 60 dias.

Engraçado como a mídia sempre nos remete a outro problema, a outra discussão, fazendo com que coisas tão recentes e importantes sejam jogadas para debaixo do "tapete da memória".

Mas analisando cuidadosamente todos os assuntos anteriormente descritos chegamos a uma simples conclusão. Todos os "Problemas" da nação estão có-relacionados; e mais, dizem respeito à falta de seriedade, compromisso, respeito para com o cidadão brasileiro.

Mas voltando a "vaca fria" sabemos que o REFERENDO se for estudado ao pé da letra pouco vai interferir na vida dos brasileiros. Pois o que está em PAUTA É O COMÉRCIO.

Já temos uma Lei em vigor que basicamente inibe qualquer ação por parte do cidadao de bem. Temos em vigor uma Lei que pune o cidadao portando uma arma de fogo com mais gravidade do que estando este mesmo cidadão com um cigarro de maconha. Há uma inversão de valores nestes casos.

Sabemos que a intenção maior do Estado é lucrar mais e ao mesmo tempo gastar menos.

Então acompanhe o raciocínio: Se a "Campanha do NÃO" for vencedora o governo sabe que continuará gastando horrores em tratamentos hospitalares para recuperação daqueles que de alguma forma de envolvem com arma de fogo. E ao mesmo tempo o EStado sabe que a arrecadação é ínfima perto de todo este gasto.

já o "sim" o favorece mais pois o Governo sabe que diretamente, a longo prazo, verá uma diminuição nos casos envolvendo ferimento à bala, gastando menos futuramente, e fazendo uma certa "média" com ONU que implicitamente pressiona o Estado a tomar tal atitude.

Na realidade tanto o "Sim" quanto o "Não" favorece o Estado e prejudica o cidadão.

Mas o que nos assusta são os números que apresentam que 2/3 das armas encontradas nas mãos dos "Bandidos" um dia pertenceram a cidadão de "Bem".

Ora, números são números, e não carecem ser melhor explicados, eles falam por si.

Portanto uma "arma" nasce legal, ou seja, é produzida legalmente. Mas a sua chance de um dia pertencer ao crime é muito maior do que a "Proteção" que em tese poderia gerar a população pregada pelo "NÃO".

Pense nisto pastor.

E mais uma coisa, exagerando um pouco, usando as palavras de Paulo, também proferidas nesta terça-feira "Contra o mal façã o bem"...

Um grande abraço.

Roberto Pedrosa